Uma viagem faz-se da distância encurtada, dos kilómetros que ganham vida em nós à medida que nos tornam mais próximos do destino, da expectativa de chegar. Uma viagem faz-se de sonhos tornados vida e de beijos alegres, de músicas cantadas à desgarrada para não adormecer ao volante. Faz-se de paragens em estações de serviço perdidas e do olhar dormente sobre a paisagem a perder de vista. Faz-se da chegada, de gente que sorri e que nos recebe de braços abertos. Faz-se de tapas e de cañas partilhadas, de mesas generosas cheias de gente, de sítios perfeitos que gostavamos de levar connosco. Faz-se de acordar tardiamente e do tempo que se estende sem relógios nem horas marcadas. Faz-se das vozes e dos risos cúmplices. Dos abraços e das lágrimas da despedida. Da promessa do reencontro.
Faz-se de tesouros que guardamos nos bolsos com cuidado, para depois contar e recordar.
Mas uma viagem faz-se também do prazer do regresso a casa e aos braços tranquilos do Tejo, ao sussurro fresco do eléctrico na nossa rua, ao anoitecer mágico da cidade que nos embala em ternura todos os dias.
1 comentários:
Ai...a antecipação da saída, a noite anterior em que dormimos mal, ansiosos nasça o dia. Ai o doce sabor da viagem. O doce sabor da companhia. O chegar, o passear, o visitar. Os sabores, os cheiros, as gentes, todo um universo diferente de linguagem e de expressões. O exotismo...
Ai as dores de pés. As malas ao ombro, a correria para ver tudo.
Que saudades das férias!
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