Lá chegou remoendo palavrazinhas imperceptíveis e rolou para dentro da cama sem mais suspiro. Acordou nos braços musculados do seu prometido, cumpriu a sua obrigaçãozinha de mulher ainda meio a dormir, escancarada como uma porta sem vontade, feita para abrir e fechar à vontade de pulsos.
Comeu o pequeno-almocinho na caminha, depois deram os dois uma volta de carrinho. Ela pensava que havia de falar de qualquer coisa, mas tinha o cérebro vazio como os cartuchos de bala depois de disparados. Falava ele de qualquer coisa que ela não era capaz de entender, via passar os risquinhos da estrada pelos olhos semicerrados e fingia-se adormecida pelo solzinho para não ter de dar uma única respostazinha. Comeram uma sandezita numa esplanada no meio de outros tantos casais como eles. Voltaram para casinha, fizeram o jantarinho, que a vida não estava para excentricidades de duas refeições fora de casa, e ficaram a ver televisão enroscados num cobertor de tediozinho lampeiro.
Domingozinho. Acordou nos braços musculados do seu prometido, cumpriu a sua obrigaçãozinha de mulher ainda meio a dormir, escancarada como uma porta sem vontade, feita para abrir e fechar à vontade de pulsos.
Desta vez não comeu o pequeno almocinho na caminha porque a generosidade era só para os recém chegados e ela já lá estava havia mais de 24h. Sairam aprumadinhos para almoçar na casa da mãezinha. Depois tomar o cafezinho e voltar a casa antes de se fazer à estrada outra vez para mais um semaninha de trabalho. Pegar na trouxinha e arrastar-se até ao carro que se arrastou no caminho inverso.
Ainda pensou em cortar os pulsozinhos ou simplesmente deixar escorregar o carro para fora da filinha de pasmaceira sem ninguém dar por nada, mas a Mariazinha era um putazinha hipocrita sem coragem.
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