Weekenders feelings

Sunday, March 29, 2009 | 1 Comments

Just the two of us! :D
Para a Rita.
Para o João
Para mim! :)











"Para crescer, para amadurecer, para se ser feliz mais tarde, não há como um bom desgosto"
por Francisco José Viegas 

"Antigamente, chorava-se bastante. A literatura, de todos os géneros e de todas as condições, falava bastante de choros, convulsões, tristezas, morrer d`amor, sofrer de verdade, lágrimas de vários tipos, alaridos intermináveis, lamentações, prantos inqualificáveis, lamúrias, queixumes indescritíveis, sofrimentos atrozes, mais choros ainda, silenciosos ou cheios de ruído, de horrores. E falava ainda de desgostos.
Nos nossos dias o desgosto ficou fora de moda. Sobretudo os desgostos de amor. Passemos uma vista de olhos pela literatura dos nossos dias e teremos a prova. E mesmo pelo cinema. O desgosto desses anos loucos da literatura romântica passou, agora, a ter a “depressão” como anticlimax. Se, antes, nos romances de Camilo ou dos românticos de boa estirpe, se chorava e havia desgostos, agora uma simples “depressão” substitui o enorme complexo de sentimentos que estavam naturalmente implicados ao fim duma separação ou de uma desilusão de amor.
As “Cartas” de Soror Mariana são um dos exemplos mais claros dessa literatura e desse sentimento - o desgosto. A freira de Beja, uma clarissa e romântica impenitente que recordaria o seu cavaleiro até ao fim dos seus dias, é todo um paradigma que vem até hoje. Mas, nos nossos dias, o álcool, as drogas (leves ou duras), o jogging, a aeróbica, as dietas, as viagens de Verão ou a companhia de um animal doméstico substituem o exagero romântico de outros tempos. Ninguém está disposto a chorar até ao fim pelas suas dores de amor, pelos seus sofrimentos de coração.
Também é verdade que nunca houve, como nos nossos dias, “o medo do grande amor”, título de um livro, aliás, que devia merecer toda a nossa atenção. O “medo do grande amor” é sobretudo, o medo do falhanço, o medo da derrota, o medo de enfrentar a nossa imagem no espelho de uma biografia onde se acumulam casos e descasos - e o medo de que possamos falhar naquilo que, no princípio de tudo, elegemos como fundamental, essencial, o “grande amor”. Mas também já ninguém, ou quase ninguém acredita nesse “grande amor”: em vez disso, fala-se frequentemente de “relação”, um nome inqualificável e desprovido de emoção e sentido.
De modo que, depois de uma separação, o “desgosto”, o velho e simpático “desgosto” que, no século passado, produzia sonetos, sofrimentos, febres altas e jejuns espectaculares, acaba por ser uma espécie de “reconstrução de uma vida”. É muito mais saudável, certamente, mas produz muitas conversas, catarses, banalidades de psicologia baratíssima. Enfim: foi-se o desgosto mudo, o desgosto do isolamento, o grande desgosto que transforma a vida numa coisa sem sentido nem afecto.
Ora, o desgosto é uma etapa necessária na vida de cada um. O desaparecimento, a morte, as despedidas, o não-sei-quê que irrompe sem razão nem justificação, são meio caminho para que se fale do desgosto. Uma adolescência sem grandes desgostos, desilusões e choros não merece ser recordada - pareceria, apenas, uma banalidade. Ora, a adolescência precisa desses voos de sofrimento e de desalento, para que o optimismo histórico dos nossos dias seja, pelo menos, mitigado - para que o corpo tenha uma alma e não se reduza a uma matéria orgânica absolutamente biológica, capaz de reacções químicas mas impassível perante o fim do mundo permanente que empresta alguma fragilidade ao género humano. As adolescentes de alguns anos atrás sofriam mais, repetiam na vida real aquilo que a grande literatura, o grande cinema, o grande romantismo, prometia como uma forma de dar sentido à vida. Choravam mais. Eram mais humanas.
De resto, havia, na literatura do século passado, cenas lancinantes de cabelos arrepelados, de doenças estimuladas pela dor d`amor. Depois disso, sim, acontecia a grande ressurreição do mundo que apagaria o desgosto da noite para o dia. Talvez mesmo um novo amor, uma nova vida, uma nova cidade.
O amor, grande ou pequeno amor, passou para a categoria do “piroso”, do “kitsch”, onde o desgosto foi anulado como uma inutilidadde. Há cada vez mais vergonha de mostrar um afecto, uma sensibilidade, uma lágrima.
Um homem, por exemplo, deve ser forte, deve saber ultrapassar o sofrimento e o desgosto. Mas deve, igualmente, ter a grandeza e a serenidade de, por alguma forma aceitar o profundíssimo peso de um desgosto que mudou a sua vida ou a transformou. Uma vida sem essas fraquezas não terá o brilho e a glória que faz da vida um sobressalto feliz. Havia, no século passado, a ideia de que a felicidade poderia, até, exigir esse pequeno desgosto que marcaria a pele e a alma. Hoje, o desgosto de amor foi substituido pelo despeito e pelo ressentimento, que são perigosas doenças de carácter, meio caminho para a cólera e a injustiça.
Para crescer, para amadurecer, para se ser feliz mais tarde (ou quando for), não há como um bom desgosto. Nada mais humano que um bom desgosto."

Dancing Till Dawn

Wednesday, March 25, 2009 | 1 Comments

É o que eu quero fazer num futuro muito próximo ;)



Há vídeos que são uma tesão e este é um deles, realizado pelo senhor Jean Baptiste Mondino. Enjoy!

Feeling kind of stupid!

Tuesday, March 24, 2009 | 1 Comments

Sometimes I feel just like that stupid cats that fall of the window! 
"Wiiiww!!!!!... What a fantastic view!" But even before you can really feel the dizzyness and embrace the fall, becomes all dark and cold!
But surely, I haven't nine lives to repeat it! Damn!

Parabéns Mãe!

Monday, March 23, 2009 | 2 Comments

Um beijinho que te dei pessoalmente. Um miminho perdido no meio de um dia de loucos. Uma evasão traquina, como fazia quando era pequena e me sujava para te ir apanhar flores. E ficavas sem jeito e só te saía um "vá, já sujaste o vestido todo!" e sacudias-me o vestido e ajeitavas-me os cabelos. Hoje fui traquina mas não faltei às aulas para ir namorar. Foi para te ver e para passar um bocadinho deste dia contigo e sai-te um "então e faltaste ao trabalho e ao curso assim, não era preciso." 
Não mudas. E não faz mal. Gosto muito de ti. Parabéns Mãe!

Into your arms

Monday, March 23, 2009 | 2 Comments

Nestes dias de decisões difíceis, de noitadas, de directas atrás de directas... Nestes dias colados à noite a trabalhar, a amar, a reflectir, a decidir, a perder a paciência, a dizer parvoíces que não deviamos... Nestes dias a tentar viver um bocadinho mais, a dançar, a visitar amigos, a mimar familiares mais chegados.... Nestes dias a viver sem fôlego, a ficar sempre aquém do que temos para fazer e deixando tanto do que queremos fazer... 
Nestes dias que parece que nunca nos chegam, estás tu. 
Aqui ao meu lado. Mão na mão. Enlaçados pelo querer. 
A dançar comigo a dança inebriante da vida. Até ficarmos tontos e cairmos nos braços um do outro. :)

aqui deixamos noutra oportunidade esta musiquinha, mas hoje apeteceu-me ir ouvi-la de propósito, para valsear por aqui contigo.

Into My Arms"

I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt He had to direct you
Then direct you into my arms

Into my arms, O Lord, Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms

Into my arms, O Lord, Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

And I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candle burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore

Going Under... ;)

Friday, March 20, 2009 | 0 Comments

Goth Party Mood!

Fairy Armor

Friday, March 20, 2009 | 1 Comments



When we really can't understand 
all that wrath and anger and...
When is so much easier to attack 
and just act like a real jerk...

I just try to live this day 
I just give my best shot
... even when my best is really crappy.
Like today.

Father Figure

Thursday, March 19, 2009 | 2 Comments

Para o homem que sempre me encorajou a desejar a Lua :)
Listening to Air...

Alter-places...

Thursday, March 19, 2009 | 0 Comments


For now, I'm here...
But really, my love, 
I'm already there...


Today's Feelings: AARGGHHHH!

Wednesday, March 18, 2009 | 2 Comments

Há gente que só nos faz perder tempo. E a maioria das vezes, aquele que não temos.
Iniciei hoje outra formação e descobri, para grande sofrimento meu, que existem criaturas que conseguem estar uma hora e meia a falar sem respirar (por isso lhe faltava o oxigénio no cérebro, o que explica muita coisa) sobre as idiotices mais insignificantes, enchem chouriças a preencher formulários administrativos que outro formador ainda há pouco tempo, numa outra formação conseguiu resolver nuns afoitos 8 minutos e cuja primeira perguntinha relativa ao que afinal era suposto ali fazermos - quando se decide ao final de uma hora e quarenta e cinco longoooooos minutos foi: 
- Alguém me sabe dizer o que é um micróbio? Será um bichinho? Será bom? Será mau?" 
- Eu sei minha senhora, eu sei! Tem duas pernas, dois braços, tagarela muito, fala com homens e mulheres adultas como se fossem débeis mentais e que, no meu caso, começaram a trabalhar às 4:30 da manhã, para lhes fazer perguntas de forma insultuosamente estúpida.
Há dias em que o magnífico sol que nos ilumina devia incinerar certas e determinadas existências do planeta!
O que vale é que nos deu logo o manual e já vou na página 72. Nunca um manual de boas práticas de higiene e segurança alimentar foi tão avidamente lido por alguém!

Em que mão...?

Tuesday, March 17, 2009 | 3 Comments

Por vezes abro a mão onde encerrei a ternura. Como fazia com as conchas mais bonitas. Escondia as mãos atrás das costas e trocava uma e outra vez. E agora? Onde estão? A mão onde as escondia abria-se lentamente e de lá saía o teu sorriso envolto em maresia.

Por vezes abro a mão onde encerrei a inocência. Como fazia com as pétalas das flores no verão. Mas crescer tem destas coisas e já não vale a pena adivinhar em que mão elas se escondem. Até porque só tenho duas mãos e há tantas outras mãos por onde escolher.

E a mão cerra-se com a palmada silenciosa da indiferença.
E das conchas fica a areia.
E das pétalas apenas o cheiro.

Before the night begins

Monday, March 16, 2009 | 3 Comments



Silence speaks. 

And Pachelbel's Canon in D' tells all the rest.

Kiss Kiss...Bang Bang!!!

Monday, March 16, 2009 | 0 Comments

Arte de Amar

Metidos nesta pele que nos refuta, 
Dois somos, o mesmo que inimigos. 
Grande coisa, afinal, é o suor 
(Assim já o diziam os antigos): 
Sem ele, a vida não seria luta, 
Nem o amor amor. 

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"



...Faltava a música. Já sei que me vão dizer que tenho um fetiche qualquer com o Ville Valo dos H.I.M. e se calhar até tenho... reminiscências de adolescência que me fazem gostar especialmente de morenos com olhos prescutantes e vozes que nos agarram pela cintura. Ou não...

Just For Tonight é cantada por Valo e pela canta-autora Manna e é quase tão bonita como a nossa Summer Wine. E já faz parte da coluna das nossas músicas há uns tempos, mas hoje tem aqui o seu momento de glória... just because there are musics that tell all our silenced words.


Too late, won't stop 
Tonight I want to go deeper
Tomorrow takes it all away
Time's running out
The night is only a shell
Soon morning comes and breaks the spell
To the yesterday, to a dream

Just for tonight, we'll keep on dancing
And the city won't tell a soul
Just for tonight, the lights are shining 
And our secret stays untold

These streets are mine
Tonight I'll keep on walking
Won't stop as long as the city sleeps
Don't look back once
Or you might turn around
Tonight I'll give myself to you
And our secret stays untold

Just for tonight, we'll keep on dancing
And the city won't tell a soul
Just for tonight, the lights are shining
And our secret stays untold
Just for tonight, we'll keep on dancing
And the city won't tell a soul
Just for tonight, the lights are shining
And our secret stays untold

(They can't see us now)
They can't see us now
(They won't catch us now)
They can't see us now
(They can't see us now)
They can't see us now
(They won't catch us now)
They can't see us now

My sweet Luna

Monday, March 16, 2009 | 2 Comments

Está de volta a minha bigodinha. E é vê-la a matar saudades dos pardalitos e do casalinho de melros que todas as manhãs animam a nossa janela. Já tinha saudades das pantufinhas silenciosas e doces a acordar-me de fininho. Do bailado delicado que faz em volta dos meus pés de manhã quando desço as escadas para ir preparar o pequeno-almoço. Da companhia suave que nos faz no sofá, encostadinha a nós enquanto lemos um livro. Do ronron imparável e morno quando lhe pego e a aconchego contra o pescoço onde se enrola como se  não houvesse amanhã. É simples e tão genuína esta harmonia entre nós.
É bom ter-te de volta Luninha. 
I'm almost sure that friends must be one of the most good damn things in life!
...the ones who, as easy as pie, drink sangria with us in a beautiful sunny afternoon laughing and cherishing all the good moments we spend together.
...the ones who are really emotional, daring, anoying and complicated and who gave us so much twisted feelings and heartbreaking.
...the ones who are silent and peacefull but with a true sharing feeling that comes from another kind of empathy that words just cannot take it...
..To all of them: you make it worthy! :)
Happy Sunny Weekend!

Advertising Poem ;)

Friday, March 13, 2009 | 1 Comments

Vem mesmo a calhar para a campanha de advertising que estamos a planear.
Agora até poemas aqui coloco! ;) Tens grandes motivos de orgulho em mim M.! E versa qualquer coisa assim:

TELL ME QUICK AND TELL ME TRUE (OR ELSE MY LOVE, TO HELL WITH YOU!): 

I see that you've spent quite a big wad of dough 
To tell me things you think I should know. 
How your plant is so big, so fine and so strong; 
And your founder had whiskers so handsomely long. 

So he started the business is old '92! 
How tremendously interesting that is -- to YOU. 
He built up the thing with the blood of his life? 
(I'll run home like mad, tell that to my wife!) 

Your machinery's modern and of so complete; 
You "rep" is so flawless; your workers so neat. 
Your motto is "Quality"-- capital "Q" --“ 
No wonder I'm tired of "YOUR" and "YOU"! 

So tell me quick and tell me true 
(Or else, my love, to hell with YOU!) 
LESS - "how this product came to be"; 
MORE - what the damn thing does for me! 

Will it save me money or time or work; 
Or hike up my pay with a welcome jerk? 
What drudgery, worry, or loss will it cut? 
Can it yank me out of a personal rut? 

Perhaps it can make my appearance so swell 
That my telephone calls will wear out the bell; 
And thus it might win me a lit of fine friends --“ 
(And one never knows where such a thing ends!) 

I wonder how much it could do for my health? 
Could it show me a way to acquire some wealth? 
Better things for myself, for the kids and the wife, 
Or how to quit work somewhat early in life? 

So tell me quick and tell me true 
(Or else, my love, to hell with YOU!) 
LESS - "how this product came to be"; 
MORE - what the damn thing does for me! 

Anonymous, 1942

Ideas worth spreading :)

Thursday, March 12, 2009 | 1 Comments

Ainda agora me comecei a afeiçoar ao meu pequenote e mágico IPhone e espetam-me com isto?!? Mas que jogada mais rasteirinha! Como diz o Filipe Homem Fonseca no seu blog, onde eu descobri este milagre tecnológico e o qual passo a citar "Ver este video faz-me sentir que estou a blogar de uma máquina de escrever." Ah pois é!
Descubram mais no site da TED.

The Sixth Sense... ;)
Começo a apanhar o jeito disto dos blogs!

Muito interessante este documentário Canadiano da CBC sobre energias renováveis em Portugal. 40% da nossa energia vem já hoje de fontes renováveis e estamos de facto na vanguarda da tecnologia da energia verde. E são os canadianos que o afirmam! J


Energias Renováveis:2ª Maior central solar do mundo em Portugal

By Nuno Conde, in Engenharia Civil Wordpress
A 2ª maior central solar do mundo de produção de electricidade através de energia solar foi inaugurada recentemente em Portugal. Situada em Serpa, no Alentejo, esta é uma forte aposta nas energias renováveis, num país em que o Sol briha, em média, 1600 horas por ano no Norte e até 3300 horas no Sul, segundo dados do Instituto de Meteorologia. Ao todo são 52 mil painéis fotovoltaicos, com uma potência total de 11 megawatts (de referir que a maior central está instalada na Alemanha, dispõe de uma capacidade de produção de energia de 12 Mw), que transformarão a radiação solar em electricidade suficiente para suprir o consumo de oito mil pessoas. Esta central de energia solar fotovoltaica contou com um financiamento de cerca de 75 milhões de dólares, cerca de 56,4 milhões de euros, em 2006.

 

CENTRAL FOTOVOLTAICA SOLAR DE SERPA

Construído em Serpa pelas empresas General Electric, PowerLight e Catavento, o equipamento deverá ter companhia em breve, uma vez que Moura, também no Alentejo, irá receber uma unidade ainda maior, com 62 MW de potência, sendo que outros projectos estão também em curso na região. Para conhecer a potencialidade do continente na produção de energia através do Sol, a Comissão Europeia desenhou um mapa sobre a Europa, onde se destaca o local onde a electricidade solar seria mais barata.É em Portugal, mais precisamente no polígono formado pelo Algarve e zona leste do Alentejo, onde o Sol reina à vontade. Em contraste, o líder absoluto deste aproveitamento solar, com uma quota de 86%, é um país bem mais frio e nebuloso, a Alemanha. Refira-se que o Governo Português fixou um tecto de 15o MW, até 2010, para a potência instalada de centrais fotovoltaicas. Até meados do ano passado, as unidades já aprovadas pelo Ministério da Economia e da Inovação somavam 93 MW, estando já incluídas neste conjunto as megacentrais de Serpa e de Moura.

Ficha técnica da Central
 
Local:
Brinches (concelho de Serpa, distrito de Beja)
Equipamento:
52 300 Painéis
Potência Instalada:
11 MWp
Investimento aproximado:
62 000 000 euros
Produção Anual Esperada:
21 000 MWh
Poupanças equivalentes em Petróleo:
1720 Toneladas/ano (12556 barris/ano)
Emissões Evitadas de CO2:
19 000 Toneladas por ano.

1 ano... É muito tempo?

Thursday, March 12, 2009 | 4 Comments

Um ano. Parece-me ser esse o tempo necessário à cicatrização das afecções mais devastadoras do coração.
Um ano. Foi o tempo que precisei para poder dormir sem sonhar com ele, com o primeiro homem que amei na adolescência e que foi levado tão jovem, de repente, num estúpido acidente. Mas os acidentes são todos estúpidos.
Mais três anos para poder voltar a amar com aquela intensidade.
Um ano. Para controlar o gesto automático de bater à porta da minha ama quando subia as escadas, depois desta também nos ter deixado. 
Um ano. Para deixar de ouvir a voz dela nas escadas, para não sentir a presença do seu perfume no corredor por onde passava todos os dias, naquele rés-do-chão que me fez tão feliz tantos anos da minha infância.
Um ano. Para perder a fé em qualquer religião, em qualquer ser superior, em qualquer salvador.
Um ano. Para recuperar a fé nos meus punhos, na vontade e numa ética pessoal construída aos solavancos, aos avanços e recuos, arrancado à dúvida constante de qual o caminho.
Um ano. 
Para perder um amigo. Para perder um amante. Para perder uma mãe. 
Um ano. Para aceitar a perda.
Uns vinte, pelas minhas contas... para algum dia poder falar disso. Escrever sobre isso.
Porque escrever exige tanto de nós. Exige aceitação vivencial e partilha. Mesmo que seja apenas pela nossa própria confrontação com as palavras e com os medos que aqui ficam cristalizados. Que um dia poderemos tirar da gaveta e ler, como quem tira uma foto antiga dos avós quando eram muito novos e se sente de repente tão velho, porque em breve, mas tão brevemente, alguém vai ver também a nossa foto de quando eramos novos e pensar o mesmo.
Um ano. Para conseguir diluir nos dias, nas horas e nos minutos todas as ofensas, as mentiras, as traições, as desilusões. As nossas. As dos outros. 
Podemos levar a vida toda a recuperar. Mas um ano é quanto basta para que a alma deixe de sangrar... Quem tiver outra tese sobre isto que me diga. Ficaria muito contente se se pudesse reduzir, como quem reduz as penas dos condenados por bom comportamento. Porque garanto-vos que é o ano mais longo das vossas vidas. Porque o tempo cá dentro passa tão lentamente.
Dão-se mesmo alvíssaras a quem o conseguir.
O Fernando Alvim escreve lindamente e aqui fica um texto dele, muito bonito por sinal, para se deleitarem. Já sei que estão mais familiarizados com o lado extrovertido e brincalhão, mas o rapaz é um romântico e um excelente escritor. E dos bons românticos. À antiga! ;) Cá fica a mais do que merecida homenagem, vinda de arrastão, mas com muita meiguice, do blog dele:


"Meu amor, escrevo-te como te havia prometido para dizer no fundo o que já sabes: que gosto de ti. E não é de agora. Eu gosto de ti desde os tempos do antigamente em que as mulheres usavam sombrinhas na rua, para que o sol não as incomodasse. Eu gosto de ti desde daí, e sei bem que nunca o terás notado, porque quando te aproximas todo eu estremeço, como quando o vizinho de cima fecha a porta de casa com muita força e todo o prédio ouve. Meu amor, tu não precisas de qualquer porta para te fazeres notar, porque a tua simples passagem, a tua presença, é superior a mil portas a fecharem-se com estrondo.

Meu amor, eu queria-te ter sempre ao pé de mim e ensinar-te palavras em português que eu sei que terás sempre dificuldade em dizer. Por exemplo: amo-te. As pessoas têm muita dificuldade em dizer isto em Portugal, mas eu vou-te ensinar a dizer-te na perfeição. De tal modo, que quero que olhes para mim e o digas todos os dias. Até ser perfeito. Até saber tão bem como sabem os bons-dias quando ditos com vontade. A grande maioria das pessoas quando diz os bons-dias não o deseja de verdade, meu amor. Deseja-se um bom dia como poderia perguntar-se se tem rebuçados para a tosse. E com o amo-te por vezes também é assim. As pessoas acham isto giro, porque ouvem nas telenovelas a dizerem-no com tal destreza, que pensam que na vida real também é assim, que quando o dizemos, também se ouve uma música de fundo que sobe à medida que nos beijamos.

E agora que penso nisto, pergunto: Como se dirá amo-te em finlandês? Como se dirá amo-te na Finlândia? Porque é que só aí existem saunas mistas? Gostava tanto que me ensinasses coisas sobre a Finlândia que até podíamos fazer uma espécie de acordo. Eu ensino-te a dizer amo-te em Português e tu em finlandês. E em nossa casa, eu só falo em finlandês com os miúdos e tu em português. E é nesta saudável universalidade que celebraremos o nosso amor, hoje Helsínquia, amanha Lisboa, aqui Cavaco silva, ali Tarja Halonen, na Finlândia os Him, aqui os Xutos, em Suomi 5 milhões, em Portugal 10.

Mas não seremos mais dois meu amor, isso não. Seremos 5, seremos 10 milhões, seremos Portugal e Finlândia, o mundo inteiro se quiseres, desde que saibamos dizer amo-te na minha língua, na tua língua, em todas as línguas, como se de cada vez que o fizéssemos, fosse tal a intensidade, que o mundo inteiro nos celebrasse. E o mundo, é esse que vês daí meu amor mais lindo. Está inteirinho à tua espera, impaciente para lhe ensines, como se diz amo-te em finlandês."

I'm so F***ing Fantastic!

Wednesday, March 11, 2009 | 3 Comments


É muito bom ser auto-confiante. É muito bom ter uma auto-estima elevada. É muito bom acharmo-nos o máximo. Mas não é assim tão bom quando o alcance dos nossos olhos só consegue ir tão longe quanto o nosso umbigo nos permite. Não é assim tão fantástico quando a nossa auto-estima serve apenas para nos considerarmos superiores e infinitamente diferentes, sempre para muito melhor, claro está, que todos os demais. Como se o resto do universo só pudesse sobreviver por nós existirmos. De facto, o nosso universo só assim pode existir e isso é tãoooo limitador.
A sério, convençam-se disto: O universo não dará pela vossa ausência um milésimo de segundo que seja! O universo tem mais do que fazer, do que pensar e do que ser para além da vossa/nossa existência.
Os outros, the closest ones, aqueles que realmente se preocupam e gostam de nós poderão sentir a nossa falta se nos formos... por uns meses, até por uns anos, podem até recordar-nos intermitentemente até ao final dos seus dias, mas nada pára, mas mesmo nada pára com o nosso desaparecimento.
Quando nos despegamos da vergonha, despegamo-nos do parecer e aproximamo-nos mais do que queremos ser, desinteressamo-nos do que pensam de nós. E como por magia: tornamo-nos livres! 
E podemos, de facto, apreciar mais os outros e encantarmo-nos com o que nos rodeia. E podemos realmente ser mais genuínos com aqueles com quem nos importamos e que no fundo são aqueles perante os quais nos importa o que pensam de nós. E descobrimos que a beleza pode ser encontrada em tantos sítios fora de nós, em tantas pessoas, em tantos gestos, mesmo que sejam os nossos olhos a perscrutá-la... Porque afinal até há seres fantásticos, cheios de coisas extraordinárias para nos contar e plenos de outras vivências e deslumbramento. Há outras galáxias, grávidas de vida e côr, como já referi num qualquer outro texto deste estaminé ;)
Quem acredita piamente que lá fora só encontra mediocridade e servilismo, devia abrir um pouco melhor os olhos e escutar com atenção. Ver em vez de olhar, escutar em vez de ouvir. Mas por vezes é difícil, de tão enamorado que se está consigo mesmo, conseguir prestar atenção aos ruídos surdos dos outros lá fora. 


O tema chama-se Dragonfly, e a banda chama-se My Brightest Diamond. A voz fantástica e alada é de Shara Worden.

"My Brightest Diamond is the project of singer-songwriter multi-instrumentalist Shara Worden. The band has released two studio albums2006's Bring Me the Workhorse and 2008's A Thousand Shark's Teeth, along with a remix album Tear It Down and a download-only release through iTunes. Worden has also performed with Sufjan Stevens as a member of the Illinoismakers.
My Brightest Diamond mixes elements of opera, cabaret, chamber music, and rock. While living in New York City, Worden began writing her own material, which had one foot in her classical training and the other in the avant rock she was discovering. She became as involved in the world of underground rock as she was in the realms of classical music, becoming inspired by the likes of Antony and the Johnsons and Nina Nastasia and their intimate performances at venues such as Tonic, the Living Room, and the Knitting Factory."
in Wikipédia, here.

A reinventar a roda ;)

Tuesday, March 10, 2009 | 1 Comments



Conceito Mitsubishi reinventando a roda... 
Como dizia o anúncio: "Eu quero um Mitsubishi!"
Bora dar uma voltinha?

New York, New York!

Monday, March 09, 2009 | 0 Comments


Não há quem não repare nele. Não há quem não sinta já o seu suave toque a amornar as almas e os sorrisos de quem passa. Não há quem não repare já nas roupas mais leves, mais coloridas e felizes. Não há quem não tenha ganas de tirar a bicla do alpendre e dar umas passeatas tranquilas em Monsanto ou junto ao rio. Nós por cá vamos sonhando com tardes lânguidas de confidências e risos cristalinos, de peles douradas pelo beijo suave desta luminosidade viva que tudo envolve, de gelados gulosos e de lábios mais doces que nunca... de frescura primaveril pintalgada de papoilas e flores coloridas em cada palavra e em cada gesto.
Já diziam os The Kinks:
And I love to live so pleasantly, Live this life of luxury, Lazing on a sunny afternoon.
In the summertime... In the summertime... In the summertime :)

Safe Trip Home - Dido

Friday, March 06, 2009 | 1 Comments

To accompany the release of Dido’s new album, Safe Trip Home, there were commissioned top directors from across the globe to make 11 short films — one for each track on the album. Click on the links in the site to watch the ones that have been made so far, and look out for more films on the site soon. 
Tão catita não é?
Eu escolhi este: 

Shot in Catlins, New Zealand by Sally Williams and soundtracked by Look No Further by Dido

Broken Strings

Friday, March 06, 2009 | 2 Comments



Let me hold you
For the last time
It's the last chance to feel again
But you broke me
Now I can't feel anything

When I love you
It's so untrue
I can't even convince myself
When I'm speaking
It's the voice of someone else

Oh it tears me up
I tried to hold but it hurts too much
I tried to forgive but it's not enough
To make it all okay

You can't play our broken strings
You can't feel anything
That your heart don't want to feel
I can't tell you something that aint real

Oh the truth hurts
And lies worse
I can't like it anymore
And I love you a little less than before

Oh what are we doing
We are turning into dust
Playing house in the ruins of us

Running back through the fire
When there's nothing left to say
It's like chasing the very last train
When it's too late

Oh it tears me up
I tried to hold but it hurts too much
I tried to forgive but it's not enough
To make it all okay

You can't play our broken strings
You can't feel anything
That your heart don't want to feel
I can't tell you something that aint real

Oh the truth hurts
And lies worse
I can't like it anymore
And I love you a little less than before

But we're running through the fire
When there's nothing left to say
It's like chasing the very last train
When we both know it's too late

You can't play our broken strings
You can't feel anything
That your heart don't want to feel
I can't tell you something that aint real

Oh the truth hurts
And lies worse
I can't like it anymore
And I love you a little less than before
Oh and I love you a little less than before

Let me hold you for the last time
It's the last change to feel again

"Com Defeito"

Thursday, March 05, 2009 | 3 Comments

Fui ali apanhar com uma potente ventania e uma reunião quase-interessante, o que me empurrou direitinha de volta para aqui. Já não bastava a árvore atravessada na estrada às 4:45 da manhã em Monsanto e um taxista com tiques de X-Men a querer arrastá-la para a berma. Ainda pensei que ele tivesse uma motoserra ou assim, mas depois pensei melhor e achei má ideia perguntar-lhe. Ora vejamos: Eu. O taxista. Monsanto. 4:45 da manhã. Chuva. Tempestade. Escuro. Motoserra. Há qualquer coisa aqui que bate muitooooo mal.

Passando ao que interessa:
"Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros que temos: não os sentimos, eles só incomodam os outros."Anne Lambert
Ora cá está, incomodam-me imenso. Os cheiros. Quando não são fresquinhos a pétalas e a jasmin ;)

"O problema das pessoas que não têm defeitos é que, com certeza, têm virtudes terríveis." Elizabeth Taylor
Virtudes grandiosas então é de fugir! Não há quem ature gente virtuosa!

"O Homem aprendeu a escrever os defeitos no bronze e as virtudes na água." Beethoven
Não será ao contrário? As virtudes no bronze e os defeitos na água? Hã...? Não? 

"Geralmente, quando detestamos alguma coisa nos outros é porque a sentimos em nós mesmos. Não nos aborrecem os defeitos que não temos." Miguel de Unamuno
Autchhhhh! Esta doeu! Mas não vai ser por isso que vai deixar de assombrar este texto, já por si tão desagradável. Por respeito à psicanálise que afirma isto. E por respeito à filosofia, dado o autor.

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o nosso edifício inteiro." Clarice Lispector
Cuidado com as correcções e melhoramentos: não vão para aí piorar ainda mais as coisas ;)

"Apenas confessamos os pequenos defeitos para persuadir os outros de que não temos grandes. " François de La Rochefoucauld
Venham daí os grandes, vá, como um homem! Que um homem tem de os ter grandes! lol

"À noite, quando começo a pensar nos meus defeitos, durmo imediatamente." Abraham Lincoln
É tiro e queda para cair nos braços de Orpheu. Melhor ainda que a própria Lira de Orpheu. Garantido: resulta melhor do que contar carneiros, ovelhas ou qualquer outra coisa que vos aborreça ainda mais.

Classificados C/Defeito:
Artigos com uso, algumas pequenas fissuras e as arestas meio limadas. Sem peças de reposição nem garantia. Não precisam de pilhas. Com tiques particulares e esquisitos para funcionar propriamente. Eventualmente assombrados.  Em boas condições mas a precisar de algumas reparações. Com defeito. Sem promoção. Oportunidade única. :)

Admirável Mundo Novo

Thursday, March 05, 2009 | 2 Comments

Há coisas fantásticas neste mundo da blogosfera, mas também há coisas muito complexas. Demasiado. 
Acho delicioso o jogo do "será que foi para mim?" ou "parece mesmo que estão a gozar com a minha cara!" ou "oh que pena, afinal não era..." ou simplesmente de um genuíno e desinteressado "gostei muito" seguido de um rápido "mas não era para ti!". Delicioso mas cansativo. E sempre resultante dos egos agigantados que tantas vezes todos somos um pouco.

Tenho saudades de quando ninguém visitava este estaminé. A sério. Em que podiamos simplesmente escrever o que apetecesse sem lápis azuis, anónimos inconvenientes ou pior, amigos a enfiar carapuças que não lhes servem sequer. Assumo sempre que deve ser um problema meu de expressão. A resolver. Pacientemente.
Por outro lado, gosto da companhia que alguns de vocês nos fazem. Sabe bem. É reconfortante. E melhor ainda é ler-vos nos vossos recantos e imaginar-vos a escrever a beleza e o deslumbramento. E desejar que algumas dessas palavras doces tenham sido dedicadas, nem que um bocadinho, também a nós. Ou a alguém como nós, algures perdido numa qualquer janelinha de luz acesa da cidade. E que as palavras duras e injustas não o sejam :)
E é bom identificarmo-nos. E é bom antagonizarmo-nos. E é tão bom discordamos. E é mesmo bom encontrar afinidades. 
Mas agora vou fechar os portões a password, esconder a chave na soleira da porta e vou até lá fora  que se aprende e vive mais.
Até logo.
:*

Living in a World Without You

Wednesday, March 04, 2009 | 1 Comments

It's hard to believe that it came to this,
You paralyzed my body with a poison kiss
For 40 days and nights I was chained to your bed,
You thought that was the end of the story
Something inside me called freedom came alive
Living in a world without you.

You told me my darling,"without me, you're nothing".
You taught me, to look in your eyes and fed me your sweet lies!
Suddenly someone will stare in the window.
Looking outside at the sky that had never been blue...

Ahh! there's a world without you
I see the light.
Living in a world without you.
Ahh!, there is hope to guide me
I will survive!
Living in a world without you.

It's hard to believe that it came to this,
You paralyzed my body with a poison kiss
For 40 days and nights I was chained to your bed,
You thought that was the end of the story
Something inside me called freedom came alive
Living in a world without you.

You put me together, then trashed me for pleasure...
You used me again and again, abused me, confused me!
Suddenly naked I run through your garden.
Right through the gates of the past and I'm finally free...

Ahh!, there's a world without you
I see the light.
Living in a world without you.
Ahh!, there is hope to guide me
I will survive!
Living in a world without you.

It's hard to believe that it came to this,
You paralyzed my body with a poison kiss
For 40 days and nights I was chained to your bed,
You thought that was the end of the story
Something inside me called freedom came alive
Living in a world without you.

Ahh!, there's a world without you
I see the light.
Living in a world without you.
Ahh!, there is hope to guide me
I will survive!
Living in a world without you.

Living in a world without you.

The Rasmus, from Black Roses album
My favourite.

Bad Girls go Where?

Wednesday, March 04, 2009 | 4 Comments

Hoje apetece-me destilar azias! ;) Eu que detesto sonsas... que são o pior género de bad girl que existe. Das outras até gosto.

Sometimes bad girls are really just mean, bad and stupid. And where shall we send them? To that secret F****** place we all know!

Na demanda da nossa côr

Tuesday, March 03, 2009 | 4 Comments

Já devem ter reparado que o nosso blog está em obras ;)
Estamos à procura de um layout e cores que agradem a ambos, ao que mais escreve e ao que mais lê ;) Uma vez que este cantinho foi fundado por duas meninas e uma delas gostava particularmente de pink, mas uma vez que entretanto já não nos faz aqui companhia, faz sentido que procuremos as cores e o formato que mais nos agradam. E vai ser uma aventura! Uma guerra de pinceladas e de esgar de sobrancelhas! O mais natural é isto ficar irreconhecível. Be prepared!
Já tinhamos escrito por aqui o preview de Coraline. E ficam três adjectivos depois do visionamento: criativo, imaginativo e extravagante. Como a animação deve ser. Os efeitos visuais estão um luxo e a tecnologia 3D dá uma magia e envolvência que apela à imaginação, tudo envolto numa belíssima história mágica, bem contada e muito, mas mesmo muito bem desenhada. O argumento de Coraline é baseado num conto de Neil Gaiman e conta-nos a história de Coraline, uma menina que atravessa uma porta secreta na sua nova casa e descobre uma versão alternativa da sua própria vida. O que inicialmente parece um mundo de deslumbramento, onde tudo é melhor, mais belo e divertido, vai, aos poucos revelando a sua verdadeira essência de armadilha fatal, relembrando a afirmação "tem cuidado com o que desejas, pois pode tornar-se realidade". A realidade de Coraline fica em perigo e ela terá de se munir de persistência e coragem para recuperar a sua vida real. Esta é uma animação com uma amplitude etária muito alargada. Tanto seduz facilmente crianças e jovens como adultos. É uma história capaz de interpretações subjectivas muito interessantes entre-linhas, cheio de mensagens e simbologias, com as sucessivas alterações e evoluções de personalidade da própria Coraline, as latentes mensagens psicológicas escondidas no mundo paralelo e nas próprias acções das personagens. A criação paralela de mundos inventados, onde tudo é côr-de-rosa e perfeito avisa desde os primeiros instantes o espectador do custo de tal perfeição, como se desde o início se sentisse que algo estaria profundamente errado naquele mundo. Porque a imperfeição e as outras cores também fazem parte de nós e da própria felicidade. Coraline relembra a herança timburtiana (Tim Burton) do fantástico Nightmare Before Christmas revisitando algumas técnicas de animação deste gigante da animação. Mas é na magia da imaginação que está, sem sombra de dúvida, o maior forte desta película. E vão ver. Pelas vossas alminhas, não percam.

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Mei and Arawn