Começo a esgotar-me lentamente, a precisar de cada vez mais tempo para me aceder. Esbarro quase sempre com um porteiro colossal, animal prepotente de dente feroz que me impede a entrada, que me pergunta do mundo, do que havia de ser e se tornou outra coisa, que me averigua o aspecto, da conformidade, do verbo simples, do tempo alinhado em horas pontiagudas todas iguais como meninas de um colégio caro e de bom estatuto.Afasto-me de mãos nos bolsos, à deriva no meu coração de papel.
Como chegar onde nos vemos, inteiros?


1 comentários:
Esse porteiro por vezes apodera-se do portão majestoso que trago cá dentro...
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