Não digas nada. Senta-te ao meu lado, encosta-te a mim nesta nossa insolência de quebrar as regras dos dias sisudos. Da-me a mão como quem entrelaça uma fita no cabelo. Os olhos semi-cerrados. O perfume azul e autêntico que se derrama no regaço. Contas-me histórias, ao fundo uma melodia doce. Aqui tudo o é leve, tudo nos reconhece, nos molda os gestos, nos sustenta.
2 comentários:
gostei tanto deste texto, que te devolvo com um meu, que acho giro partilhar contigo.
beijinhos
Dias à Janela
Os dias
despedem-se iguais
despem-se.
encobertos na noite
caída das brumas
das angústias de cada amante
que tarda.
O orvalho
assemelha-se a lágrimas
agarradas às janelas
quentes de dentro
do calor dos corpos
incendiados,
gelado de fora
do mundo atravessado
nas gargantas dos calados
dos mudos.
Os dias grandes são iguais
aos menores.
os dias são nossos
na voragem de tudo o que passa
e esquecemos por inteiro.
… E do que fica
e permanece agarrado aos olhos
e se entranha nas roupas
e nos cobre
todos os dias,
são as memórias
sábias
reservadas,
em momentos donos do tempo
curtos e breves,
guardados
como um beijo dado
junto ao entardecer,
prolongado no sabor -
- que guardo de ti
todos os dias.
simplesmente lindo.
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