É muito bom ser auto-confiante. É muito bom ter uma auto-estima elevada. É muito bom acharmo-nos o máximo. Mas não é assim tão bom quando o alcance dos nossos olhos só consegue ir tão longe quanto o nosso umbigo nos permite. Não é assim tão fantástico quando a nossa auto-estima serve apenas para nos considerarmos superiores e infinitamente diferentes, sempre para muito melhor, claro está, que todos os demais. Como se o resto do universo só pudesse sobreviver por nós existirmos. De facto, o nosso universo só assim pode existir e isso é tãoooo limitador.
A sério, convençam-se disto: O universo não dará pela vossa ausência um milésimo de segundo que seja! O universo tem mais do que fazer, do que pensar e do que ser para além da vossa/nossa existência.
Os outros, the closest ones, aqueles que realmente se preocupam e gostam de nós poderão sentir a nossa falta se nos formos... por uns meses, até por uns anos, podem até recordar-nos intermitentemente até ao final dos seus dias, mas nada pára, mas mesmo nada pára com o nosso desaparecimento.
Quando nos despegamos da vergonha, despegamo-nos do parecer e aproximamo-nos mais do que queremos ser, desinteressamo-nos do que pensam de nós. E como por magia: tornamo-nos livres!
E podemos, de facto, apreciar mais os outros e encantarmo-nos com o que nos rodeia. E podemos realmente ser mais genuínos com aqueles com quem nos importamos e que no fundo são aqueles perante os quais nos importa o que pensam de nós. E descobrimos que a beleza pode ser encontrada em tantos sítios fora de nós, em tantas pessoas, em tantos gestos, mesmo que sejam os nossos olhos a perscrutá-la... Porque afinal até há seres fantásticos, cheios de coisas extraordinárias para nos contar e plenos de outras vivências e deslumbramento. Há outras galáxias, grávidas de vida e côr, como já referi num qualquer outro texto deste estaminé ;)
Quem acredita piamente que lá fora só encontra mediocridade e servilismo, devia abrir um pouco melhor os olhos e escutar com atenção. Ver em vez de olhar, escutar em vez de ouvir. Mas por vezes é difícil, de tão enamorado que se está consigo mesmo, conseguir prestar atenção aos ruídos surdos dos outros lá fora.
3 comentários:
Doce Jamaica...São as tuas palavras sábias. Tanto, tanto que não consigo largá-las. São os teus gestos teimosamente generosos, dotados de lucidez e carinho pelos outros. É nessa tua lucidez que encontro a tua maior qualidade, porque se transforma em coerência e genuinidade. Gosto de ser teu amigo. Beijos grandes.
Nuno C.
A auto-estima é essencial. Só assim podemos apreciar os outros. Quando ultrapassa os limites da confiança em si mesmo para sentimentos de superioridade ridículos, deixa de ser auto-estima. Passa a pura cretinice.
Texto "catita"...como costumas dizer.
So f***ing true!
bjs!
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