"Quem leia o trocadilho do título deste post é capaz de pensar que eu não gostei de 300. Não é verdade; gostei muito. Mas tinha de fazer aquele trocadilho, custasse o que custasse. Além de que é o tipo de exclamação que um espectador mais incauto se arrisca a passar 140 minutos a proferir quando exposto a esta experiência de cruzamento de artes quase tão extrema como Sin City chamada 300.
Sim, este é mais um filme para levar alguns histéricos a gritar “é a morte do Cinema! É a morte do Cinema!”. A esses aconselho um copinho de leite morninho e cama. 300 não é a morte do cinema; é, juntamente com a outra adaptação de uma obra de Frank Miller, Sin City, o nascimento de toda uma nova arte. Ambos os filmes quebram a barreira entre artes tão nobres como o cinema e a banda desenhada, criando algo de novo. 300 não será tão explícito como Sin City a fazê-lo, mas é também um filme “desenhado”, com Zack Snyder (excelente realizador, como já ficara provado com o remake de Dawn of the Dead) a trabalhar com os actores em estúdios rodeados de paredes azuis e verdes por todos os lados e depois a compôr cenários, ambientes, batalhas, com a precisão que Lynn Varley usou para, com Frank Miller, assinar a espantosa novela gráfica que serve de inspiração a este filme.
O que é mais interessante é que 300 não é um blockbuster que facilita as coisas para o espectador pipoqueiro: respeita, quase à letra, o tom poético das palavras de Miller na banda desenhada; não tem pressas no desenrolar da acção, permitindo-se, de vez em quando, envolver o espectador em alguns dos ambientes mais surreais e perturbantes que a indústria de Hollywood serviu nos últimos anos (veja-se toda a entourage do Rei Xerxes!). Já aqui o disse em tempos e repito agora que acredito piamente que um dia, nem que seja daqui a muitos anos, os críticos olharão para as duas - até ao momento - grandes aventuras de Frank Miller no cinema com o mesmo respeito com que hoje se olha para essa incrível experiência que Francis Coppola assinou no princípio dos anos 80 chamada One From The Heart. Na altura foi maltratada até dizer chega (e para lá disso). Hoje é um filme devidamente venerado.
Para lá das interpretações e do aparato visual, outra área onde 300 dá cartas é na banda sonora: contrariando todos os lugares-comuns do filme épico, um tipo chamado Tyler Bates (descoberto por Tori Amos) cria um explosivo cocktail de parafernália electrónica, instrumentos étnicos, guitarras eléctricas e coros operáticos não aconselhável a pessoas mais sensíveis."
Sim, este é mais um filme para levar alguns histéricos a gritar “é a morte do Cinema! É a morte do Cinema!”. A esses aconselho um copinho de leite morninho e cama. 300 não é a morte do cinema; é, juntamente com a outra adaptação de uma obra de Frank Miller, Sin City, o nascimento de toda uma nova arte. Ambos os filmes quebram a barreira entre artes tão nobres como o cinema e a banda desenhada, criando algo de novo. 300 não será tão explícito como Sin City a fazê-lo, mas é também um filme “desenhado”, com Zack Snyder (excelente realizador, como já ficara provado com o remake de Dawn of the Dead) a trabalhar com os actores em estúdios rodeados de paredes azuis e verdes por todos os lados e depois a compôr cenários, ambientes, batalhas, com a precisão que Lynn Varley usou para, com Frank Miller, assinar a espantosa novela gráfica que serve de inspiração a este filme.
O que é mais interessante é que 300 não é um blockbuster que facilita as coisas para o espectador pipoqueiro: respeita, quase à letra, o tom poético das palavras de Miller na banda desenhada; não tem pressas no desenrolar da acção, permitindo-se, de vez em quando, envolver o espectador em alguns dos ambientes mais surreais e perturbantes que a indústria de Hollywood serviu nos últimos anos (veja-se toda a entourage do Rei Xerxes!). Já aqui o disse em tempos e repito agora que acredito piamente que um dia, nem que seja daqui a muitos anos, os críticos olharão para as duas - até ao momento - grandes aventuras de Frank Miller no cinema com o mesmo respeito com que hoje se olha para essa incrível experiência que Francis Coppola assinou no princípio dos anos 80 chamada One From The Heart. Na altura foi maltratada até dizer chega (e para lá disso). Hoje é um filme devidamente venerado.
Para lá das interpretações e do aparato visual, outra área onde 300 dá cartas é na banda sonora: contrariando todos os lugares-comuns do filme épico, um tipo chamado Tyler Bates (descoberto por Tori Amos) cria um explosivo cocktail de parafernália electrónica, instrumentos étnicos, guitarras eléctricas e coros operáticos não aconselhável a pessoas mais sensíveis."
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