Um eléctrico chamado amizade

Tuesday, October 18, 2011 | 1 Comments














Logo pela manhã o eléctrico
vermelho, tagarela e vaidoso,
prometia aventuras pelas colinas
dos marialvas e donzelas saudoso.
Tem um mastro como um navio,
um cabo que desliza ao ombro,
embala os passageiros no regaço
enquanto desce a calçada do Combro.
Dos putos reguilas à pendura
ouvimos piropos e tirámos retratos,
contámos histórias com ternura
penduradas à janela como gatos.
Saímos por engano no Castelo
e demos por nós apeadas,
corremos para apanhar o amarelo
e lá voltámos ao vermelho afogueadas.
Levámos tudo o que é essencial
ténis, farnel e companhia
pasteis de Belém, gostinho especial,
obrigada miúda p'la doce travessia.

1 comentários:

David E. said...

Está tão giro o poema. Quase que se ouve a campainha do eléctrico a ecoar rua acima.

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