Silêncio

Monday, March 19, 2007 | 0 Comments


Às vezes para sarar as feridas basta apenas que olhar para ti, saber-te sentada a meu lado, para que me lembre do que realmente importa. Saber que as palavras a rasgar os laços como facas não podem ser deixadas, saber que o tempo não pode assentar como uma dor sobre os nossos olhos rasos de lágrimas ou sobre o peito marcado pela dor ou mágoa ou desilusão. Essa não és tu dentro dos meus olhos, nem do meu peito, nem sequer quando nasce das minhas mãos. Tu és aquela que eu escolhi para estar sempre, tirando o meu companheiro, o meu sócio que me ampara e alavanca, tu és a minha pequenina, a minha irmã mais nova e a minha irmã mais velha, aquela que me conheceu quando eu era uma miúda com projectos para ser muitas mulheres diferentes, e que fez nascer dessas uma só, a mulher que sou hoje seria outra se tu não tivesses estado lá.
Talvez o silêncio seja a nossa melhor maneira de conversar aquela que ensaiamos tantas vezes, apenas nos gestos e no olhar. Talvez o resto não tenha de todo importância, apenas saber que estás...

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