As buscas quotidianas que me ocupam hoje prendem-se com fantasia. Com a fantasia de criar e de fazer de conta. Com o divertimento puro de nos vermos noutras peles. Nós que tanto mudamos e nos fazemos de peças de puzzle encaixadas, nós que tantas vezes nos mascaramos do que não queremos ser, vamos agora preparar-nos para o faz de conta do que somos. Seres alegres e coloridos, feitos de pluma e de seda. Hoje iremos encontrar a pele certa para entrar no mundo do nunca.
1 comentários:
haverá uma pele certa, mais que esta, mais que todas?
haverá algo debaixo desta serpenteante colisão dos sentidos?
haverá qualquer coisa que não doa como um punhal rente ou uma esfora de aço quente?
com amor me entrego e com amor me parto e deixo antever o que está por baixo, tão branco e cego ainda.
deixei de me importar com a máscara porque pele e porcelana são hoje o mesmo, talvez excepto para ti que adivinhas sempre a minha alma mesmo quando os meus olhos se fecham.
Eu podia adivinhar-te em qualquer lugar, mesmo que não houvesse uma sombra ou pegada a anunciar-te a presença, o mesmo não poderia dizer de mim.
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