Os Reis da Rua (Street Kings, 2008)
Realização: David Ayer
Argumento: James Ellroy, Kurt Wimmer e Jamie Moss
Elenco: Keanu Reeves, Forest Whitaker, Hugh Laurie, Chris Evans, Martha Higareda e Cedric the Entertainer
Os Reis da Rua é quase um filmaço! E digo quase, porque tendo um elenco de luxo, o argumento peca por ser tão comum. O ritmo é idêntico ao de muitos outros filmes do género, bem como a história do polícia justiceiro contra os colegas corruptos. Contudo o elenco destaca-se pelos nomes e interpretações de peso que conseguiu captar: Forest Whitaker dá um show e Hugh Laurie, embora em aparição parca, também dá um ar da sua graça. De resto todo o elenco trabalha para Keanu Reeves, que não estando brilhante no papel do perdido agente Ludlow, cumpre bem o seu papel. A previsibilidade do enredo é o que torna o filme menos interessante, pois nos primeiros 10 minutos já percebemos como tudo vai acabar, quem morre, quem é corrupto, quem anda a ser enrolado, ficando sempre a vã esperança de virmos a ser surpreendidos no final, o que não chega a acontecer.
O que é de espantar é que Os Reis da Rua saiu da mente de James Ellroy, autor dos livros que originaram Los Angeles - Cidade Proibida, de Curtis Hanson, e Dália Negra, de Brian De Palma. Aqui, ele é um dos argumentistas. Lamentável. Diferente de Los Angeles - Cidade Proibida, Os Reis da Rua não é um trabalho estupendo tendo em conta o conjunto de actores. Todos são apoios para Keanu Reeves. O interessante no meio de tudo isto é que além de Dia de Treino, o cinema que David Ayer quer contar tem as suas raízes em Serpico, um clássico de Sidney Lumet. Mesmo com esse ponto a favor e com um elenco caro (e James Ellroy), o director não conseguiu fazer uma obra prima. Lógico que Ayer jamais faria um novo Serpico. Longe disso. Mas nem chegou aos pés de belos policiais modernos como o recente (e subestimado) Os Donos da Noite.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Realização: Steven Spielberg.
Argumento: George Lucas
Elenco: Harrison Ford, Shia LaBeouf, Karen Allen, John Hurt e Cate Blanchett.
Site oficial
Dezanove anos depois da Última Cruzada, Indiana está de volta e continua a mostrar que a arqueologia pode ser cool e com direito a todos os detalhes e elementos cinematográficos que tornaram a trilogia tão marcante no imaginário popular. Eu cá gostei. Gostei das piadas certeiras de Indiana, dos bons diálogos, dos toques de suspense e sobrenatural, dos enigmas, dos artefatos de civilizações antigas, das tumbas com armadilhas, dos insectos aos montes e muitas teias de aranha. Ah e claro, dos extra-terrestres, que também estiveram muito bem. Mas os macacos digitais estavam muito maus...arggghhhhh, que tal filmar uns primatas a sério?... mas fora isso esta deve ser a película mais kitsh deste ano, mas faz tudo parte da festa que este filme é para aqueles que continuam a ser putos como nós.
A banda sonora continua bem catita, com a inesquecível música-tema de John Williams
O herói está velho mas isso ainda torna a coisa mais divertida, pois é motivo de piadas espirituosas o que ainda o torna mais carismático. O seu sucessor - o rebelde Mutt (Shia LaBeouf, o novo queridinho de Steven Spielberg) - embora seja um puto baril não chega aos calcanhares do Prof. Jones. Talvez se saia melhor quando não estiver em contraste com um dos maiores dinossauros de hollywood, pois neste Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, Ford rules and kick some ass, destilando energia do alto dos seus quase 70 anos!
A não perder meus amigos!


Sexo e a Cidade
Realização: Michael Patrick King
Com: Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Cynthia Nixon, Chris Noth, Candice Bergen, Jennifer Hudson, David Eigenberg, Jason Lewis, Evan Handler, Willie Garson, Mario Cantone
Eu nunca vi a série que deu origem a este filme. E acho que não perdi grande coisa, perdoem-me os mais chegados a este tipo de séries pseudo-modernas-femininistas. Em jeito de novela condensada de 2 horas e meia, como se de um especial-happy-ending se tratasse, fomos fustigados por um gigantesco anúncio publicitário, tendo pelo meio as aventuras e desventuras próprias de uma novela americana deslumbrada pelas marcas e pelos clichés que dominam os conceitos actuais (?) de felicidade. A única personagem que conseguiu gerar-me alguma simpatia foi a atrevida Samantha: é giraça, cinquentinha e adora sexo. Mas claro que na óptica moralista americana que marca esta "película", ela tinha de ser castigada e não ter o seu happy ending como as restantes amiguinhas, pois que gostar de sexo não pode ser tão legítimo como querer ter filhos ou casar. Neste filme confunde-se cinema com televisão, pois não é mais que televisão em ponto grande. Não há nas quase 2 horas e meia de duração a mínima parecença com o que possa ser um filme. Vimos apenas um episódio dolorosamente demorado de uma série sobre mulheres mimadas, pouco interessantes e sobretudo com um estilo de amizade com o qual nunca me identifiquei... pois trocar uma boa conversa ou discussão com o namorado para desdizer nas suas costas com as "amigas" não me parece a melhor maneira de ultrapassar os problemas. Se não tiverem tempo ou o sol vos convidar para o passeio, não se perde nada :)

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Mei and Arawn