Quero estar ali, onde o sol me apanha desprevenida. Baixo a pala, procuro os óculos na desarrumação quieta do meu pequeno polo. Ali, onde os camiões surgem afilados como manadas calmas de mamutes. Corro à sua frente. Não sei porquê. Será a natureza das coisas pequenas ser veloz?
O almoço quebrou a longitude. Tornou-a mais curta e morna. De repente caras conhecidas, vozes meigas a acordar-me a meio da vertigem. Senti-me em casa por momentos. Não conhecia o lugar nem as outras pessoas que apressadamente lá passaram, mas aqueles dois... esses sim. Acolheram a minha nómada companhia, sabendo que logo logo estaria longe de novo. Carinho das pessoas do norte. Escolhi uns docinhos em Aveiro para levar a quem gosto. "Leve também destes com amêndoa menina, são muito bons". E levei. Comparo-vos a estes docinhos. Estarão para sempre associados a um doce amanhecer com sabor a ovo e amêndoa em Aveiro.
Regressei sem sono, regressei sem pressa. Regressei com o conforto do vosso sorriso nos bolsos e a doçura do norte numa caixa que guardei cuidadosamente no frigorífico para poder partilhar. Porque o caminho é demasiado frio sem vocês, guardei-o para contar mais tarde.
2 comentários:
Eu conheço essa estrada onde nos leva ao calor dos que amamos. E sabes? O caminho para cá é o mesmo mas bem mais frio...
Um beijo grande...
Que amanhecer tão bom e tão doce aquele... ao lado dos moliceiros.
Embora ainda consiga sentir um pouco do doce daquela manhã já passou tanto tempo....
Mas podemos sempre recordar esses momentos nestes encontros imprevistos e reconfortantes.
E pode ser que um dia possamos ter outro amamnhecer igual àquele...
Bjs
Post a Comment