Beauty addict: River flows in you

Wednesday, January 25, 2012 | 0 Comments

A dança

Monday, January 23, 2012 | 0 Comments

Não te amo como se fosses a rosa de sal, topázio
Ou flechas de cravos que propagam o fogo:
Amo-te como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Amo-te como a planta que não floresce e leva
Dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
E graças a teu amor vive escuro em meu corpo
O apertado aroma que ascendeu da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
Amo-te assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim amo-te porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo que não sou nem és,
Tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Antes de amar-te, amor, nada era meu:
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se dependiam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado, decaído,
Tudo era inalianavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

Pablo de Neruda
Meu amor,
A nossa história é uma história de rapaz conhece rapariga, rapariga conhece rapaz. No meio de milhares de pessoas e de possibilidades, deu-se este improvável encontro. Um encontro entre duas pessoas vulgares, com alguns gostos estranhos e projectos em comum. Um encontro como tantos outros, de tantas outras pessoas, com gostos estranhos e projectos em comum. Um encontro sem promessas, sem agenda, sem nenhum "para sempre" nos lábios. E eis-nos aqui. 
Hoje celebramos muito mais que um aniversário. Celebramos o amor que nos sustém, que nos mantém vivos e que nos dá sentido ao sentido. Mas quando te conheci não sabia. Não sabia que este amor que ainda não se sabia ser amor, se viria a tornar um caso sério. Não sabia que iríamos sobreviver a todas as dificuldades, crescimentos e mudanças a que a vida nos expôs. Não sabia o quanto mudaríamos e o quanto o nosso amor, como um filho, cresceria e mudaria também connosco. Por isso, acredito que o amor é um acto de fé. Não se ama se não se quiser acreditar no amor. Mas nós acreditamos. E cada dia foi amado e desejado. Cada dia foi vivido como se fosse para sempre, como se valesse por uma eternidade. E eis-nos aqui. Juntos. 
Hoje não te prometo, de novo, qualquer eternidade. Não sei se seremos felizes para sempre. Apenas sei que adoro estar contigo, enrolar-me no teu corpo quente, ouvir-te contar o teu dia, fazer contigo planos improváveis de vidas prováveis do outro lado do mundo e, ainda assim, ter a fé que levamos tudo o que precisamos connosco. Estamos juntos e isso basta. E o amor, esse, anda sempre connosco.
Mesmo que fiquemos sem palavras, temos tudo o que não precisa de ser dito.



Drive, de Nicolas Winding Refn, é uma obra que nos prende pelas entranhas, que nos leva ao negrume e à doçura, num mesmo instante. Não é para qualquer público mas é obrigatório para os amantes da tradição que fez de Taxi Driver de Scorsese e do incontornável A Clockwork Orange de Kubrick, obras míticas do cinema. Para mim é talvez o melhor filme de 2011.

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Mei and Arawn