Ontem, finalmente, conseguimos ver o grande apocalipse que é o filme 2012! Depois de 2 tentativas com as salas esgotadas, lá conseguimos duas cadeirinhas para assistir àquele que já arrecadou, em apenas 3 dias de exibição, mais de 24 milhões de dólares. E concluo que tem o mesmo efeito que a Coca-Cola! Muita fama e no final é só água com caramelo e gás! Mas toda a gente gosta.
Parece-me que qualquer expectativa mais intelectual acerca deste filme é francamente inútil, uma vez que no decurso da acção raramente sofremos pelos quase 7 biliões de pessoas que estão a perecer de formas inimaginavelmente brutais e catastróficas. Não é suposto ser um filme que prime pela densidade ou complexidade do argumento. As personagens são obviamente secundárias neste argumento, que apenas se centra na sucessão repetitiva de imagens avassaladoras onde todos os cataclismos se sucedem de forma quase "non stop" e relativamente aos quais os diálogos estereótipados dos actores pouca ou nenhuma relevância têm. Roland Emmerich usa todos os clichés a que já nos habituou em outras obras do género e consegue impressionar visualmente. Se virmos o filme de uma forma mais superficial, sem estarmos muito centrados em coisas fundamentais como argumento, densidade, filosofia, mensagem, sentido e interacçao entre personagens, até quase parece uma viagem interessante, sobretudo a orquestração da destruição massiva da cidade logo nas primeiras cenas. Mas nunca sentimos o pânico, a angústia, a perda... nunca sentimos ligação aos biliões anónimos que morrem no cataclismo. Não nos sentimos lá. Durante todo o filme há um afastamento emocional sobretudo alimentado pelas irrealistas cenas, pelas fugas sem um arranhão, pela apatia criada com tanto fogo de artifício visual. Ainda se tenta dar a volta ética no final, mas não convence. Contudo, visto sem qualquer metafísica é um bom filme-pipoca.
1 comentários:
É mesmo isso.
Nem todos os filmes são supostos serem intelectuais, mas que impressiona, impressiona.
Beijo
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