Falamos de banalidades e eu penso "só falamos de banalidades e um dia fartas-te de mim" fazemos a mesma rua como se fossemos um eléctrico preso às calhas. Já fizemos tantas coisas que às vezes penso que somos velhas árvores a tricotar a Primavera. Escrevi-te cartas, escrevi-te músicas, viajamos, inventei-te viagens, andámos centenas de kilometros, rabiscaste-me desenhos, trocamos presentes, dançamos noites a fio, brindamos uma e outra vez, adormecemos no sofá de cansaço, beijei-te na testa e sussurrei boa noite sem saberes, caiste e levantei-te, caí e levantaste-me, assistimos a concertos, discutimos, rimos, sonhamos, encostei o meu nariz ao teu cabelo de noite para sentir o perfume sem tu saberes, levaste-me ao hospital, ensinaste-me a ordem das coisas metódicas, aqueceste a casa para eu não ter frio, antes de adormecer peço tudo de bom para ti sem tu saberes, há quem lhe chame rezar, mas eu não tenho um Deus, apenas acredito que te dará e me dará força para outro dia banal.
Saber dizer “Não” e impor limites
2 years ago
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