
De mota, por exemplo, embora não seja fácil conversar, há sempre uma graça, uma conversa, um aceno para indicar algo bonito que vimos ou sentimos como o cheiro de uma padaria nas imediações. Outra coisa gira é que há sempre um cumprimento solidário entre motards. No carro, ouvimos música e não nos calamos se tivermos prazer na companhia que escolhemos. No eléctrico, que não leva mais de 20 pessoas, as pessoas cumprimentam-se, falam da política actual ou do preço do peixe no mercado, da filha da vizinha que vai casar ou do familiar que vai ao hospital. Nos autocarros já não é bem assim, no máximo fala-se com o companheiro do lado se for conhecido, ou vai cada um a olhar para o infinito pela janela ou agarradinho ao ipod. No metro é o cúmulo da indiferença e da solidão. Todos olham para o vazio, pois nem paisagem há para ver, evitam cruzar um olhar, não vá haver algum gesto irreflectido de humanidade. É a total ausência de comunicação tal como a conhecemos. O que passa com esta gente?
Quando não ando de mota ou carro ando de eléctrico! É bonito, ecológico e as pessoas ainda se comportam como pessoas. Gosto dos antigos, em madeira e é uma viagem particularmente agradável no Verão, com as janelas abertas e com turistas maravilhados com a nossa cidade, que nos perguntam como chegar a Belém e que cheiram a bronzeador de côco e a férias.
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