Quando pronunciou essas sílabas, no capítulo dois de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, mal sabia a pequena Alice que colocava por palavras o enigma da infância encerrado dentro de cada um de nós: não apenas a pressão do mundo adulto para crescermos sábios e fortes, como também a estranheza de um mundo em que os pais estão longe e de todo um universo que nada mais é do que, segundo Alice, esquisito. Recauchutando essa ideia de forma mais do que original, o escritor inglês Neil Gaiman brindou-nos com a melhor versão moderna do romance de Carroll: um livro para crianças, que deve também ser lido por adultos, chamado Coraline.
Quando a graphic novel em três edições Orquídea Negra foi publicada pela DC Comics em 1988, tanto o seu autor Neil Gaiman como o ilustrador, Dave McKean, eram praticamente desconhecidos fora da Inglaterra. Com o sucesso de Orquídea Negra e com a contínua parceria da dupla, respectivamente, na série mais premiada dos quadrinhos, Sandman (de 1989 a 1994), já era de se esperar que a dupla voltasse a trabalhar novamente noutros projectos. Em 2002, lançaram o tão aguardado romance Coraline, escrito por Gaiman, com ilustrações e capa de McKean. Diferente de Sandman, em que o foco principal era uma história adulta escrita por um adulto para adultos, em Coraline temos uma balada sombria que deve ser tocada para crianças. Mas não para qualquer criança. Caso raro na literatura infanto-juvenil actual, Coraline é indicado para crianças que se recusam a ser hipnotizadas pela televisão e também para a criança perdida dentro de cada um de nós, que no decorrer da adolescência e da vida adulta acabou por se perder na burocracia da responsabilidade.
4 comentários:
I just can't wait to see it!
I miss Portugal.
Hot Muacks!
Tina. L.A.
lov your blog
i agree your idea ! very nice blog
It seems different countries, different cultures, we really can decide things in the same understanding of the difference!
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