E se o sol entranhar o teu peito
como mil notas de cor em brasão
Se o meu nome for silêncio
Se o teu for dialecto secreto
E se as mãos dadas forem beijos
em instantes ébrios de suspensão?

E se formos jardim perdido no caminho
rubras pétalas a navegar no regaço
Se o teu sorriso for a casa
Se o meu coração tua morada
E se os corpos desnudados forem abraço
em página invísível de escrita alada?

E se formos, tu e eu, o mesmo
quando poisamos os olhos no abismo
Se a tua mão for a minha vida
Se a minha a magenta linha
No cerrar de pálpebras transparente
Seremos ainda sequer gente?

E se fores a minha casa e abrigo
refúgio de montanha fresco e quedo
Se o teu coração for o meu destino
e eu o teu amanhecer incrédulo
Seremos a prosa e a canção
A viagem incógnita da tentação?

E se é no teu coração que quero estar
E se é aqui simplesmente, onde eu gosto de morar?

Love Letters from Mei

1 comentários:

ISa said...

Que bonito.

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Mei and Arawn