
O que passou com este não!? Será uma percepção crescente de não participação real na Europa? Uma percepção que alastrou como vírus a mais de metade da população que já tanto usufruiu dessa mesma participação? Pergunto: e devolver a massa dos fundos já gastos, não seria uma forma de afirmação da "independência"? Serão os irlandeses um povo de memória curta e a construção europeia só é interessante quando recebem algo sem terem de cumprir em troca as suas obrigações devidas à construção conjunta de uma europa mais forte e eficaz?
Acima de tudo traduz uma falta grave de comunicação política e a afirmação do profundo desacordo com as formas de fazer política, mais do que com os conteúdos do Tratado... afinal quem é que o leu?
O Não! terá encontrado mais adeptos nas regiões rurais e em zonas urbanas operárias, ao passo que o Sim teria sido a opção dominante entre a classe média urbana. E, mais uma vez, levanta-se a questão da utilidade do referendo em questões desta natureza.
O Tratado de Lisboa foi assinado pelos chefes de Estado ou de governo dos 27 Estados-membros e o processo de ratificação foi já concluído por 18 países. Esperemos por isso que os outros Estados-membros continuem com o processo de ratificação. Esperemos também que não seja objecto de referendo, pois a retirar da experiência irlandesa fica a aprendizagem de que há assuntos que devem ser deixados à responsabilidade de quem foi legitimamente eleito para decidir e que efectivamente "percebe da poda".
Além de que isto assim não é nada porreiro, pá!
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