Happy New Year!

Wednesday, December 31, 2008 | 7 Comments

A todos os que por aqui passam e aos que não passam e não têm pachorra para blogs. A todos os amigos, aos melhores amigos, amigos assim-assim, conhecidos e afins. A todos os que gostamos, que simpatizamos, que cumprimentamos no corredor e no elevador para fazer conversa. A todos os que gostam de nós, aos que nos tratam bem e mesmo aos que não gostam de nós... Desejamos um ano de 2009 muito feliz e cheio de vivências significativas e com muito amor
Nós não temos resoluções de ano novo, a não ser que cada dia vivido seja sempre o melhor possível. E no impossível também. Por isso não vão aqui encontrar listas de desejos ou de grandes decisões para o ano que se aproxima. Porque acreditamos que o que é importante para a nossa vida não é influenciável no seu acto de decisão pelo calendário de festividades. ;) E por isso também não fazemos distinção ao desejar bem a todos os que nos rodeiam e que fazem da nossa vida um sítio melhor para viver e aprender. Porque acreditamos que querer bem aos outros e a nós mesmos, de uma forma positiva e desejada, mesmo para com os que não nos tratam da melhor forma é a melhor maneira de tornarmos a nossa alma um melhor sítio para habitarmos. Não é altruísmo, meus amigos, é mesmo só para nos sentirmos melhor connosco próprios! :D
Feliz Ano Novo!

Fica a musiquinha dos ABBA, que nunca faltava lá em casa dos pais neste dia e que eu e a minha irmã cantavamos em coro sem errar uma palavrinha... Ai... saudade:

Shaking the blue mood away!

Tuesday, December 30, 2008 | 6 Comments

Colour Therapy! :) 
Nada como coisas bonitas para colorir os meus fiozinhos cerebrais e animar os pensamentos.

A côr do Medo

Tuesday, December 30, 2008 | 4 Comments

Ontem a coisa não correu bem... 
Três marmanjos com aspirações de masculinidade labrega decidiram (se é que animais podem decidir alguma coisa) estragar-me o dia. Ainda não regressei de todo a mim. Até porque ficaram lascas do orgulho altivo desta vossa amiga na calçada enlameada da rua e as nódoas negras que mais me doem não se veêm a olho nu.
Mas fiquei com vontade de frequentar um desses cursos de defesa pessoal. Não que pudesse ter feito alguma coisa se o tivesse. Mas pronto, era reconfortante.
Não queriam assaltar-me. Queriam brincar, como um gato brinca com um rato. Empurrão para este, empurrão para o outro. E para o outro. Zonza. Meio enojada pelo cheiro do suor, das roupas, do hálito demasiado próximo. E porque é que estes jagunços têm sempre de cheirar tão mal? Há assim uma relação tão directa entre a propensão para a violência e a falta de higiene pessoal?
Até já fui assaltada muitas vezes em adolescente. Não é novidade para mim. Mas foi diferente.
Perguntaram-me pela côr dos meliantes... A côr do medo não era negra. Não era cigana. Não era romena. Era simplesmente igual à minha. Mas brutal, ignorante, estúpida. Cobarde. 
Ficaram os sons a ecoar na memória: "olha que é bem girinha!" "Pois, nunca tinha tocado numa gaja assim tão gira, men!"... até parece elogioso right? Deixem-me recordar-vos, seus troglóditas de meio neurónio, que só puseram as manápulas aqui na je à força!
Não percebo. É que não percebo mesmo. O acaso da coisa, a sua total irracionalidade não deixa de ser assustadora. Mas... "podia ter sido pior", disse-me alguém. Pois podia. Mas ainda assim foi suficientemente mau. Chegou por um dia.
Escrevo isto apenas para expurgar, para que me largue. Para arrumar em algum lado onde me possa esquecer e continuar a passar naquela rua sem medo. Porque o medo só corrói quem com ele vive. E eu não vivo assim. 
E não, não chorei.
Ainda, pelo menos.
Não sei se é coisa boa ou não.

Todays Feelings! S'aaaweet!

Monday, December 29, 2008 | 4 Comments

Apesar da chuva miudinha, dos pingos traiçoeiros na moleirinha, para lá do arrepio de vento pelas costas abaixo e das palavras fugídias de quem olha e não nos vê, tenho o teu sabor doce nos lábios o dia todo.
Quem te vê partir, quem te vê voltar? Quem chama por ti antes de chegar? Quem te conta histórias para adormecer? Quem te acorda antes do sol nascer? 
Sou eu... Sou eu...  
Quem te fala de viagens sempre á aventura? Quem te põe em verso, como uma pintura? Quem te vê perder, quem te vê ganhar? Quem fica com frio se não te esperar? 
Sou eu... Sou eu... Sou eu com a mão perdida no teu cabelo
E a voz esquecida no teu tornozelo
Sou eu...  
A falta que me fazes... A falta que me fazes... A falta que me fazes... 
Susana Félix, Sou Eu
Eu bem disse que o nosso Natal é uma festa de vários dias e de muitas casas. Hoje ainda se respira Natal cá em casa, ainda há bolinhos na mesa, discussões animadas, muitos convivas e ouve-se Frank Sinatra :)
Apetecia-me deixar-vos aqui o albúm todo, mas fomos a votos e tivemos um empate entre o "Let It Snow!" e "Have yourself a Merry Little Christmas"
Como o vídeo da última vem direitinho de um dos meus filmes preferidos, Love Actually, cá fica esta musiquinha a soprar nataljinhos e outras doçuras a todos os que aqui passarem.

Sweet Afternoon Lullaby

Monday, December 22, 2008 | 5 Comments



I Love, You Love

(Oh) Hush my baby, Don't you cry.
I'll dry your eyes. Fulfill your heart's desire.
Let's go in. Try again.
Careful this time. Broken promises linger in our mind.

I'll give in completely. Hearts break so easy.
I know. Believe me. Oh, I've tried.
But my arms can hold you. My kiss console you.
I'll come and love you tonight.

And I...
I love, I love, I love
Love hurts sometimes
But this feels right.

You...
You love, you love, you love
Though you've been burned
You still return.

Come and share my house, my home, and all I own.
I'd love to give to you.
Aren't you tired of going along this lonely road?
It takes its toll on you.

Give me your emotion, your heart's devotion.
Give anything you like.
And I'll give understanding. Life's so demanding.
I'm all you need to get by.

John Legend, novo album Evolver

Esta musiquinha tem adoçado as minhas tardes. Fico sempre com uma lagriminha teimosa com a letra e a voz dele tão doce e tremida. Depois disto, só falta mesmo apanharem-me a chorar a ver um desenho animado!

Natal a sério!

Monday, December 22, 2008 | 5 Comments


Não resisti ao arrastão: "... não me venham dizer que o espírito natalício é uma treta, que oferecer prendas nada mais é do que espírito consumista, porque o "Natal é quando o homem quiser" e não devemos dar mais importância a estes dias...
... e depois resolver passar a consoada a dar refeições aos sem-abrigo!!!!
É, efectivamente, uma acção digna e louvável, MAS...
eles também andam na rua nos outros dias do ano!!!!!!
Mais 364 dias (este ano, então, 365!!!!!)"

Ah pois é. E vai daí achei que devia explicar que Natal não é natal sem uma série de coisas boas! Desde as comidinhas especiais, os docinhos, as filhoses, o cabritinho assado da minha mãe, as sopas de bacalhau e claro, as ofertas que fazemos uns aos outros. Na nossa casa há sempre mãos esticadas com embrulhinhos lindos de morrer, em que cada laço foi atado com um pedacinho da alma e que levam lá dentro todo o carinho da escolha minuciosa da prendinha certa para cada pessoa, muitas vezes handmade. E sim, são prendinhas que também gostamos e damos! outros dias do ano. 
Mas Natal é Natal, pá!
O Natal da nossa casa é um Natal de muitas casas. E é um Natal que dura mais que um dia. É estilo Natal cigano! Eheh!
É Natal na nossa casa enquanto há fitas e papéis e tesouras e cola e sacos por todos os lados. É Natal na casa dos meus pais onde passamos a consoada e é Natal na casa dos pais do Miguel no dia 25. Depois é Natal na casa dos tios, dos primos, das primas, dos primos das primas, dos amigos, dos amigos dos amigos que vamos visitando em verdadeira christmastour.E depois prosseguimos com a mesa posta e com tudo o que o Natal dá direito até nos fartamos! E depois o Ano Novo parece ainda Natal. Entre amigos, brindes, petiscos e muita festa!
É Natal pá! Acotovelem-se nos shoppings, degladeiem-se pelo presente mais bonito, mas acabem todos nos braços uns dos outros a cantar cantiguinhas natalícias que é tão bonito e faz muito bem à alma!

Christmas Day, Loving Day

Friday, December 19, 2008 | 3 Comments


O nosso Natal é colorido e acolhedor
É quente, doce, barulhento e apaziguador
O nosso Natal é kitsh e de terna poesia
Tem doces, fritos e cheiro de maresia

No nosso Natal não há família ideal ou versos ditos de cor
Há apenas aqueles que gostamos em nosso redor
O nosso Natal não tem árvore ou azevinho
Tem 6000 kcal/pessoa e prendas feitas com carinho

O nosso Natal não tem barbas, renas ou trenós
mas tem irmãos, pais, mães, tios, primos e avós.
No nosso Natal não há dor nem corações partidos
Há portas abertas para amigos solitários e perdidos

O nosso Natal tem gargalhadas e anedotas de mau gosto.
Tem velas, presépio e é morno como o verão de Agosto.
O nosso Natal tem dádiva e ternura
não há presentes caros mas tem o amor como cura.

O nosso Natal tem zaragatas e muitos parentes
Tem política, cultura e muitas cores diferentes
O nosso Natal tem sempre tudo o que desejamos
Tem-nos a nós dois juntos e todos aqueles que amamos. 

The same different new me :)

Friday, December 19, 2008 | 5 Comments

Noutros tempos que não estes, o abraço era raro, o beijo recusado subtilmente, o toque o derradeiro reduto. Em tempos que não hoje reprimia a mão dada e o indízivel era sempre maior, muito maior que a minha coragem. Em tempos outros, tanto como agora, a alegria era grande, enorme, mas a ternura contida na represa dos lábios.

Aprendi que quando nos sentimos em estado de graça apetece oferecer felicidade a toda a gente num embrulho colorido feito de abraço.

Only you... All I ever need

Friday, December 19, 2008 | 3 Comments

Let's take a walk into the wild?

Thursday, December 18, 2008 | 4 Comments


Adoro as nossas caminhadas. As curtinhas. As longas. As assim-assim. Cá dentro. Lá fora. 
Esse sentir vívido da brisa no rosto, o peso do ar frio nos pulmões. Gosto da tua mão por perto, a puxar-me quando preciso.
Exigir de ti. Ver-te zangado comigo por esperares sempre mais. Melhor. Mais forte. Concentrada. Recta. Vertical. Persistente.
Mais. 
Na vida tomámos alguns atalhos, nós os dois. Sinuosos por vezes. Alguns bem traiçoeiros. Descobrimos trilhos de montanha que não conheciamos.
A floresta, essa eterna feitiçeira, pregou-nos partidas fintando-nos com seres de ilusão e de deslumbramento. Propôs-nos trilhos secretos.
Tentamos cartografá-los, prevê-los, mas há sempre o inesperado da viagem que apenas se revela a quem caminha. 
E ganhámos alguns arranhões. Mas alguém disse que a mais bela das criaturas, a mais vivida de todas tem sempre cicatrizes. O corpo é para se usar e a alma também. É para se viver. Gastar sem receio. 

Chegar ao sopé da montanha e olhar o horizonte ao teu lado é algo que anseio mais do que a vida. Como conquistadores de território inóspito, capturamos na alma o gosto sublime da contemplação que apenas os audazes conquistam. Com o sabor do sangue a escorrer nos lábios fustigados pela intempérie e os joelhos esfolados num qualquer rochedo mais pontiagudo.
Que o universo se resuma a este sentimento de plenitude. Que tudo o mais desapareça e que a nossa pulsação se harmonize em compasso com o pulsar da terra, o inclinar das árvores, o roçar das folhas, o marulhar arrepiado dos mares.
Como se tudo fosse um relógio ancestral afinado na mesma mágica cadência.

Em momentos assim, em que tudo faz sentido, pode muito bem desaparecer o mundo, os outros, as suas opiniões e julgamentos das nossas opções e dos nossos trilhos.

Porque no final do dia o horizonte continuará nosso por legítimo direito!

Afternoon Soundtrack

Wednesday, December 17, 2008 | 3 Comments

A banda sonora desta tarde é o último álbum de Kate Miller-Heidk. Descobri esta australiana natural de Brismane, numa incursão pela secção de música alternativa da LastFM. Foi amor à primeira vista, confesso. Com formação em ópera e canto clássico, Kate dedicou-se à música e à escrita de canções de uma forma alternativa e muito própria. Descubram-na como eu a descobri: de fininho, sem querer, revelada numa doçura e teatralidade muito peculiares. Escolhi algumas passagens deste novo disco de Kate Miller-Heidk, Curiouser: Words e Make it Last
Disponível para incorporar aqui no nosso estaminé está o single de abertura do album: 


Coisas que tenho aprendido...

Monday, December 15, 2008 | 4 Comments

Não é de hoje, mas sempre que tenho de ir a um funeral que me vejo de alma torcida, com um doloroso torcicolo do pensamento... Um funeral não se realiza pelos mortos mas pelos vivos. Homenageamos a memória que os vivos têm do morto. As celebrações da vida não são tão frequentes infelizmente. Talvez porque não unem no mesmo medo aquilo que a morte significa tão drástica e irreversivelmente para qualquer um de nós. Por outro lado, mais nenhum acontecimento une tanto as famílias como a morte. Acredito mesmo que há pessoas que só se encontram nos funerais de familiares comuns. Portanto, a morte, em muitos casos, consegue unir mais do que a própria vida. Outra particularidade é que há sempre uma altura em que se formam grupinhos, uns mais sérios que outros. Uns a contar anedotas nem que seja para espairecer. Isso prova que nem estando mortinho da silva, encaixado, de fato e gravata, no meio da sala, cercado de velas e flores, faz com que sejamos sempre o centro das atenções. Ora cá está uma grande lição a tirar. Por fim, quando alguém que nos é mesmo próximo bate a bota, ficamos com aquela nítida impressão que isto da morte é mesmo uma cena a sério e que mais vale começar a levar uma vidinha decente. Porque aquele que perdemos significa não apenas tudo o que vivemos com ele, mas aquilo que viveremos sem ele. E em rigor, sem nós. Um dia. No fundo, é a nossa própria morte individual ou colectiva que também choramos. Vou-me repetir, mas já disse que os funerais se fazem pelos vivos e não para os mortos? Pois é... é por isso que amanhã afinal, depois de longa reflexão, irei ao do meu primo... pelos vivos. Porque ao morto já pouco importa. Se o morto também tiver de lidar com a perda, bem... isso já não é problema que possa moer os vivos.

E esta é a minha forma ainda demasiado desajeitada, incoerente talvez e hoje propositadamente leve, de lidar com a morte. Dos outros. Quanto à minha, não me doa a cabeça.

Cinemania Preview: Coraline

Monday, December 15, 2008 | 4 Comments

CORALINE: O OUTRO LADO DO ESPELHO DE NEIL GAIMAN
Como um romance escrito para crianças pode ser uma das melhores leituras para adultos nos tempos que correm...

nquanto dizia essas palavras, o seu pé escorregou, e no momento seguinte, tchumbum! Estava com água salgada até o queixo... No entanto, entendeu de imediato que estava na poça de lágrimas que ela mesma tinha chorado. ‘Gostaria de não ter chorado tanto!' disse Alice, enquanto nadava em redor, tentando encontrar o caminho. ‘Agora vou ser castigada por isso, pelos vistos, vou morrer afogada nas minhas próprias lágrimas! Vai ser esquisito, com certeza! Mas hoje tudo é esquisito.'”

Quando pronunciou essas sílabas, no capítulo dois de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, mal sabia a pequena Alice que colocava por palavras o enigma da infância encerrado dentro de cada um de nós: não apenas a pressão do mundo adulto para crescermos sábios e fortes, como também a estranheza de um mundo em que os pais estão longe e de todo um universo que nada mais é do que, segundo Alice, esquisito. Recauchutando essa ideia de forma mais do que original, o escritor inglês Neil Gaiman brindou-nos com a melhor versão moderna do romance de Carroll: um livro para crianças, que deve também ser lido por adultos, chamado Coraline.

Quando a graphic novel em três edições Orquídea Negra foi publicada pela DC Comics em 1988, tanto o seu autor Neil Gaiman como o ilustrador, Dave McKean, eram praticamente desconhecidos fora da Inglaterra. Com o sucesso de Orquídea Negra e com a contínua parceria da dupla, respectivamente, na série mais premiada dos quadrinhos, Sandman (de 1989 a 1994), já era de se esperar que a dupla voltasse a trabalhar novamente noutros projectos. Em 2002, lançaram o tão aguardado romance Coraline, escrito por Gaiman, com ilustrações e capa de McKean. Diferente de Sandman, em que o foco principal era uma história adulta escrita por um adulto para adultos, em Coraline temos uma balada sombria que deve ser tocada para crianças. Mas não para qualquer criança. Caso raro na literatura infanto-juvenil actual, Coraline é indicado para crianças que se recusam a ser hipnotizadas pela televisão e também para a criança perdida dentro de cada um de nós, que no decorrer da adolescência e da vida adulta acabou por se perder na burocracia da responsabilidade.

O filme estreia em 2009 e nós deixamos o trailer a borboletar por aqui:

Forgiveness day

Saturday, December 13, 2008 | 3 Comments


Nestes dias em que a mortalidade nos bate à porta, fica de repente mais fácil perdoar. A nós mesmos é complicado e demora eternidades. Mas começar por perdoar os outros já nos parece ser um bom começo. Porque o nosso modo de vida é este: na vida, como na amizade, é preciso estar à altura.

Até já Pedro

Saturday, December 13, 2008 | 1 Comments

O Pedro tinha 26 anos. Um filho de 4. Esposa de 22. O Pedro era o meu primo mais caçulinha. O mais novinho da enorme família de primos com que fomos brindadas, eu e a minha irmã. O Pedro era calado, tímido. Olhava tudo discretamente. Com os seus olhos azul turquesa, do alto do seu metro e oitenta e dos seus cabelos curtinhos côr de ouro. Os seus lábios eram silenciosos. Brincamos em pequenos muitas vezes, nas férias grandes, quando ia com os meus pais "à terra". Uma vez, andava eu com ele às cavalitas e deixei-o cair sem querer. O Pedro não chorou. Levantei-o e compus-lhe a roupa. Nunca se queixou de nada. Ficou o nosso segredo. 
O Pedro abraçou-me uma única vez. Quando o nosso avô morreu e lhe fomos ajeitar ao mesmo tempo o fato. E, mais uma vez, silencioso. Denso. Era o Pedro. Nesse dia sentámo-nos à lareira e conversamos muito. Sobre a sua estadia em Londres, sobre os sonhos, sobre as descobertas. Sobre o futuro. Nunca tinhamos sido tão próximos como nesse triste dia, mais triste ainda para ele do que para mim, que era tão chegado ao avô. Nunca nos tinhamos olhado tão fundo nos olhos.
Morreu hoje, vítima de um acidente frontal que teve na segunda-feira. Adormeceu ao volante. De cansaço. De correr. De querer fazer tanto com tão pouco tempo de que dispunha.
Não te conheci muito melhor que isto e tenho pena. Tanta pena, priminho. Não consigo deixar de ficar desoladamente triste.
Guardo de ti esse olhar límpido, sonhador, silencioso. As brincadeiras em que entravas timidamente porque eras o mais novinho no meio de tantos reguilas. Eras sempre o mais calado. Guardei-te comigo naquela tarde junto à lareira em que falamos do futuro, da felicidade, da família que querias construir. Não me vou despedir do teu corpo porque já lá não estás. Até já. Nos nossos sonhos.

Bom fim-de-semana!

Friday, December 12, 2008 | 1 Comments

Adoramos os fins-de-semana. Ainda que não os tenhamos! :)

Feeling niiiice: Yhhháaahh!

Friday, December 12, 2008 | 2 Comments

Link: Fleg Master Tlpizza

Avanço que já começamos a entrevistar algumas destas talentosas jovens para estafetas lá na nossa empresa! ;)

Para prosseguir o esforço de esclarecimento e contrariar algumas ideias erradas relativas ao processo de avaliação de desempenho docente, o Ministério da Educação refuta 10 das noções erradas mais frequentes que surgem quando se discute este tema.

Mito 1 – É um processo muito pesado e burocrático
Não. Os professores avaliados, cerca de 70% do total de professores, apenas intervêm no processo na definição dos seus objectivos individuais e na auto-avaliação. A definição dos objectivos, que inicia o processo de avaliação, segue as orientações de cada escola e é um processo semelhante ao adoptado em todas as organizações. É em função destes objectivos que cada avaliado preenche, no fim do ciclo avaliativo, a ficha de auto-avaliação. Os professores avaliadores têm um volume de trabalho maior, motivo pelo qual lhes foram atribuídas condições especiais de horário.

Mito 2 – A avaliação impede os professores de darem aulas
Não, uma vez que os professores avaliados têm intervenções pontuais no processo, e os horários dos professores avaliadores já integram, regra geral, as horas necessárias ao exercício das actividades de avaliação. Além disso, eventuais necessidades adicionais de redução de horário, na sequência das recentes medidas de simplificação da aplicação do modelo de avaliação, poderão ser ultrapassadas por recurso ao pagamento de horas extraordinárias, de forma a evitar que os professores abandonem as suas turmas.

Mito 3 – O modelo de avaliação de desempenho docente não é exequível 
O modelo de avaliação está a ser aplicado em muitas escolas e milhares de professores já desenvolveram, no corrente ano lectivo, actividades associadas à concretização da avaliação. No entanto, face a dificuldades identificadas por escolas e professores, foram tomadas medidas que visam a melhoria das condições de concretização da avaliação.

Mito 4 – Os professores têm que organizar um portefólio exaustivo e complexo. 
Não. A escola apenas deverá requerer que o professor reúna elementos decorrentes do exercício da sua profissão que não constem dos registos e dos sistemas de informação da escola e que sejam relevantes para a avaliação do seu desempenho. Aliás, no modelo de avaliação anterior, todos os professores já tinham de organizar um portefólio para poderem ser avaliados, constituindo este (juntamente com o relatório crítico de auto-avaliação) o único instrumento de avaliação.

Mito 5 – As escolas têm que registar o desempenho dos avaliados em instrumentos complexos 
Os instrumentos de registo de informação e indicadores de medida são definidos e elaborados nas escolas, no quadro da sua autonomia, devendo estes ser simples e claros. Nos casos em que tenham sido definidos procedimentos e instrumentos demasiado complexos, as direcções executivas das escolas devem garantir a sua simplificação, estando o Ministério da Educação a apoiar este trabalho junto de todas as escolas.

Mito 6 – Os professores avaliam-se uns aos outros
A avaliação de desempenho docente é feita no interior da cada escola, sendo avaliadores os membros do órgão executivo e os professores coordenadores de departamento, que exercem funções de chefias intermédias. Não se trata, pois, de pares que se avaliam uns aos outros, mas de professores mais experientes, investidos de um estatuto específico, que lhes foi conferido pelo exercício de um poder hierárquico ou pela nomeação na categoria de professor titular.

Mito 7 – Os professores titulares não são competentes para avaliar
Acederam à categoria de professor titular, numa primeira fase, aqueles que cumpriam critérios de experiência profissional, formação e habilitações considerados fundamentais para o exercício de funções de maior complexidade, como sejam a coordenação do trabalho, o apoio e orientação dos restantes docentes e a avaliação de desempenho. Assim, não é compreensível nem sustentável a ideia de que os cerca de 35 000 professores titulares que existem actualmente, seleccionados, por concurso, de entre os professores mais experientes, não tenham as competências necessárias ao exercício da função de avaliador.

Mito 8 – Avaliados e avaliadores competem pelas mesmas quotas
Não. As percentagens definidas para a atribuição das menções qualitativas de Excelente e Muito Bom, em cada escola, são aplicadas separadamente aos diferentes grupos de docentes. Está assim, assegurada a atribuição separada de quotas a avaliadores e avaliados.

Mito 9 – A estruturação na carreira impede os professores de progredir
Não. Todos aqueles que obtiverem a classificação de Bom (para a qual não existem quotas) podem progredir na carreira. Para além disso, é importante referir que, neste primeiro ciclo avaliativo, os efeitos de eventuais classificações negativas ficam condicionados ao resultado de uma avaliação a realizar no ciclo avaliativo seguinte. Ou seja, uma classificação negativa só terá consequências na carreira se for confirmada na avaliação seguinte.

Mito 10 – A avaliação de desempenho é injusta e prejudica os professores.
Este modelo não prejudica os professores, assegurando as condições para a progressão normal na carreira, incluindo o acesso à categoria de professor titular, para quem atinja a classificação de Bom, para a qual não existem quotas. Neste período transitório existe uma protecção adicional para os professores, que decorre da não aplicação de efeitos das classificações negativas. É, assim, mais vantajoso que o sistema em vigor para a administração pública.

Celebrating US!

Wednesday, December 10, 2008 | 5 Comments


Não há qualquer motivo especial.
A não ser continuarmos a saborear com avidez cada segundo da vida que partilhamos.
Não há qualquer razão cósmica.
A não ser a vontade férrea de transformar cada instante em momentos de eternidade relembrada.
Não há qualquer certeza entre nós.
A não ser o braço dado com que enlaçamos cada dia e que nos indica o caminho que queremos fazer juntos, mesmo que o alteremos caoticamente a nosso bel prazer. Mas que é sempre nosso!
Não há perfeição e nem é este o momento ideal.
Nem sequer se conjugam os céus a nosso favor e está um frio de rachar mas tão só porque simplesmente apetece.
Não há juras eternas.
Só os erros do passado que ultrapassamos, um a um, no nosso timing e a certeza de que hoje te quero ainda mais do que em qualquer dos 6528 dias que vivemos juntos até hoje! (sim eu contei-os!)
Não há frases feitas nem discurso para botar na mesa.
Apenas estas mãos abertas em par, o sorriso que me arrancas quando me tocas de fininho no nariz ou me levas às cavalitas porque os sapatos me estão a matar... o abraço protector que me dás sempre que preciso do teu colo. E quando não preciso também!
Não há fragilidades escondidas.
Apenas a inabalável convicção de nos reinventarmos como seres iguais nas nossas peculiariedades, resistentes e persistentes, rasando os nossos limites, desenhando novas estradas e defendendo sempre os nossos valores até ao último pingo do nosso maldito sangue.
Não há promessas de fidelidades fajutas.
Apenas a humanidade feita tropeção e a lealdade canina que nos temos e que por vezes dói ao ponto de nos romper a pele.
Depois de nos termos magoado, de termos errado, de termos acertado, de termos desejado o impossível e de continuarmos a pedir teimosamente por isso, apetece-me celebrar-nos. Nem que seja num qualquer tasco de esquina, na companhia de quem nos quer bem ou simplesmente numa dança a dois sob o luar gélido desta noite de Dezembro que agora se aproxima de nós com a promessa de se fazer nossa.
Emocionally yours, trully and without any reserve.
Marisa. 
Como acrescentarias, "The One and Only" ehehehe!!!

Epiphania

Tuesday, December 09, 2008 | 2 Comments


Hoje cubro os joelhos com palavras,
para que o calor amorne a pele
fustigada pelo frio dos que passam
Hoje faço uma capa de letras e cores
revisito as memórias mais ternas
os parentes próximos e até os ausentes.
Hoje não quero gelo a escorrer por entre os dedos
navalhas cortantes de cieiro feito gente
envelopes vazios de almas endereçadas a ninguém.
Hoje caminho por entre os meus passos
pestanejo depressa para diluir as nuvens 
esqueço o que não quero recordar que foste.
Hoje vejo todas as coisas com maior claridade
como se tivesse mudado de lentes
num dia diferente de mim mesma.
Hoje não quero mais as mentiras do teu corpo
as ilusões inebriantes da tua fragilidade mortífera,
a pureza anunciada de uma divindade oca.
Hoje, num hoje que vale por todos os dias
vou proteger os que amo dos teus trilhos.
Hoje estarei longe de ti, da morte, do frio, da desdita
e de tudo o mais que tenha o teu nome inscrito.
Porque é de calor e de abraço que me quero vestir.
De realidade, de imperfeição e de gente a sério.
Hoje, num hoje que durará para todos os tempos
recuso todas as tuas faces e truques e rejubilo.
Porque hoje não será a véspera do dia em que me vergarás!
Hoje, como lenda antiga sobrevivente de todas as eras
Cobrirei a alma com as vestes do teu cadáver.

Mistérios

Tuesday, December 09, 2008 | 2 Comments

"Todas as coisas importantes são misteriosas." 
António Alçada Baptista disse-me isto, hoje de manhã na Antena 2, soltando-me as amarras do corpo que me cingiam ao trânsito da 2ª circular.

Mistério este
no sorriso que tropeça
por entre os lábios
neste anoitecer em vigília
que me agarra a ti
Misteriosas
as tuas mãos que 
como ladras 
me roubam a côr da face
para me expôr
em rubor obsceno
quando sorrio para ti

Mistério este
de morno sopro de vida
nestes lábios 
que respiram
arfantes
o teu nome
Misteriosas as notas
que desprendo da harpa
que toco para dentro
de mansinho
para que me oiças

Misteriosas as palavras
que brotam líquidas
movediças
à tona do pensamento
para que as leias
Misteriosos os dias
em que desenleados 
de enganos
nos descobrimos
estranhos 
vizinhos do nosso desejo
espectadores
do abraço
que não nos abraçou

Se o mistério 
envolve todas as coisas
sobretudo as importantes
o maior de todos
é esse enigma que pulsa
em compasso na garganta
Essa tranca aberta
que deixa a alma escancarada
mantendo-a vigilante
em antecipação torpe
para ver raiar o dia em que 
todos os segredos se resumam
a amar em todos os seus mistérios.

Lady in Red mood :D

Sunday, December 07, 2008 | 1 Comments


Weekend Rush! :P

Friday, December 05, 2008 | 0 Comments

Cinematecar ao som de Debussy

Friday, December 05, 2008 | 1 Comments




Hoje fui buscar um dos meus CD's preferidos de Claude Debussy só para ouvir o fantástico Pascal Rogé a intrepretar esta belíssima peça da Suite Bergamasque: Clair de Lune. E foi com ela que a minha manhã de trânsito caótico se esfumou contra a capa cristalina de rara beleza e tranquilidade que estas notas mágicas teceram para mim.

Headache Day

Wednesday, December 03, 2008 | 1 Comments

Há dias em que não deviamos sequer sair da cama. Não é que alguma coisa tenha corrido mal, mas... grrrrrr! esta dor de cabeça hoje não me abandona, é uma companhia silenciosa que me vai rasgando pedacinhos de cérebro, lançando-os como papelinhos descartáveis ao vento. A frieza das mãos dos outros, a redundância das palavras, a indiferença, a ausência total de um olhar morno mesmo em rostos que nos são familiares... até o "bom dia, tudo bem?" cordialmente gélido ecoa num esgaçar agudo de mil facas certeiras.
Decididamente devo ser eu que não estou num dos meus dias! 

Poesia Incompleta

Tuesday, December 02, 2008 | 0 Comments

No n.º 11 da Rua Cecílio de Sousa, fica a Poesia Incompleta, entre a Praça das Flores e o Príncipe Real. É uma livraria de poesia. "Livros novos e esgotados, portugueses e estrangeiros, edições deluxe ou mais baratinhas." E um sofá onde podemos conversar com o dono.

"De segunda a sábado, entre as 10h e as 19.45h, estamos de porta aberta; Enviamos livros pelo correio; Respondemos o mais rapidamente possível a quem nos contacte; Custa-nos muito dizer que não é possível encontrar o livro que nos pedem, por isso procuramo-lo à exaustão; Frequentemente aconselhamos outras livrarias; Fazemos embrulhos muito atrapalhadamente."

"Na minha terra tomei gosto pelas palavras. As que ouvia, as que lia, as que dizia, as que não podia dizer. Tenho que reconhecer que algumas davam mesmo um prazer muito especial. Como um rebuçado que lentamente se dilui na boca, em contacto com a língua." Rui Caeiro,  Pranto por Vila Viçosa

Palavras que gosto de dizer: estima, distinto, cachimbo, caixinha, atum, bonita, obrigada, violeta, rodopio, gatinha, luar, encantada, tesouro, giraço, jeitosa, raivinhas, rapazola, borboleta, traquina, violino, reguila, audácia, menina, desenho, amante, tempestade, floresta, ternura, maninha, enamorado, ofertar, marotice, fantasia, fúcsia, nevoeiro, purpurina, silêncio, pulsante, beringela, lambisgóia, algodão, tempo, flausina, universo, sorriso, abracinho, magia, horizonte, carinho, musicar, deslumbramento, aconchego, amor.

Frases que me fazem feliz:

"É provável que coisas improváveis aconteçam" Poética, Aristóteles

"Caiu-me a alma no meio da rua, e não a posso ir apanhar" Mário de Sá Carneiro

"Emaranha-se-me a consciência se penso nestas coisas." Pessoa, Livro do Desassossego

"O amor é como o tempo, e o mau tempo também faz parte do amor." de um filme que vi em tempos.

“Estávamos juntos. Esqueci o resto.” Walt Whitman

"Ever Tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." Samuel Beckett

Everytime I'm wrapped in your arms
I feel your love envelop me
My eyes closing
my breathing calm and slow
here in your arms
making everything right
all turn into silent
in the deep rainy night.

Compreender as emoções Oatley, Keith, Keltner, Dacher & Jenkins, J. M. (2006), Understanding Emotions. Wiley-Blackwell; 2 edition. ISBN-10: 1405131039

Understanding Emotions é um dos melhores livros, que eu conheço, sobre as emoções humanas. A segunda edição, actualizada, reflecte os mais recentes desenvolvimentos ocorridos sobre a temática das emoções. Nesta obra podemos encontrar uma síntese das abordagens evolutivas e culturais sobre a emoção; aspectos sobre a comunicação das emoções; modificações corporais e avaliação; implicações interpessoais das emoções; avaliação moral; diferenças individuais; interacções e emoções positivas; bem-estar subjectivo; emoções como gratidão e compaixão; avanços em neurociência; entre outros temas interessantes.

Índice para vos aguçar o interesse: Part I: Perspectives on Emotion: 1. Approaches to Understanding Emotions 2. Evolution of Emotions 3. Cultural Understandings of Emotions; Part II: Elements of emotion: 4. The Communication of Emotion 5. Bodily Changes and Emotion 6. Brain Mechanisms of Emotion. 7. Appraisal, Knowledge, and Experience; Part III: Emotions and Social Life: 8. Development of Emotions in Childhood 9. Emotions in Social Relationships 10. Emotion and Cognition; Part IV: Emotions and the Individual: 11. Individual Differences and Personality 12. Emotion and Mental Health in Childhood 13. Emotions and Mental Health in Adulthood 14. Psychotherapy, Consciousness, and Well-being.

The fireplay-fool!

Saturday, November 29, 2008 | 1 Comments


What happens to someone who repeatedly plays with fire and burns it all in the way without any regardless to all the damaged caused? What does really happens to someone like that? Apparently, nothing. Or maybe everything. Maybe it's just a question of time...

Sexy Weekender's Mood...

Friday, November 28, 2008 | 0 Comments

Do you wanna join me at the fireplace, sugar honey? ;)


Your heart is not open
So I must go
The spell has been broken
I loved you so

Freedom comes when you learn to let go
Creation comes when you learn to say no

You were my lesson
I had to learn
I was your fortress
You had to burn

Pain is a warning that something's wrong
I pray to God that it won't be long
Do you wanna go higher?

There's nothing left to try
There's no place left to hide
There's no greater power than the power of goodbye

Your heart is not open
So I must go
The spell has been broken
I loved you so
You were my lesson
I had to learn
I was your fortress

There's nothing left to lose
There's no more heart to bruise
There's no greater power than the power of goodbye

Learn to say goodbye
I yearn to say goodbye

There's nothing left to try
There's no more places to hide
There's no greater power than the power of goodbye

There's nothing left to lose
There's no more heart to bruise
There's no greater power than the power of goodbye

Winter Details

Thursday, November 27, 2008 | 1 Comments

Se há coisa que gosto nesta altura do ano é de sentir o ventinho frio a bater no rosto e a sensação do sol a invadir as roupas escuras em ondas de calor reconfortante. Faz-me sentir desperta e viva. 
Não sei porquê, mas enquanto todas as outras pessoas caminham encolhidas e resmungonas, com rostos cinzentos e desanimados, dá-me vontade de caminhar altiva e bem disposta, de olhar iluminado por este solinho brilhante de Inverno, radiante com este tempo peculiar e tão mal amado. E ninguém me tira este sorriso parvo da cara. Adoro as botas, as luvas e os gorros quentinhos de pêlo que me fazem parecer uma Nikita de férias. Fico encantada como quando tinha 5 anos com a beleza das ruas enfeitadas com as luzinhas de Natal, inebriada pelos cheiros doces que invadem as pastelarias com os bolos reis e rabanadas. Gosto das cores. Dos vermelhos, dos dourados e das músiquinhas que começam a embalar toda a cidade. Parece tudo mais vibrante e cheio de vida. E de amor também. O que é uma coisa mesmo muito boa! Vá, vistam o bom do anorak, o vosso gorro mais quentinho e vão dar uma volta com quem mais gostam até à praia! Agora é que está mesmo deslumbrante.

Delicate feelings

Wednesday, November 26, 2008 | 1 Comments

Por vezes as palavras prendem-se à parte de trás do cérebro, em filas longas de espera, sem conseguir deslizar para os lábios, para se encontrarem com os teus.
Às vezes, tantas vezes, as minhas mãos abrem-se do punho cerrado em tensão, desfalecem nas tuas, para se aninharem no calor que encontram em ti.
Por vezes, muitas vezes, o abraço desprende-se, solta-se de mim em filigrana suspensa, para me prender à tua cintura.
E ficamos só em silêncio, a pensar em todas as coisas delicadas que gostaríamos que os nossos lábios pronunciassem, só para que o seu sabor seja doce quando se encontrarem.

Se recorremos às palavras de outros, à música vestida da nossa transparência ou ao arrebatamento de uma imagem - águas comuns dos mesmos rios em que navegamos - é na esperança que nos digam melhor que nós. 
Mais convictamente, com maior arrebatamento, com estridente clarividência.

Mas por vezes, tantas tantas vezes, basta murmurar "gosto muito de ti" para que todo o meu mundo retorne ao seu lugar devido.


Para saber mais sobre a Anja, espreitem aqui ;)

Reading before the day begin

Tuesday, November 25, 2008 | 0 Comments



Acordar

Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras, 
Acordar da Rua do Ouro, 
Acordar do Rossio, às portas dos cafés, 
Acordar 
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme, 
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono. 

Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar, 
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo. 
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se 
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma, 
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo. 

Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne, 
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha, 
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom, 
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada, 
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes, 
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste, 
Seja 

A mulher que chora baixinho 
Entre o ruído da multidão em vivas... 
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito, 
Cheio de individualidade para quem repara... 
O arcanjo isolado, escultura numa catedral, 
Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã, 
Tudo isto tende para o mesmo centro, 
Busca encontrar-se e fundir-se 
Na minha alma. 

Eu adoro todas as coisas 
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite. 
Tenho pela vida um interesse ávido 
Que busca compreendê-la sentindo-a muito. 
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo, 
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas, 
Para aumentar com isso a minha personalidade. 

Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio 
E a minha ambição era trazer o universo ao colo 
Como uma criança a quem a ama beija. 
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras, 
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo 
Do que as que vi ou verei. 
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações. 
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos. 
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca. 

Dá-me lírios, lírios 
E rosas também. 
Dá-me rosas, rosas, 
E lírios também, 
Crisântemos, dálias, 
Violetas, e os girassóis 
Acima de todas as flores... 

Deita-me as mancheias, 
Por cima da alma, 
Dá-me rosas, rosas, 
E lírios também... 

Meu coração chora 
Na sombra dos parques, 
Não tem quem o console 
Verdadeiramente, 
Excepto a própria sombra dos parques 
Entrando-me na alma, 
Através do pranto. 
Dá-me rosas, rosas, 
E llrios também... 

Minha dor é velha 
Como um frasco de essência cheio de pó. 
Minha dor é inútil 
Como uma gaiola numa terra onde não há aves, 
E minha dor é silenciosa e triste 
Como a parte da praia onde o mar não chega. 
Chego às janelas 
Dos palácios arruinados 
E cismo de dentro para fora 
Para me consolar do presente. 
Dá-me rosas, rosas, 
E lírios também... 

Mas por mais rosas e lírios que me dês, 
Eu nunca acharei que a vida é bastante. 
Faltar-me-á sempre qualquer coisa, 
Sobrar-me-á sempre de que desejar, 
Como um palco deserto. 

Por isso, não te importes com o que eu penso, 
E muito embora o que eu te peça 
Te pareça que não quer dizer nada, 
Minha pobre criança tísica, 
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios, 
Dá-me rosas, rosas, 
E lírios também..

Álvaro de Campos
I miss the simplicity, the real you, missing all that little pieces that made us who we once were

Estranhas formas de amar

Sunday, November 23, 2008 | 0 Comments

A hole new way of partnership, a efficient new way to work, a better new way of living. 
All new ways to love :)

Parabéns Ritinha!

Sunday, November 23, 2008 | 1 Comments

Ritinha, 
Muitos são já os anos da nossa amizade. E tão bom tem sido vivê-los contigo sempre por perto. Amizade que nasceu como nascem as flores silvestres de que tanto gostas: espontaneamente, pela força das nossas naturezas que tanta coisa partilham em comum. Hoje queremos dizer-te que te desejamos o universo na sua imensidão, o céu no seu esplendor, as florestas e os mares na sua abundância, a lua nos seus mistérios, o mundo inteiro nas tuas mãos, nessas mesmas mãos que nos acariciam o rosto com suavidade sempre que nos encontras no teu caminho. Esperamos que saibas que somos teus em cada momento de partilha silenciosa, em cada gargalhada que damos nas muitas aventuras que vivemos, nas viagens a nós mesmos e aos outros que já fizemos lado a lado. Que cada linha que se traça no teu rosto seja de mais um dia bem vivido e que cada lágrima partilhada seja de intensidade e de aprendizagem de uma vida plenamente vivida.
E queremos muito que a vida seja benévola contigo. Que te traga a imensidão da descoberta e a beleza rara das pequenas coisas. 
Desejamos-te neste dia o que te desejamos em todos os outros, que o presente de hoje seja sempre deslumbrantemente belo e audaciosamente feliz! :)
Com muito carinho, 
Teus,
Marisa e Miguel

Parabéns Maninha!

Friday, November 21, 2008 | 0 Comments

Maninha, 
Há muito que não te escrevo.
Longas foram as décadas que passaram sobre as nossas faces e longo foi o entardecer do nosso afastamento. Quero que saibas que te amo muito. Que te quero bem. Quero que saibas que guardo debaixo do travesseiro das memórias mais ternas as nossas conversas, as nossas brigas de meninas, as nossas partilhas silenciosas na escuridão.
Que mesmo na distância apartada dos dias, na pressa da vida, nos passos que não dou ao teu lado, que velo por ti em segredo.
Quero que saibas que não sou alheia aos teus momentos de solidão, de revolta e de tristeza.
E que embora por vezes não te reconheça, que anseio por esse abraço familiar que levou anos a reconciliar-se com as nossas mãos dadas hoje sem receio.
Nada me enche de maior contentamento que ouvir o teu riso cristalino e a felicidade estampada no teu rosto. Porque mais do que a celebração do teu aniversário, hoje estás a celebrar a vida. A que escolheste pelos teus punhos e que abraçaste com o teu coração. Parabéns, querida! Que este seja o prenúncio de muito outros dias inesquecíveis!

... e ela chega-se à frente!

Não resisti a publicar aqui neste vosso cantinho esta afirmação de vocês sabem quem - aquela de quem o nome não deve ser pronunciado... E para quem no PSD ainda tenta justificar o injustificável, olhem lá melhor para a gravação e confirmem se a senhora estava com ar de quem estava na galhofa!

"Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia [pausa]. Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se [pausa]. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia. Agora, em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar"

Isto é material para ficar nos anais da história da democracia! Literalmente nos anais. Espero! :)

O descanso dos guerreiros, embora curtinho, sabe a ginjas, meus amigos!

Afternoon delight: Tea and sconnes

Wednesday, November 19, 2008 | 2 Comments

A minha pausa para chá hoje é acompanhada de uns scones quentinhos com compota de morangos e amoras, feita pelo Chef Victor ;) Ah pois é! Isto de ter Chef "in tha house" tem destes mimos! A cançãozinha é da Geri giraça e chama-se Calling.

The Puppini Sisters

Wednesday, November 19, 2008 | 2 Comments




As Puppini Sisters (ver aqui o site oficial)

Nascida em Itália e a viver em Londres desde seus 18 anos, Marcella Puppini formou o Puppini Sisters em 2004 inspirada no filme “Belleville Rendezvous”, na sua harmonia, atmosfera e figurinos. Juntam-se a Marcella duas colegas de faculdade, Kate e Stephanie. Depois de circular por diversos pubs londrinos, o trio lança o seu álbum de estreia intitulado “Betcha Bottom Dollar”.
De matriz jazz e com influências das ‘big bands’ norte-americanas, o álbum “Betcha Bottom Dollar” parece uma viagem ao passado, às décadas de 30 e 40. É possível fechar os olhos e pensar em filmes a preto-e-branco, em gansgters e clubs de aspecto duvidoso.
Embora todas as 16 faixas sejam versões de outros artistas, o trio imprime a sua marca e charme dando-lhes novas cadências que quase as transformam em novas canções. Desde o pop dançante de “I Will Survive”, de Gloria Gaynor, até a pós-punk “Panic”, dos Smiths, tudo soa diferente com as Puppini Sisters. É aí que reside a originalidade do trio.
Há ‘hits’ das Andrew Sisters, a clássica “Tu Vuo Fa L’Americano” e ainda “Heart Of Glass” dos Blondie,
todas numa roupagem muito especial. Na verdade, no reportório, todas as canções merecem destaque. O mérito da empreitada é dividido entre o trio e o produtor Benoit Charest, responsável pelos arranjos e orquestra. Com uma aura de glamour, “Betcha Bottom Dollar” é um álbum divertido e cativante.

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Mei and Arawn