Filosofia da Torrada

Thursday, March 29, 2007 | 0 Comments

Quando pedes uma torrada, naquele pão de forma, quadrado perfeitinho de tentação, como a comes?
Eu como primeiro os cantos, depois, no fim, aquele bocadinho do meio, com a manteiga sedutora a enrolar-se na língua. Comer primeiro os cantos é como aquela a prova que nos tornará merecedores daqueles 2 rectangulozinhos mais gostoso que todos os outros. Já reparei que há quem peça para aparar os cantos e tem, assim, seis rectangulozinhos igualmente saborosos, mas eu sei que não sabem ao mesmo sem se comer primeiro aqueles cantos mais secos que fazem de nós os felizes contemplados com o meio. Aquele meio só é divinalmente gostoso, por estar ali entalado entre dois princípios a degustar ansiosamente.
Quando se ama, guarda-se o meio para empurrar para a outra ponta da mesa com um olhar triunfal meio carinhoso meio sorridente, já vi pais para filhos, namorados, irmãos, avós para netos e amigos a fazerem este ritual e todos parecem sentir essa mesma satisfação contente que grita "eu guardei o melhor para ti", é uma singela oferta que a outra parte nem sempre se parece aperceber, mas quem dá sabe que não há alegria mais doce do que ter a quem dedicar esse pequeno lincote dourado.

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