Dias de Incerteza

Wednesday, June 29, 2011 | 2 Comments


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra cobardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.


Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão; para os fracassos, oportunidades; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixes que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo te impeça de tentar. Desconfia do destino e acredita em ti. Gasta mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. Sarah Westphal.

Happy B. Day Sweety!

Sunday, June 26, 2011 | 0 Comments

Muitos parabéns querida! 
Estiveste aqui comigo, onde as ondas desenham com fios de água o teu nome. Espero que tenhas passado um dia muito feliz, como todos os dias da tua vida merecem ser. Senti a tua falta mas sei que estiveste junto de mim. Onde as conchas rebolam coloridas, o sol amorna as almas despidas e onde a areia macia é o nosso leito. Beijinhos abraçados. :)

Weekend sweetness

Thursday, June 23, 2011 | 1 Comments


Este fim-de-semana vai ser cheio de coisas boas. Os nossos meninos, da esquerda para a direita, Tarik, Lusa, Beca e Chocapic. :) Nós os dois, muitas flores, campos abertos, o mar estendido aos nossos pés e o amor da família ao colo. São tão boas estas paragens para descansar e recentrar energias no que de mais essencial há na vida.

Despertar: The Tree of Life

Monday, June 20, 2011 | 0 Comments



Realizado por Terrence Malick
Com Brad Pitt, Jessica Chastain, Sean Penn, Hunter McCracken


Antes de mais, um aviso à navegação: não esperem um filme convencional. Abstraiam-se de tudo o que já viram, levem o coração aberto e deixem a alma invadir todos os vossos poros. Respirem fundo. Agora sim. Abram os olhos, os ouvidos, o espírito. 
Serão levados por uma viagem interior, por um poema feito película. O deslumbramento das imagens e da magnífica banda sonora de Alexandre Desplat já seriam suficientes para causar uma introspecção filosófica profunda sobre o sentido da vida. Mas Malick, com a sua narrativa poético-reflexiva, vai mais longe. Muito mais longe. Ou tão perto, tão dentro de nós. Dá-nos um poema visual e afectivo sobre a essência do ser humano, sobre os seus receios, defeitos, virtudes, sonhos, emoções e tudo o mais. Sobre o que de mais essencial nos torna homens, nos influencia enquanto seres humanos nas várias fases da vida. A teoria do caos e da ordem num mesmo fôlego de vida. Não é um filme que se explique. É um filme que se vive. Que se chora. Que se ri. Que se cheira. Que se arrepia. Que se morre. Que se sente. Que se vive. Sem mais.
Por isso, o que estão aí a fazer sentados a ler este post? Vão!
O mais rapidamente possível.
Despertem!

Escrevo-te, escrevendo-me

Thursday, June 16, 2011 | 1 Comments

Não te assustes meu amor se te escrevo, escrevendo-me.
Hoje, as telas que pinto são feitas de teclas e de alavancas, uso as letras como pincéis e as palavras como o óleo denso com que noutros dias costumo pintar.
"Um dia destes pinto-te". Muito compenetrado nos teus pensamentos e com esse teu olhar de deus caído sonhador, onde as vagas da tua alma embatem com a claridade de mil sóis.

Amar assim de repente

Wednesday, June 15, 2011 | 1 Comments



Peço-te desculpa por te amar assim tão de repente.
De te sentir a falta assim num instante.
De chamar o teu nome e de o escrever nas árvores e nos caminhos por onde passo.
Peço desculpa por te querer assim tão de repente.
De sentir que me falta a força e a vontade para sair do teu corpo.
É como se desse um enorme tralho no meio da rua
E o entendimento não acompanha a queda.
E não me conseguisse levantar.
E caiu-me tudo ao chão. As certezas. A paz. A razão.
E faltam-me peças agora. Não consigo reconstruir tudo direitinho.
E sinto que me faltas. Que fiquei sem pé em alto mar.
E tenho tanto medo quando nado sem pé.
Perco tudo em busca de nada. Ou busco nada em troca de tudo.
Viver é aprender a desaprender.

Rabiosa! :D

Tuesday, June 14, 2011 | 0 Comments

STRINGS

Wednesday, June 08, 2011 | 0 Comments


Hoje

Wednesday, June 08, 2011 | 2 Comments

Hoje, não quero falar. Hoje, não posso mudar-te. Por isso emudeço. E mudo. 

Hoje, sei-o: os outros são como são. E tu és como és em cada momento em que vais sendo. Não te posso pedir que mudes, por muitas vezes ou poucas que te peça, tanto faz. Não vais mudar-te naquilo que quero. Se mudares, mudarás apenas para aquilo que quiseres e puderes ser. Não vale de nada ensaiar palavras ou comportamentos, não vale a pena dizer "devias fazer isto ou aquilo" se fazer isto ou aquilo for ser isto e aquilo. 
Hoje, simplesmente, não vai acontecer. O sangue que te corre nas veias terá sempre essa densidade, será sempre o mesmo, mesmo que o tentes drenar e diluir. Mesmo que faças uma transfusão. Mesmo que o desejes com todas as tuas forças.
Hoje queria reverter a rotina. Reverter os dias, as horas, os minutos. Queria fazer rewind como se a vida fosse uma fita de cinema que roda nos dois sentidos. Queria refazer.
Hoje, desapetecem-me as palavras, os carinhos, a subfelicidade. Sinto-me a viver de felicidades pequeninas, de comas sucessivos, suspensos em beijos, em braços, em pedaços de ti, de mim, dos outros. Hoje o futuro parece tão longe, tão inacessível. E eu não me sinto valente.
Hoje, o céu desenha cadáveres cinzentos que me entram pelas narinas e que empurram a minha alma para um lugar recôndito e bafiento. Hoje não quero nada. Mas sei que quero tudo. Que quero demasiado. Que quero desmesuradamente. E sei que esse querer, vulnerável e falível, não cabe dentro de ti, não cabe em nós. Porque nós somos outra coisa.
Hoje consigo sentir a dor a entrar. A invadir todas as células, a tolher os músculos e a ganhar, vitoriosa, a luta. Sei-me de pernas para o ar. E vejo que me caem dos bolsos, por força da gravidade, as convicções que amealhei com tanto carinho e empenho. Se estivesses também de pernas para o ar seria tão mais simples. Poderíamos caminhar sobre o tecto da nossa vida e revirar do avesso os dias. Revolver e voltar a dar.
Hoje queria que lesses nos meus olhos essa angústia porque não consigo falar. Que me abraçasses e que me dissesses que tudo vai correr bem. Que o chão vai voltar a ser chão e não esta massa mortífera que engole o peito do avesso, expondo as veias a céu aberto e espalhando sangue por onde passa. Hoje não quero que me contes os teus problemas mundanos, as guerrilhas do trabalho, as dúvidas e as soluções pragmáticas. Hoje não. Não quero a tua racionalidade. A tua convicção. A tua verdade.
Hoje, só queria que fosses como um papel colorido que, com doçura, envolve em mil camadas protectoras o presente mais frágil, protegendo-me da queda certeira em mil estilhaços. 


In the Wings of Change

Monday, June 06, 2011 | 0 Comments

Mudo de cadeira, sento-me do outro lado da mesa. Mudo o lado da cama, mudo a posição da cama, mudo de camas. Mudo de gel duche, mudo de shampoo. Mudo a massa e o arroz. Como menos, saboreio outras coisas. Mudei até a própria fome. Mudo os sapatos, ando descalça. Mudo as cores. Mudo de emprego. Mudo os caminhos. Apanho outro eléctrico. Mudo de ruas. Mudo de roupas e de penteado. Mudo as palavras. Os gestos. A vontade. Mudo de amores. Amo. Muito. Amo muito. Cada vez mais. Amo de formas diferentes.
Quando deixamos de mudar é porque já estamos mortos.
E tu, mudas?
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
Pablo de Neruda

Amantes

Thursday, June 02, 2011 | 0 Comments


Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.
Pablo de Neruda

Hoje li isto...

Thursday, June 02, 2011 | 0 Comments

"Não há como comprar um corpo para se vender a alma."

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Mei and Arawn