A data das eleições, no meio do Verão, também não ajudou. Não entendo porque é que o tão propagado «choque tecnológico» ainda não criou a possibilidade do voto electrónico. De resto, também não percebo porque é que um cidadão que queira votar, mas esteja, à data das eleições, em serviço no estrangeiro, não o pode fazer antecipadamente, ou num consulado do local onde se encontre. Aconteceu comigo nas eleições municipais de 2005: prontifiquei-me a entregar uma carta do então Instituto Português do Livro e das Bibliotecas informando que estaria a representar o país num evento literário no Brasil, mas a Comissão Nacional de Eleições informou-me de que só os atletas de alta competição tinham direito a voto antecipado, nestas condições. Não percebo porque é que um futebolista ou ginasta conserva o direito ao voto quando se ausenta em representação do país e um escritor ou artista o perde, nas mesmas circunstâncias.
Teria sido, de facto, muito mais sensato manter a Comissão Administrativa em funções até Setembro, e realizar então eleições para um mandato completo. Note-se que esta Comissão Administrativa, de apenas 5 pessoas - presidida por duas mulheres, o que é inédito no Governo Municipal (Marina Ferreira do PSD e Ana Sara Brito do PS) - já resolveu mais problemas em dois meses do que o último executivo camarário em dois anos: desbloqueou obras paradas, estabeleceu protocolos com escolas e associações de pais para possibilitar o bom arranque do ano escolar, acudiu à situação calamitosa que viviam as organizações de apoio aos sem-abrigo da cidade e fez o levantamento total da dívida camarária, e o seu escalonamento. Entre outras coisas.
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Inês Pedrosa
Um arrastão dos http://principiosdaincerteza.blogspot.com/
...porque a cidadania se tornou escassa e a democracia anda à deriva na boca de uns quantos cidadãos, uns de bem, outros nem tanto. Não se demitam, somos todos responsáveis!
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