Shopping bags

Saturday, February 03, 2007 | 0 Comments

Há pessoas que guardam para si as coisas que descobrem como se a partilha das mesmas as tornasse mais pobres ou para que ninguém se destaque como elas. Um certo narcisismo egoísta dá corpo a este contabilizar de coisas que se detém a mais do que os outros, neste consumo defreado de bens para parecer melhor, mais poderoso, mais belo, mais que do outros.
Eu conheço uma pessoa que não é assim, não é que não goste de parecer bonita ou de passar pelos outros e deixar uma aragem de cabeças voltadas, que mulher não gostará?

Contudo a sua beleza nesses instantes em nada se compara aos momentos em que ela se abeira de mim com os olhos a faiscarem luz para me contar de uma lojinha que descobriu, de um recanto, de um sabor ou de um cheiro. Há uma generosidade imensa nesta partilha, neste querer que nos reencontremos com a beleza nos mesmos sítios, nas mesmas sensações de encantamento e boa disposição. Mentia se dizesse que não somos materialistas, somos, muito. Gostamos de ter roupas e adereços bonitos, de frequentar sítios acolhedores que nos mimam com a sua identidade única, mas o que nos move não é deter as coisas em si, é a expressividade atrás de cada composição. Há roupa que nos serve às duas e trocamo-la como se a etiqueta fosse branca e não falasse de um dono. Às vezes sei que compro algo que ela não pode e tento escolher tamanhos que nos sirvam às duas, vezes houve em que preferi dar-lhe a ela de presente a ter para mim. Vê-la com os seus olhos claros sorridentes enche-me de orgulho que só a cumplicidade que nos une pode explicar. Dentro do nossos saquinhos de compras, há muito mais que peças de tecido ou adereços refulgentes, há uns pózinhos mágicos de bem-querer...

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