The Irish NO!

Monday, June 16, 2008 | 0 Comments

Eu gosto dos irlandeses... vou aos pubs, gosto das músicas, da cultura, da maneira de estar descontraída. Até adoro irishcoffee para aquecer as noites mais frias. Gosto deste povo emigrante, aventureiro, povo que conseguiu crescer internamente em muito devido à ajuda dos fundos europeus. Por isso estou muito desapontada com o resultado do referendo sobre o Tratado de Lisboa e com a massiva abstenção do seu povo nesta votação de tão grande relevância.
O que passou com este não!? Será uma percepção crescente de não participação real na Europa? Uma percepção que alastrou como vírus a mais de metade da população que já tanto usufruiu dessa mesma participação? Pergunto: e devolver a massa dos fundos já gastos, não seria uma forma de afirmação da "independência"? Serão os irlandeses um povo de memória curta e a construção europeia só é interessante quando recebem algo sem terem de cumprir em troca as suas obrigações devidas à construção conjunta de uma europa mais forte e eficaz?
Acima de tudo traduz uma falta grave de comunicação política e a afirmação do profundo desacordo com as formas de fazer política, mais do que com os conteúdos do Tratado... afinal quem é que o leu?
O Não! terá encontrado mais adeptos nas regiões rurais e em zonas urbanas operárias, ao passo que o Sim teria sido a opção dominante entre a classe média urbana. E, mais uma vez, levanta-se a questão da utilidade do referendo em questões desta natureza.
O Tratado de Lisboa foi assinado pelos chefes de Estado ou de governo dos 27 Estados-membros e o processo de ratificação foi já concluído por 18 países. Esperemos por isso que os outros Estados-membros continuem com o processo de ratificação. Esperemos também que não seja objecto de referendo, pois a retirar da experiência irlandesa fica a aprendizagem de que há assuntos que devem ser deixados à responsabilidade de quem foi legitimamente eleito para decidir e que efectivamente "percebe da poda".
Além de que isto assim não é nada porreiro, pá!

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