Por vezes abro a mão onde encerrei a ternura. Como fazia com as conchas mais bonitas. Escondia as mãos atrás das costas e trocava uma e outra vez. E agora? Onde estão? A mão onde as escondia abria-se lentamente e de lá saía o teu sorriso envolto em maresia.
Por vezes abro a mão onde encerrei a inocência. Como fazia com as pétalas das flores no verão. Mas crescer tem destas coisas e já não vale a pena adivinhar em que mão elas se escondem. Até porque só tenho duas mãos e há tantas outras mãos por onde escolher.
E a mão cerra-se com a palmada silenciosa da indiferença.
E das conchas fica a areia.
E das pétalas apenas o cheiro.
3 comentários:
És pura poesia.
Mtos beijos
Espero que nunca deixes de brincar ao Um-Dó-Li-Tá :D
Ser traquina fica-te tão bem, linda.
Escrevia-te um poema se soubesse fazê-lo, para dar força, carinho e que demonstrasse o quanto espero continuar sempre a ver-te abrir as mãos à espera de lá ver conchinhas perfeitas.
Da flor que não há
faz-se o rasto do sonho,
Do pretérito imperfeito,
faz-se a vontade
de ser perfeito.
Quando abrimos a mão
e não há passaro a voar
lançamos os olhos
ao céu,
há esperança
nos voos internos.
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