Esperei tantas vezes por ti, mas tu também não vieste. E é tão fácil desaprender todos os gestos e as formas mais ténues de sorrir no silêncio.
Pode um anjo cair e aprender o caminho das estrelas?
Podem todos os voos serem improvisados no pó da terra?
Podes aprender a escrever o teu nome prender nele o teu rosto anónimo?
Eu não sei quase nada, o pensamento pesa como um saco de pedras e as cordas que me seguravam os braços descarnaram-se em membros frouxos.
Tenho medo do escuro mana, não sei como não ter medo do escuro. Costumava esticar os braços e sentir-te aí e esse breve roçar da ponta dos dedos no ar era suficiente para me sossegar. O poder deixar cair-me de costas e saber que o teu amor essa esse rede imensa era como vestir um fato de super herói e acreditar nos poderes mais fantásticos.
Tenho medo do escuro mana, não sei como não ter medo do escuro.
E não entendo a tua ausência.
Dá-me a tua mão...
Não te quero prender
apenas quero abrir os braços e sentir-te
Como a vela de um barco sente o vento
Não te chamo para te conhecer
apenas peço um rasto de magia
que possa abrir em vaga lume
a noite fria.
Aqui me tens quieta
Com as mãos sobre os joelhos
Quieta muda secreta
Passiva como os espelhos
ensina-me o canto
Eu quero ouvir devagar
O teu súbito falar
Que me foge de repente
Tenho medo do escuro mana, não sei como não ter medo do escuro.
E não entendo a tua ausência.
Por onde abriu a fresta onde cimentaste a tua alma?
0 comentários:
Post a Comment