o azul entrou.
não agora. não neste preciso momento.
não quando cantamos a mesma música debaixo da água morna do chuveiro. distantes. tão perto.
o azul entrou aos poucos.
apetecia-me trazer-te comigo. enchíamos o depósito e íamos sem destino. seguíamos ao sabor do vento, do capricho e do olhar. contava-te os meus planos, falava-te do futuro como se fosse fácil de fazer como um barco de papel. Tu, doce, ao ouvido sussurravas como nos imaginavas daqui a uns anos. não sei como seria, mas só o facto de pronunciares essa palavra, já traz luz e força. Ririamos muito de nos pensar a fazer, já muito velhinhos, corridas de andarilho no lar com a mesma animação com que antes fizemos de carrihos de rolamentos. a alegria contigo é tarefa fácil ou não fosses tu feita de sorrisos, de palavras soltas, que não nos interessa para nada senão para nos sentirmos, como se estivessemos no contorno das palavras, no fim dessa linha que se desdobra e nos redobra. Ganhar-te é bom como voar e difícil como fazer uma aula de trapézio e trampolim. os dias podem ser luminosos e ainda assim escuros, como as duas faces da mesma moeda, a revelar, uma e outra vez, que é a vida é assim, feita de contrastes. exorcizar a dor, que dará, depois, lugar ao ar fresco, à leveza. sublime, esses mergulhos, risos.
caminhamos juntos,
caminhamos separados,
caminhadas junto às ondas, até onde a pele encontra o sal.
caminhamos.
1 comentários:
Gosto especialmente da parte em qe referes que quando ele imagina o nosso futuro isso dá-nos esperança. Pensamos que realmente as coisas vão correr bem, vamos ter o nosso final feliz à tanto desejado.
Gosto da sensação, gosto do equilibrio.
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