- Sim ou não?
- Vens?
- Ficas?
- Mas...
Dou-te a minha mão como quem dá o corpo inteiro, dou-te a minha alma como se o meu pensamento não pudesse estar noutro lugar.
Éramos dois. Dois futuros. Duas multiplicações do universo em outros universos.
Tão vivos, tão livres, duas pequenas janelas abertas sobre grandes horizontes.
- Dei-te um tesouro...
- Sim deste-me um tesouro.
- Deste-me o sal do mar, o sabor das lágrimas, o perfume dos campos, a adrenalina da vertigem...
Éramos dois à procura de ser maiores. Colados aos sonhos com todas as forças.
- Acreditei que ela voava. Acreditei assim que a vi sorrir. Acreditei quando me senti descolar do chão.
- Acreditei que ele era pintor, acreditei assim que o vi sorrir. Acreditei quando me senti encher de todas as cores e elas se espalharam ao infinito.
E se seguimos a vida como pensamos que ela era, assim presos ao pressuposto ao um gigantesco carrossel colorido, tão belo, tão limitado na sua trajectória. E assim seguimos sempre pelos carris arriscando improvisos, com a nossa juventude a ferver no sangue. Lado a lado como numa dança atrevida, lado a lado, mas tão intensamente perto.
- Ela veio por fim.
- Ele por fim percebeu.
- Consequência?
- Amor?
- Foi este amor uma consequência de ter passado todo tempo a crescer para ti. Topas ou não?
- Topo :)
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