Up in The Air

Thursday, January 28, 2010 | 0 Comments


“You're a parenthesis.”


“I thought we signed up for the same thing... I thought our relationship was perfectly clear. You are an escape. You're a break from our normal lives. You're a parenthesis.”

Eis a frase que ficou a ecoar depois de sair da sala de cinema. Realizado por Jason Reitman (Thank You For Smoking e Juno) com George Clooney, Vera Farmiga e Anna Kendrick, Up In The Air pode muito bem ser um dos filmes de carga filosófica e análise existencial melhor conseguido dos últimos tempos.
Em jeito de tragicomédia, Reitman consegue, como poucos, explorar o existencialismo e a sua carga dramática, vivida, cómica, triste, romântica. Trágica. Cruel.
Os comportamentos esterótipados e formatados, a organização conceptual asséptica, abstémia de vida e de imprevisibilidade estão muito bem conseguidas através das metafóricas imagens do aeroporto organizado e metodologicamente programado, quer nos actos como nas interacções entre pessoas. A vida do nosso protagonista, Ryan Bingham (George Clooney) é espelhada nessas imagens. Um especialista em despedir pessoas, em deixá-las à deriva, numa época em que o desespero do desemprego e da ruptura dos mercados económicos é um tema fulcral para os Estados Unidos. Falamos de um especialista em nada ter. Especialista em carregar uma mochila vazia às costas, enquanto outros, segundo a sua filosofia de vida, andam carregados com tudo o que a sua vida acumulou. O mais pesado segundo Bingham, são as pessoas que fazem parte da vida de cada um. Aí está algo que ele descarta. Profissional e pessoalmente.
Neste filme contam-se histórias de vida peculiares mas estranhamente ligadas à de qualquer um de nós.
Á medida que Bingham se vai envolvendo com as duas personagens chave Alex (Vera Farmiga) e a sua jovem e crítica colega de trabalho (Anna Kendrick) a forte convicção na sua filosofia de vida desligada de outros seres humanos começa a dar de si. Os próprios ambientes em que se move começam a mudar pela presença destas pessoas e começam a tornar-se humanizados para ele, imprevisíveis e problemáticos. Mas também infinitamente mais ricos. A confrontação com esses ambientes, com a alteridade e com a partilha de emoções de outras pessoas começa aos poucos a infiltrar-se em Bingham, que já não consegue manter a sua indiferença habitual, projectando-o como um ser com uma possível família, com laços. Com alteridade. Com peso. Já dizia Santo Agostinho "o meu peso é o meu amor" e aqui esse sentido é espelhado na mochila que todos carregamos às costas, com tudo o que nos é mais querido. O erro de Bingham foi não perceber que sem esse peso, apenas nos restam as nuvens e nesta excelente metáfora, a ausência dessa gravidade vivencial representa o constante acto de andar de avião, entre as nuvens, sem laços, sem ligações. No vazio.
A confrontação com o vazio dá-se no momento em que finalmente o seu grande objectivo de vida se concretiza: completar um milhão de milhas e ganhar o exclusivo cartão de membro Premium. No exacto momento em que caiu, com todo o seu peso gravitacional, nestas palavras: “I thought we signed up for the same thing... I thought our relationship was perfectly clear. You are an escape. You're a break from our normal lives. You're a parenthesis.”

Arrastão do meu outro cantinho Princípios da Incerteza

Sweet Mood: Possibility :)

Wednesday, January 27, 2010 | 0 Comments

Aldeias Sonoras

Wednesday, January 27, 2010 | 0 Comments



“Aldeias Sonoras” é um projecto educativo da Binaural de mapeamento sonoro de zonas rurais portuguesas, em paralelo com o seu levantamento geográfico, histórico e sócio-cultural.

O projecto pretende evidenciar a riqueza sonora do mundo rural português e a necessidade de o registar, envolvendo crianças e jovens nessa descoberta, promovendo em paralelo o sentido de identidade, de diversidade e de orgulho em viver no campo.

“Aldeias Sonoras” envolverá uma série de módulos de aprendizagem teórico-prática, com o objectivo de dotar os alunos de conhecimentos de tecnologias de registo e edição de sons, utilização de blogs para a organização e distribuição de informação, associando cada etapa do projecto a diversas disciplinas curriculares (nas áreas da arte, história, cidadania, geografia, tecnologias de informação, etc.).

Vejam mais no site das Aldeias Sonoras :)

Posted by Arawn

Um Amor Insólito

Friday, January 22, 2010 | 4 Comments



És o meu sonho de olhos abertos. Sem truques de câmara, sem realizador nem argumentista. Aninho-me nesse lúcido deambular dos dias, na esteira morna de abraço que me relembra a meninice. Gosto de ser o que sou contigo. Disse-te logo, quando nos enamorámos disto que somos juntos, que te amava pelo que sentia ser quando estou contigo. O meu amor por ti é isto. Não é mais do que a minha densidade de sangue feita pele e oxigénio. Esta percepção plena de veracidade, pulsante realidade imperfeita, assimétrica, incompletude do que ainda queremos ser.
Pode-se amar de muitas maneiras. Pode-se amar à distância, pode-se amar ao perto, pode-se amar sem saber, pode-se amar sem compreender, pode-se amar este, aquele e a outra. Eu amo-te nesta imperfeição constante que sou. E lá por causa disso, nunca te amei por seres perfeito. Se o fosses, serias um anormal! :) Não que não goste de anormais! Mas prefiro-te a ti, porque te sei. E depois, uma rapariga como eu só precisa de algumas poucas coisas, de uma mala cheia de cores e amores, daquelas vermelhas com rodinhas, para ser transportada com elegância. Por este andar vou precisar de um camião TIR! Já são 18 anos de felicidade, que felizmente (!) não ocupa espaço.
Parabéns a nós os dois e a esta nossa viagem que já arrecada muitas milhas!

A irrepetibilidade da vida. Aquela coisa de nunca se pisar duas vezes a água do mesmo rio, é mesmo verdade não é? Não sei se é da chuva. Se do aquecedor aqui ao meu lado a afrouxar o arrepio das gotas lá fora. Não sei se é o vergar dos bambus no terraço na sua luta desigual com a tempestade. Mas envolve-me uma nostalgia, intriga-me saber para onde vão as coisas que vamos vivendo. Será que há um registo algures, em arquivos cinzentos com etiquetas brancas escrevinhadas por funcionários curvados pelos desamores da vida, destacados para uma cave bafienta para arrumar as nossas vivências por ordem cronológica? Se sim, que número ou designação lhe dão, para as arrumarem? No meu arquivo, esta chama-se "Da doçura"
Abriu a porta e olhou-me sonolenta. Calçava as minhas pantufas brancas de pêlo e o meu robe azul. Não sabia muito bem o que esperar daquele dia.
Daquela semana.
Daquele mês.
Daquele ano.
Daquela vida.
Se a vida a engolisse, por ela, podia bem ser ali e agora. Mas não engoliu. Foi engolindo aos poucos, mas essa é outra história da qual não me apetece abrir agora o arquivo.
Levantei-me de um salto. O ar frio do corredor invadiu o quarto, como se almas perdidas ali soprassem para se alimentarem do calor dos corpos vivos. Senti a madeira suave e fria debaixo dos pés e meti-me na casa de banho para o ritual do despertar. A música tocava lá fora e confundia-se com os pássaros que chilreavam no jardim, do outro lado da rua. Ouvi-a a cantar e cantei também. Nada como acordar com a música a sair-nos pela boca. Bebi o sumo de laranja que me fez, das mesmas laranjas que perfumavam a cozinha, bebi desses lábios trémulos a minha própria doçura, à procura das palavras que deambulavam no ar sem encontrar o papel certo para pousar.
Ela via as pequenas coisas. Como eu as via. Parecia, por vezes, que o resto do mundo tinha olhos diferentes. Ou então éramos nós, que em vez de olhos, tínhamos umas janelas grandes, daquelas que há nos edifícios modernos e que ocupam a parede toda. Mas as nossas abriam, ao contrário das dos edifícios. E as pequenas coisas - como a brisa fresca da manhã, as borboletas esvoaçantes, o dia a correr morno por entre os dedos, um chá partilhado, o mar silencioso ou um colega a dar-nos um "bom dia" mais animado - tudo isso, tinha côr e vida e fazia sentido. Essa manhã foi uma manhã como as outras, excepto numa coisa. Ela estava lá. Mesmo quando deixou de estar, estava. Depois deixou de estar mesmo quando não estava.
E eu não consigo encontrar a designação certa que o senhor funcionário dos arquivos lhe deu para poder requerer de novo a sua presença. Intriga-me para onde foi o que poderei ter sido depois dela ter desaparecido. Ou o que ela poderá ter sido. Revolve-me na noite em pesadelos, em que o mundo acaba e morre e se esquece do que foi, verde, com borboletas coloridas de voo rasgado na imensidão. Nesses pesadelos a doença que prolifera e mata a humanidade é esquecermo-nos de quem somos. E dou por mim a sonhar que escrevo listas detalhadas de tudo o que fui e afinal, tudo o que fui, foi feito de ti, por ela, por este, aquela, o outro, por todos os que amamos. O que somos é uma lista de listas emaranhadas de outros seres. E no meu sonho quero fazer a lista de todos, rompo os dedos em tinta para escrever tudo, para que quando a doença atacar e eles não se lembrarem mais, poder ler em voz alta para que saibam quem são.
Como esta lembrança.
Que está no meu arquivo, com o nome certo, mas num alfabeto que não existe.

Beauty Addict: Alma

Monday, January 11, 2010 | 0 Comments




Alma from Rodrigo Blaas on Vimeo.


Written and Directed by: Rodrigo Blaas
Produced by: Cecile Hokes
Music: Mastretta
Art Director: Alfonso Blaas

Beauty Addict: Fredrika Stahl

Wednesday, January 06, 2010 | 0 Comments


The repertoire of Swedish singer-songwriter Fredrika Stahl consists of elegant jazz compositions and dreamy vocal textures. “Monumental Mismatch”, the opening track of Tributaries (2008), possesses this certain element of playfulness and simplicity that works so well with Fredrika’s flirtatious jazz approach. Accompanied by accordion and delicate piano arrangements, lyrical “Pourquoi Pas Moi” is a true homage to French chanson, while her yearning vocals bring to mind the critically acclaimed Lisa Ekdahl. (in Aurgasm)


Só porque me apetece

Friday, January 01, 2010 | 2 Comments


Me encanta el videoclip, la coreografia esta geniale e me gusta muchissimo como Shakira se mueve! 
É definitivamente um dos meus calcanhares de aquiles pop!

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Mei and Arawn