E já era devida esta homenagem há muito, muito tempo.
Nicholas Edward Cave nasceu em Warracknabeal na Austrália, no dia 22 de Setembro de 1957. É músico, compositor, autor, argumentista e, ocasionalmente, actor. É mais conhecido pelo seu trabalho musical com os Nick Cave and the Bad Seeds, onde explora temáticas como religião, morte, amor, América e violência. Comentar a discografia de Nick é tarefa complexa, já que possui uma carreira extensa, iniciada em 1976 com a banda The Birthday Party e que se estende até os dias de hoje.
Os discos destes senhores não são fáceis. Não são belos nem oníricos. Mas também não são gratuitamente violentos ou agressivos. A estreia em 1984 das "sementes más" não ajuda em nada a diminuir a fama de Cave como um artista sombrio. Musicalmente sombrio e obssessivo, com letras que passeiam por ambientes sórdidos em companhia de personagens não menos escatológicas, esse primeiro disco é opressivo, pesado, sufocante. Contudo, com o tempo e a experiência surgiram albuns de tendência mais blues e com grande influência de rockroll, mas sempre líricos e intensos. Cave sempre teve o poder de nos fazer confessar, de nos arrancar tudo com poesia: "Come on, admit it, babe, It’s a wonderful life". E é com grande música que nos presenteia.
"Hide your eyes, hide your tears / Hide your face, my love / Hide your ribbons, hide your bows / Hide your coloured cotton gloves / Hide your trinkets, hide your treasures / Hide your neatly scissored locks / Hide your memories, hide them all / Stuff them in a cardboard box / Or throw them into the street below / Leave them to the wind and the rain and the snow / For you might think I’m crazy / But I’m still in love with you", canta o bardo na apropriada Still In Love.
A música que escolhi da longa e excelente discografia de Nick Cave and the Bad Seeds chama-se Into my Arms, e é uma das minhas preferidas, embora me apetecesse colocar aqui mais umas 5 ou 6, pelo menos! Para ouvirem depois aqui ficam algumas das minhas preferidas: Are you the one, Where the wild roses grow, Henry Lee, e tantas mais :) Ai ai...
Enjoy...
2 comentários:
Ia eu a passar de fininho e espetas-me tu com isto aqui! Não dá, tinha mesmo de comentar.
Adoro este senhor e tal como dizes, ele faz-nos confessar coisas indizíveis. Acho que consegue arrancar tanto o melhor como o pior e deixa-nos espaço para olharmos para esse lado tétrico e assustador com uma doçura e uma complacência desarmantes. No teatro, como sabes, temos de o fazer muitas vezes. Temos de expôr algo de nós que gostavamos que estivesse sempre fechado ás sete chaves. mas tem de sair cá para fora. Às vezes assusta e temos medo de nos transformarmos nesses seres que interpretamos, mas vamos aprendendo a dominar os "eus", com tempo e prática. Já me espreiei demais a falar, mas adorei a lembrança deste grande músico.
Bjs miguita kida!
Olá Isa. Benvinda ao nosso estaminé. ;)
Sabes que já me vi do outro lado do espelho, num reflexo de uma outra que não eu, com quem não me identifico nem em actos nem em valores, e acho que é uma vertigem que nunca mais quero experimentar. Foi uma vez que quero que seja sem exemplo. Sei que "nunca mais" é muito tempo e arrisco ser arrogante ao dizê-lo assim. Mas há precipicios que não quero vislumbrar sequer, nem sequer me aproximar à beirinha, tão simplesmente porque ainda antes da queda, nos engolem a alma na sua vertigem.
Continua a visitar-nos, nem que seja de fininho :)
Kissinhos ternos.
Marisa
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