Weekend Fever
Friday, September 30, 2011 | 0 Comments
Ele há cenas que não me assistem!
Thursday, September 29, 2011 | 4 Comments
... de regresso.
Cenas que não me assistem:
Sentimentos doentios de possessão e ciumeiras de faca e alguidar
Gozar dos fracos e dos necessitados, exclua-se o Camarinha e a Maya por favor
Roçar o rabo anafado no sofá e assistir a programas que promovem a lobotomia cerebral global
Encher-me de fritos e outras porcarias diariamente
Tratar outros seres vivos com crueldade e desdém
Medo do escuro ou de aliens, que por acaso até eram bem-vindos para pagar a dívida pública
Comer vísceras ou outras cenas maradas que nem os coyotes comem
Viperar nas costas alheias e alinhar no desporto nacional da maledicência
Partilhar a vida com quem não amo, apenas por conveniência ou hábito
Alinhar em compadrios e cenas mafiosas
Abstinência sexual, juro que não sei como se pode viver sem sexo
Abstinência espiritual, juro que não sei como se pode viver sem pensamento
Depressões, possessões, bruxarias e outras afecções da alma
Tomar drogas que não permitem a total consciência do que faço
Bebedeiras justificativas para qualquer figura triste
Ficar numa sala de cinema quando o filme é mesmo, mesmo mau
Perder tempo com idiotas que ainda medem a pilinha no balneário
Paralizar perante as dificuldades, estas são para ultrapassar mesmo que seja de forma criativa
Desviver a vida como se fosse algo descartável.
Vem comigo
Thursday, September 29, 2011 | 0 Comments
Contar as estrelas e ver o nosso reflexo no rio
Que enche a alma como represa a céu aberto
Vem comigo, passear pelas ruas
Ébrias pelas luzes e pelo aroma das flores nocturnas
Perfumar em cada passo essas avenidas
Vem comigo, como fizemos tantas vezes
Vaguear vestidas de princesas, deixando os sapatinhos de cristal
Por essas escadarias secretas onde seduzimos os mortais
Vem comigo, correr descalça na relva
Sentir a frescura do musgo, o cansaço perfumado de rosas
Fazer das alamedas de Lisboa o nosso Olimpo
vem comigo, amiga, deusa, irmã
vem comigo e amarra o teu coração ao meu.
Freedom Lovers
Monday, September 26, 2011 | 1 Comments
"Caminhamos ao encontro do amor e do desejo. Não buscamos lições, nem a amarga filosofia que se exige da grandeza. Além do sol, dos beijos e dos perfumes selvagens, tudo o mais nos parece fútil. Quando a mim, não procuro estar sozinho nesse lugar. Muitas vezes estive aqui com aqueles que amava, e discernia em seus traços o claro sorriso que neles tomava a face do amor. Deixo a outros a ordem e a medida. Domina-me por completo a grande libertinagem da natureza e do mar."
Albert Camus
Encontros e reencontros
Monday, September 26, 2011 | 0 Comments
Tempos difíceis estes para os sonhadores.
Mas no pântano das dificuldades, da correria dos dias, da crise, dos obstáculos, existe algo que dá forma e sentido à nossa vida. O encontro de almas, a deliciosa cumplicidade dos amigos, o brindar à vida e à amizade ainda é das poucas coisas que não paga imposto, não custa nada e deixa um rasto de brilho e felicidade que se prolonga pelo tempo a dentro. A vida é a arte do encontro e um amigo é um segredo que não se explica.
Milagres
Thursday, September 22, 2011 | 0 Comments
Por mim, de nada sei que não sejam milagres:
ou ande eu pelas ruas de Manhattan,
ou erga a vista sobre os telhados
na direcção do céu,
ou pise com os pés descalços
bem na franja das águas pela praia,
ou fale durante o dia com uma pessoa a quem amo,
ou vá de noite para a cama com uma pessoa a quem amo,
ou à mesa tome assento para jantar com os outros,
ou olhe os desconhecidos na carruagem
de frente para mim,
ou siga as abelhas atarefadas
junto à colmeia antes do meio-dia de verão
ou animais pastando na campina
ou passarinhos ou a maravilha dos insectos no ar,
ou a maravilha de um pôr-de-sol
ou das estrelas cintilando tão quietas e brilhantes,
ou o estranho contorno delicado e leve
da lua nova na primavera,
essas e outras coisas, uma e todas
— para mim são milagres,
umas ligadas às outras
ainda que cada uma bem distinta
e no seu próprio lugar.
Cada momento de luz ou de treva
é para mim um milagre,
milagre cada polegada cúbica de espaço,
cada metro quadrado da superfície da terra
por milagre se estende, cada pé
do interior está apinhado de milagres.
O mar é para mim um milagre sem fim:
os peixes nadando, as pedras,
o movimento das ondas,
os navios que vão com homens dentro
— existirão milagres mais estranhos?
Walt Whitman, in "Leaves of Grass"
Cinemania: Meia-Noite em Paris
Monday, September 19, 2011 | 0 Comments
Meia-Noite em Paris é o novo filme de Woody Allen e marca o regresso ao registo romântico, sonhador e deliciosamente nonsense. A paixão pela cidade parisiense, pela arte e pela literatura entranha-se em nós com a nostalgia própria de um grande contador de histórias. Owen Wilson parece ter protagonizado toda a sua vida filmes de Woody Allen. Parece que sempre foi nostálgico, sonhador, gago, inseguro, neurótico e maravilhosamente despretensioso. Uma maravilha de história, de personagens, de paisagens, de ambientes, de artistas, de imagens, de emoções. Uma delícia de filme! :)
Changing Opportunities - Australia is waiting for Us
Tuesday, September 13, 2011 | 6 Comments
Escrevo hoje para me recordar, um dia mais tarde, de todos os bons motivos que levaram, neste belo dia de sol lisboeta, a escolher outro país para viver, trabalhar e amar.
A situação actual em Portugal é deprimente. Além do luxo de termos caixas de supermercado licenciados e de ser aconselhável retirar as habilitações académicas do c.v. na hora de procurar emprego, o custo de vida subiu brutalmente e a qualidade de vida tem diminuído a olhos vistos. Chegamos a um ponto em que apenas vivemos para trabalhar. Chegamos a um ponto em que estudar parece não compensar, em que querer ir mais longe é alvo de crítica, em que trabalhar pela excelência gera invejas e inimizades. E eu cheguei ao ponto de não retorno.
Claro que o património humano que construí em Portugal me causa um aperto no coração na hora de sair, mas sejamos honestos: a trabalhar 12 horas por dia, incluindo muitas vezes fins de semana, não resta muito tempo ou energia para viver e desfrutar da companhia de quem gostamos. Assim sendo, tomamos a decisão de procurar melhores condições de vida no resto do mundo! Elementar, caro Watson! Após uma reflexão sobre os países da moda para emigração (Brasil, Angola, EUA, Dubai, etc) consideramos dois países: Austrália e Canadá. Ambos são países com economias prósperas, modernidade, altas taxas de educação populacional, democracia, paz e necessidade de pessoas qualificadas que aí queiram residir e trabalhar. Por outro lado, o espírito destes povos é descontraído, pouco dado a esquemas mafiosos de "quem conhece quem", evoluído, pragmático e com esperança no futuro. Coisa que em Portugal se perdeu.
E sim, precisam de nós. Valorizam o nosso c.v., habilitações e experiência profissional. E isso sabe mesmo bem.
Os maiores bloqueadores de mudança são as crenças. Aprendemos a acreditar que o que é bom era ter um emprego seguro, com contrato, nos quadros. Aprendemos que o risco é mau, que nos pode colocar em maus lençóis. Que não devemos mudar assim de repente. Se não de trabalho quanto mais de país. Se não de país quanto mais de continente. Pois bem, uma notícia para todos: o emprego não é sinónimo de segurança, os contratos existem para serem quebrados por advogados manhosos e estar nos quadros a maioria das vezes é a desculpa perfeita das empresas para não nos permitir evoluir. E quanto à reforma que julgam estar a amealhar nos cofres do Estado, esqueçam-na, é um mito urbano.
O processo que nos permitiu esta reflexão foi uma "ressignificação" das nossas crenças. Foi um exercício de desconstrução das crenças que nos prendiam a certas atitudes e formas de organizar a nossa vida. As crenças são pressuposições, estimativas da realidade, não são a realidade. Porque é que ser mulher, licenciada em Filosofia, com vários anos de experiência profissional em várias áreas, que sabe falar 5 línguas, que é dedicada e profissional não vale nada em Portugal? Porque há a crença comprovada pelos salários de que as mulheres ganham menos, que a Filosofia não serve para nada, que trabalhar em várias áreas é ser salta-pocinhas, falar línguas é vaidade e a dedicação é facilmente ultrapassada pela tendência latina para o compadrio.
A escolha foi a Austrália. Onde ser mulher, com habilitações superiores na área das Ciências Humanas, especificamente em Filosofia, com experiência multifacetada de 15 anos de trabalho,com facilidade em várias línguas não é algo que se retire do currículo. É algo que se valoriza e, segurem-se à cadeira: que se paga! E bem. Onde tudo isto vale mais pontos para conseguir um visto. Onde um Mestrado ou um Doutoramento fazem realmente diferença. Onde estudar e querer saber mais afinal até tem valor.
Por isso, hoje foi o dia em que decidimos mudar o resto das nossas vidas.
Aos amigos e família, desejem-me apenas a sabedoria e a energia para levar a bom porto esta grande aventura. :)