Insustentável acaso da morte

Thursday, May 24, 2007 | 0 Comments

A morte é sem dúvida o acaso do destino que menos controlamos, não importa se somos justos ou injustos, puros, pecadores, ricos, pobres, velhos ou novos, a sua inclemência é igual com todos. Custa-nos a aceitar essa dureza que nada depende do que façamos ou sejamos. De amarmos ou sermos amados.
Não consigo entender como é que ela destas o amor e o futuro separando dois jovens amantes, risonhos e de projectos em riste. Não compreendo como é que essa escolha acontece como se uma senhora mofina jogasse binco e tirasse do negro saco um nº ao acaso, o teu, o meu, o dele.
Eu não me teria importado que fosse o meu, não há ninguém cuja felicidade dependa directamente da minha existência, nem sou particularmente feliz ou infeliz, não tenho nada para levar a bom porto, a minha vida é apenas feita de uma sucessão de meios, mais ou menos desconexos, mais ou menos à deriva.
Porque é que não podemos escolher? Porque é que não podemos trocar como fazemos nos supermercados quando nos engamos nos produtos que levamos? Tantos porquês, enquanto ouço a tua voz de luto no outro lado...eu conheço-te tão pouco e teria trocado tudo para que não fosse ele a partir...porquê?

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