Ainda há Inverno lá fora,
mas a pulsação desperta as flores de cerejeira
a fome de azul e de infinito,
a seiva pura, o sangue e o grito.
Ainda há vida aqui
nos pássaros nocturnos,
na tinta espessa como um lírio,
na pele branca das praias pela manhã.
Procuro uma semelhança, a nossa,
este escrever de par em par,
como se fossemos janelas sem tempo
esquecidos da desconfiança,
um mundo de embalar,
morno como o sol de Junho,
a fome imoderada de satisfazer os sentidos.
Transmigração de alma.
Um marulhar ao fundo.
As gaivotas. Amantes despidos.
O corpo leve, aéreo como o dos poetas,
o riso puro que inunda como uma vaga
as cavidades do coração.
1 comentários:
Ainda há vida nos pássaros nocturnos, ainda há esperança num ténue reflexo de luar, iluminando os sorrisos que as palavras deixam, como cometas atravessando teus olhos, quando me fitam e dizem do amor que permanece.
beijos e obrigado por passares em meu canto
JB
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