Halloween

Wednesday, October 31, 2007 | 0 Comments

MÁGICO, MISTERIOSO, MARTE, MÚSICA, MÁSCARA, MULHER, MOVIMENTO, MAGNÉTICO

Praias não vigiadas

Tuesday, October 30, 2007 | 0 Comments

Guardo-te em mim como se fosse a areia dunar onde inicias todos os passos, não procuro inscrever nada no teu caminho, deixo que sigas leve como o vento jovem da madrugada. Sinto-te todos os dias como se fosses uma segunda pele, ou tão somente um perfume que o corpo guardou e a noite não conseguiu apagar. Amo-te de uma forma que ainda não consegui explicar num mundo onde o amor tem raízes fundas e corpo de embondeiro. Desconsigo de fazer explicar-me a ti e aos outros, mas isso não me importa nada, eu gosto da imprecisão da tua da minha e daquela que resvala do fervilhar das vidas alheias, é disso que são feitos os poemas e histórias que guardamos na cabeceira. Se eu escolhesse um sítio para te levar seria uma praia não vigiada, pergunto-me se aí podiamos ser nós, tão breves como um eco. Apaixonados, loucos, livres e belos com a força sã das cerejas mordidas por lábios maduros.
Hoje à tarde, na copa das árvores há-de haver em cada folha o teu nome.


Tough
You think you've got the stuff
You're telling me and anyone
You're hard enough

You don't have to put up a fight
You don't have to always be right
Let me take some of the punches
For you tonight

Listen to me now
I need to let you know
You don't have to go it alone

And it's you when I look in the mirror
And it's you when I don't pick up the phone
Sometimes you can't make it on your own

We fight all the time
You and I, that's alright
We're the same soul

I don't need
I don't need to hear you say
That if we weren't so alike
You'd like me a whole lot more

Listen to me now
I need to let you know
You don't have to go it alone

And it's you when I look in the mirror
And it's you when I don't pick up the phone
Sometimes you can't make it on your own

I know that we don't talk
I'm sick of it all
Can you hear me when I sing...
You're the reason I sing
You're the reason why the opera is in me

Where are we now?
I've still got to let you know
A house still doesn't make a home
Don't leave me here alone

And it's you when I look in the mirror
And it's you that makes it hard to let go
Sometimes you can't make it on your own

Sometimes you can't make it
Best you can do is to fake it
Sometimes you can't make it on your own

Sincronias

Monday, October 29, 2007 | 0 Comments




















Apertamos o laço, a roupa justa e o compasso.
Ensaiamos uma e outra vez, várias, tantas sem querer saber os porques
Aqui pode-se esperar em silencio dentro do gesto.

Sunday, October 28, 2007 | 0 Comments

Esperavamos no limiar da janela a luz do dia
as promessas de azul
o silencio inquieto das coisas.

A barreira começava a ceder, era das tuas mãos que nascia o futuro que começou ontem.
Sorriste e sorri contigo dentro do céu
não nos apeteceu falar
quase tudo o que dissemos era superfluo.
Bastava estar para acontecer o indizível sabor dos troféus partilhados.

Winds of change...

Saturday, October 27, 2007 | 0 Comments

...por cá

....por lá

Esta é só uma noite para partilhar
qualquer coisa que ainda podemos guardar cá dentro
um lugar a salvo para onde correr
quando nada bate certo
e se fica a céu aberto
sem saber o que fazer
esta é uma noite pra comemorar
qualquer coisa que ainda podemos salvar do tempo
um lugar pra nós onde demorar
quando nada faz sentido
e se fica mais perdido
e se anseia pelo abraço de um amigo esta é uma noite para me vingar
do que a vida foi fazendo sem nos avisar
foi-se acumulando em fotografias
em distâncias e saudade
numa dor que nunca cabe
e faz transbordar os dias

esta é uma noite para me lembrar
que há qualquer coisa infinita como o firmamento
um sorriso, um abraço
que transcende o tempo
e ter medo como dantes
de acordar a meio da noite
a precisar de um regaço
....uma música a tocar cá dentro em todos os momentos bons.

Dreams in colour :)

Friday, October 26, 2007 | 0 Comments


Have a nice weekend!
Não resisti mana, cá vai a primeira gravação disponível do David Fonseca na Antena3 do seu belíssimo novo trabalho Dreams in Colours :)

Vamos Brindar!

Wednesday, October 24, 2007 | 0 Comments


Há dias que custam, doem e nos entorpecem de tal forma que nos sufocam como um arreio demasiado apertado.
Mas há outros que são de vitória!

De inesperada e doce redenção, de recompensa em forma de rebuçado contra os sabores mais amargos. É esse que hoje celebramos! Parabéns mana!

Sometimes...

Tuesday, October 23, 2007 | 1 Comments


...no matter how hard you try, thinks just doesn't go well.

To tired to be an optimist today..

Tuesday, October 23, 2007 | 0 Comments

A tinta escorria
deixando uma marca vaga
na sala antes vazia.

Imperfeito
o silencio
a luz aguada
o respirar bando das paredes
o sitío ermo
onde se rouba força ao nada.



Monday, October 22, 2007 | 0 Comments


Hoje ouço-te,
e tu?

O coração da casa....

Sunday, October 21, 2007 | 1 Comments


... já bate!

Caos vulnerability

Saturday, October 20, 2007 | 1 Comments


A nova cor lá de casa

Saturday, October 20, 2007 | 1 Comments

Paredes cor de café, daquele que provavamos em pequenas gotinhas na colherzinha minúscula com que os nossos pais o mexiam.
Paredes cor de areia, onde enterramos pés descalços, fizemos castelos e apanhamos conchas.
Paredes cor de orquídeas selvagens que contornamos com as pontas dos dedos.
Paredes cor de sangue, denso, quente, derramado em silencio no rumor da luta desesperada de vencer.

Misused Love

Friday, October 19, 2007 | 0 Comments

Olha para mim e diz-me o meu nome
Alguma vez me ouviste?
O meu rumor
a minha fome
sabes de mim mais
que um suspiro?

Sinto-a
Quero-a
afundo o desejo
na carne,
na saliva incadescente
dos lençóis.
Não quero que fale
não quero saber nada
Quero devora-la
e atordoar todas as dores
usa-la como escudo.
Sentir a pulsação
o ventre liso de ninfa
rasgar o torpor
gemer, uivar
adormecer quieto
no silencio.

Diz que me amas
diz qualquer coisa que seja
agarra-me

beija-me
viola todos sentidos
febril aniquilação
gemer, gritar
adormecer quieta
no silencio.

In a matter of speaking

Thursday, October 18, 2007 | 0 Comments



In a Manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing

In a manner of speaking
I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the way that i feel about you
Is beyond words

Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything

In a manner of speaking
Semantics won't do
In this life that we live we only make do
And the way that we feel
Might have to be sacrificed

So in a manner of speaking
I just want to say
That just like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing.

Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything

Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything

Adversidades

Wednesday, October 17, 2007 | 0 Comments













Há tempos difíceis de mudança, em que nos parece que recuamos mais do que avançamos, não obstante o esforço e o optimismo.
Aos poucos as coisas hão-de voltar ao seu lugar e havemos de superar todos os reveses, o primeiro é já já a seguir mudar-me para uma nova casita. Todos os desafios parecem colossais, mas havemos de conseguir. Todas as desarrumações prometem uma nova ordem. Vou construir um novo cantinho para bebermos chá e rirmos alto. Desta vez, fora do trenó, entrelaçamos cordas e puxamos juntas.

Uma carta por abrir

Monday, October 15, 2007 | 0 Comments

-Foi numa noite assim que te perdi, mas recupero-te. Escrevo mais do que devo, mas só porque te traz de volta a mim. Há dias em isso me agrada, mesmo que seja uma fantasia. Sinto de novo os teus abraços, sinto a tua presença, o teu calor e o teu sorriso colado à pele. Vejo-te perto, o teu corpo aproxima-se e eu toco-te, sinto o teu perfume doce e envolvo-me em ti, nas noites frias, nas noites de chuva e vento, nas noites estreladas da praia deserta ou da cidade rubra. Turva-se o tempo, turva-se a tua imagem…Onde estás? (Ouve, isto é loucura?) despido de roupa, despido do corpo - o vazio. Voltas sempre para me dares o teu ombro para caminhar. Só não entendo porque não me abraças, tantas vezes isso teria feito tanta diferença para me dar coragem. Gosto tanto quando o fazes.
- Bebe um copo comigo e vamos rir alto como se fossemos deuses jovens. Eu sei que não somos, que somos mortais e falíveis. Os deuses não precisam de casa, nem de adormecer nos braços de um ente querido. Eu tenho uma casa, nao é minha ao certo, apenas um sitio que aluguei e enchi de mim. Fica ao fundo da rua, a casa cor de rosa. Tocas à campainha e se eu não te abrir usa a chave que te dei. Abre a porta como se a casa fosse tua. Se não ouvires barulho algum, senta-te no sofá da sala, há lá um telefone, por baixo dele estará uma carta.

Desculpa o vazio, tentei organiza-lo o melhor que pude, mas obrigaram-me a levar tudo. Por mais que eu te queira dizer nos olhos a dor que sinto, falta-me a coragem, há algo que me dá um nó na garganta, talvez porque nunca antes me tinha sentido assim. Os problemas são como brocas que começam por um simples arranhão e vão cada vez mais fundo. Ajuda-me a passar estes dias que se amontoam sem que eu consiga trazer deles um sucesso. Tenho saudades de uma das tuas histórias, conta-me uma história tua, daquelas doces que trazes no bolso e contas com um sorriso radioso. Não tires esse sorriso da cara, mantém-te assim, és digna das mais lindas fotografias ou telas pintadas pelos melhores pintores, das tuas telas…Adoro ver-te assim. Se olhares para a parede atrás de ti, verás que a marca de uma moldura por baixo está uma caixa preta. tira-a de lá. tiraste? Podes abrir…Surpresa!!! Consegui encontrar um daqueles chapeuzinhos de que me falavas entusiasmada. Gostas? E tão delicado e feminino…
Queres saber, porque te digo estas coisas? Não sei, porque és uma pessoa que me deixa feliz quando passa por mim, só isso. Porque gosto de ti, sem mais nenhuma desculpa que me apeteça dar. A vida cumpre-se com ou sem a nossa participação e já são tantas as máscaras que pomos que hoje não me apetece. Hoje, entre tanta coisa efémera e certezas que deixam de o ser, só me apetece dizer uma coisa que não te dizia há muito tempo, que te amo muito.

Royale

Sunday, October 14, 2007 | 0 Comments

Já há algum tempo que andava para descrever um dos meus sitios preferidos que uma amiga me deu a conhecer recentemente. E delicioso. Não sei se por o ter descoberto pelos olhos dela e ela fazer-me sempre ver a beleza das coisas, mas a verdade é que se tornou um sitio especial para parar um pouquinho e saborear a vida. Há sitios assim, que se tornam referencias pelo acolhimento e pela historia que lá deixamos. O Royale Café, combina o estilo retro com um design sofisticado e actual, tem duas salas distintas e ainda um pátio interior muito agradável, com vegetação luxuriante e onde se pode beber o mais belo chá de rosas que se possa imaginar.

To where?

Saturday, October 13, 2007 | 0 Comments


Where can you go when you fit nowhere?
No home
No job
All your projects smashed
your dreams washed way?
How to start?
Where to start?
No matter what I do
I'm felling tearing apart
Tonight
I can dance for you all
I can smile and laught
I can entertain and love you all
inside I'm a breaking wall.

So sweet

Friday, October 12, 2007 | 1 Comments

Plain White Ts - Hey There Delilah



David Fonseca - Hold Still

Cinemania

Friday, October 12, 2007 | 1 Comments

Ora vamos lá actualizar os nossos registos cinematográficos. Esta foi uma semana em grande em termos de cinema, e pelo que é dado a ver pelas estreias que aí vêm, vamos continuar em aceleração.

Stardust - fantasia, estrelas e bruxas más com muita classe
Para quem à primeira vista embirra com filmes de fadas e seres afins (não é o meu caso) poderia ser um filme daqueles para desconfiar. Mas não é! O filme consegue captar o que o livro de Neil Gaiman nos oferece, um conto de fadas para adultos, com muito de irmãos Grimm mas também com o forte carimbo das vicissitudes da vida moderna. Tem um verdadeiro cheirinho dos filmes fantasistas dos anos 80, estilo Mulher-Falcão, com aquele toquezinho encantador de Never Ending Story, em que mais do que o estilo digital à vídeojogo estão as ideias e a magia única da boa literatura. Michelle Pfeifer está melhor que nunca na pele de uma bruxa deslumbrante, assustadora e poderosa, como só Pfeifer sabe ser. Única também é a personagem de Robert de Niro, na pele de um pirata não dos oceanos, mas do céu, que consegue ser o pirata mais gay desde Errol Flyn nos seus collants. E só de lembrar que este é um dos maiores intérpretes de personagens mafiosas de Hollywood. Respeitinho é o que é! Temos ainda personagens fabulosas interpretadas por caras conhecidas das britcoms como o caso de Ricky Gervais, o atrofiado chefe de Office. A não perder esta estrela!
.45 - Armas, porrada e vingança
.45 começa com Kat (Mila Jovovich) a descrever, naquilo que parece ser um flashback, as façanhas sexuais do seu namorado Big AL (Angus Macfadyen). Rapidamente a dinâmica do filme se altera, e depois deste registo humorístico que nos desarma, caímos num filme denso, de um realismo que nos mete o estomâgo para dentro. O crime, a venda de armas e a decadência suburbana que também inclui o roubo de pequenos aparelhos domésticos como torradeiras, dão o mote. O alcóol e a violência dão a justificação para uma vingança manipuladora e fria, de quem já perdeu tudo o que poderia um dia vir a ter. Não é um filme fácil. Jovovich dá-nos uma interpretação dura e implacavelmente realista de Kat, conseguindo pela primeira vez uma densidade dramática muito longe dos blockbusters a que nos vem habituando. Angus Macfadyen está portentoso, brutal na pele do bêbedo e ciumento Big Al. Sólidas também as interpretações de Stephen Dorff e da lindissima Aisha Tyler.

Planet Terror - cocktail de zombies, strippers pernetas e muito sangue
Se querem afastar alguém da vossa companhia por longos meses, levem-no a ver esta delícia psicadélica. Este filme de Roberto Rodriguez que nos EUA foi exibido juntamente com Á prova de Morte de Tarantino sob o nome de Grindhouse é um verdadeiro hino aos filmes de série B. Pujante, imaginativo, tresloucadamente delicioso, com a já típica vingança feminina, vai por certo deixar-vos demasiado agitados para que consigam dormir, mas é como um cacau quente: aconchega, embora seja um excitante por natureza. Sim eu sei que é violentíssimo e que tem mais sangue que uma matança de porco no Alentejo, mas é tão entusiasta, louco e politicamente incorrecto na forma como foi filmado que apenas me pode arrancar vivas histéricos e um lugarzinho especial nos meus filmes de culto, ao lado de Carpenter e Tim Burton, e de Sin City, em que Rodriguez conseguiu a salvação de coisas menos boas em que se meteu. Outra coisa auspiciosa é a curta-metragem que nos é servida, a jeitos de entrada quentinha de vole-au-vents chamada Machete. Ficamos a salivar pela longa.

Friendssss

Thursday, October 11, 2007 | 2 Comments

Playing love

Wednesday, October 10, 2007 | 0 Comments

Habibi

Wednesday, October 10, 2007 | 1 Comments


Há quem procure a sua alma gémea, perfeita (seja lá o que fôr que isto quer dizer) e igual a si.
Eu apenas procuro amar
desconsigo de amar alguém se essa pessoa me cativa
também não me esforço muito para contrariar isso confesso...

...e sendo assim, acontecem-me coisas espantosas.


Nasce sangue das minhas mãos,
o golpe
o corte
a sede maior,
a raiva,
o vazio,
...
Dor
nem expressão,
doentio desfazer
uma e outra vez
sede sabor a sangue.

Cheiro nauseabundo
do corpo
aberto
dilacerado
desfeito,
dedos como dados
terror
tédio.

Medo
monstro maior
Morte

Já nada em nós é humano.

Os meus quadros já respiram!

Tuesday, October 09, 2007 | 0 Comments

Olá amigos. Venho convidar-vos a visitar os meus trabalhos de pintura a óleo no meu site oficial:
(cliquem na imagem)

Estarei também presente em várias galerias nacionais e internacionais, das quais saliento a Galeria da Vinci: http://www.davincigallery.net/arte/artistPage.do?tab=artist&subtab=artist.list&username=mjamaica

Estão todos convidados para a 1ª Mostra Nacional da Galeria da Vinci, a decorrer na Galeria Adamastor na Foz do Arelho de 27 de Outubro a 30 de Novembro onde também irei participar com um trabalho ao lado dos excelentes pintores que formam esta comunidade artística.

Saudade...

Monday, October 08, 2007 | 0 Comments

Fecho os olhos e penso em ti. Vou no carro a ouvir uma música e penso em ti. Sento-me à mesa num sítio improvisado peço tapas e penso em ti. Descubro uma roupa gira numa loja e penso em ti. Ligas e fazes aquela tua voz meiga, quase infantil, e eu sorrio, deste lado. Fico assim quieta a ouvir e deixo que saia um risinho. Então, passo a mão pelo cabelo e entorto a cabeça num gesto de menina e lá estás tu, a tua voz doce, o teu ar terno como se fosse um abrigo. Gostava que estivesses comigo. Não a todos os minutos, não em todos os momentos. Apenas naqueles que posso partilhar contigo, que não me chega ser feliz, em que era preciso ver-te feliz para que a minha felicidade fosse completa.

Pag II do Livro de Eva

Sunday, October 07, 2007 | 0 Comments


Shakespeare podia ter vivido aqui. Podia
ter dançado na noite de S. João, quando o rio
transborda para as ruas nas correntes
humanas que as inundam. Podia ter escrito
nos invernos de ausência o que a noite
ensina sobre a privação. Podia ter
ensinado, à beira do cais, que o tempo lascivo
corre como a água, levando o que não há-de
voltar e trazendo o que nunca terá nome
nem corpo. As almas, que empalidecem quando
o sol poente se reflecte nos vidros,
cantam bruscamente o verão: reflexo de um
reflexo, frutos que se deixam colher pela
memória, seres sem ser que não hão-de voltar
a nascer: Mas o que ele cantou, podia
tê-lo cantado aqui. Todos os lugares são,
afinal, lugar nenhum para quem não habita
senão a própria voz: sonho de outra margem,
cantor perdido no labirinto das pontes. Perto
da foz, sem o saber; sonhando a nascente,
como se não fosse ele próprio a única fonte.
Nuno Júdice
Após algumas tentativas falhadas para instauração do regime republicano, este tornou-se uma realidade na manhã de 5 de Outubro de 1910, há precisamente 97 anos. Indissociável da implantação do novo regime é o nome do algarvio José Mendes Cabeçadas Júnior, ilustre louletano, então 2º Tenente da Marinha. Na madrugada de 4 de Outubro de 1910, Mendes Cabeçadas assumiu o comando do cruzador Adamastor e disparou os primeiros tiros da República. Coube também a um outro algarvio, artilheiro no Adamastor, o messinense Joaquim Primo António, bombardear o Palácio das Necessidades, onde, entretanto, o rei se refugiara, fazendo cair o pavilhão real ao 3º tiro. Poucas horas depois, a revolução estava consumada.
Em todo o país, as estruturas do Partido Republicano Português (PRP) eram uma realidade, já antes do 5 de Outubro. No caso concreto do Algarve, existia uma comissão distrital em Faro e comissões municipais na maioria dos concelhos. Os concelhos onde o PRP não conseguira estabelecer-se eram os de Castro Marim, Vila Real de Santo António, Aljezur, Vila do Bispo e Monchique, ou seja as áreas mais atrasadas da região, quer nos aspectos demográfico, económico e cultural, quer no político. Já nas eleições administrativas de 1908, o PRP havia conseguido a totalidade dos mandatos da Câmara Municipal de Lagos, que passou a dirigir, e obteve ainda representação na vereação da de Silves. Os grandes líderes do Partido Republicano deslocavam-se também com frequência à região algarvia, a fim de proferirem conferências nas colectividades existentes. Estas iniciativas tinham o apoio das elites locais, espalhadas um pouco por toda a região, nomeadamente Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, Paes Pinto, Estêvão Vasconcelos, Tomás Cabreira ou Gonçalves Azevedo, entre outros.As principais alterações provocadas pelo novo regime pressupunham a consumação de uma profunda revolução cultural. Esta era apoiada na construção de um estado laico, no emergir de um homem novo e na ciência, considerada a força libertadora da escuridão e da cultura opressora da Igreja, onde o homem vivia sem consciência da liberdade. A República foi próspera na promulgação de um vasto conjunto de legislação e na alteração dos elementos basilares da própria sociedade em si.
A Lei da Separação do Estado da Igreja e a Lei do Ensino Infantil, Primário e Normal foram as que maior impacto produziram na sociedade de então. O Estado Laico exigia retirar Deus da Constituição, de todas as Instituições Públicas e do Ensino. Cessaram os juramentos sobre os Evangelhos, o chefe de Estado deixou de ser um representante de Deus na Terra, os bens da Igreja foram nacionalizados, o Estado assumiu a responsabilidade do Registo Civil dos cidadãos. Quanto à Instrução Pública, o Homem Novo seria moldado na Escola, esta instituição não se limitaria a ensinar a ler e a escrever, mas também a incutir nos jovens valores éticos, como o patriotismo e o amor ao trabalho. Também os professores primários seriam como que transformados nos padres laicos, adquirindo grande protagonismo na sociedade republicana. Para os republicanos, o «espaço público» constituía um excelente palco para a participação e emissão de mensagens políticas. Por isso, era necessário libertá-lo das procissões, dos símbolos religiosos nos edifícios públicos, bem como do controlo político-administrativo do sino. Privilegiavam-se as manifestações socializantes, de participação colectiva, capazes de atrair o público, como comemorações, homenagens, comícios, funerais civis, romagens, a Festa da Árvore, o 1º de Maio, actividades desportivas (o então jogo da bola, por exemplo) e manifestações musicais (grupos corais, tunas académicas). O próprio calendário foi republicanizado, sendo extintos os feriados religiosos e criados outros de intenção cívica: o 1º de Janeiro consagrado à Fraternidade Universal, 31 de Janeiro aos percursores e Mártires da República, 5 de Outubro aos Heróis da República, 1º de Dezembro à Independência de Portugal e 25 de Dezembro, consagrado à família. Foi igualmente abolida de todos os documentos oficiais a frase que seguia as datas «do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo». O Governo da República legislou também os direitos dos trabalhadores por conta de outrem. Foram consagrados dois princípios fundamentais, o direito a um horário de trabalho previamente estabelecido e o direito ao descanso semanal, competindo às autarquias elaborar o respectivo «Regulamento», em conformidade com as especificidades de cada local.Dada a intranquilidade que se vivia com a implantação da República, uma vez que o poder caíra na rua, foi criada, a 3 de Maio de 1911, por Decreto, a Guarda Nacional Republicana e com ela estava à partida resolvido o problema da segurança.A República trouxe também novos símbolos nacionais. A Portuguesa de Alfredo Keil, proibida desde a efémera República do Porto, proclamada a 31 de Janeiro de 1891, foi adoptada como Hino Nacional em 1911. O real, a moeda até então utilizada, foi substituído pelo escudo, equivalente a 1000 réis. Uma nova bandeira bicolor – vermelha e verde - foi instituída por Decreto-Lei de 19/06/1911.A República teria contudo uma existência atribulada, os republicanos, que se mantiveram unidos nos últimos anos da Monarquia, não conservaram a mesma coesão durante os 16 anos da Primeira República, mas tal não se vislumbrava a 5 de Outubro de 1910, data em que o Algarve recebia a República em festa, mas também com apreensão.

Everywhere I go...

Thursday, October 04, 2007 | 0 Comments



Pipocas XXL

Wednesday, October 03, 2007 | 0 Comments

Pois é, temos ido ao cinema, mas essa rubrica ficou esquecidinha durante o verão entre brindes e animação, ora vamos lá fazer uma retrospectiva agora que os dias estão bons para naufragar no sofá ou numa sala de cinema perto de ti :)

RATATOUILLE
A bela "cidade-luz", a romântica Paris, lar dos melhores restaurantes do mundo, de comida refinada, criada por chefs e ... ratos?! Mais uma vez o diretor Brad Bird e o pessoal da Pixar revolucionam o mundo da animação e levam aos cinemas a história de um ratinho que tem como grande sonho tornar-se um cozinheiro! E como todos podem cozinhar, temos uma divertida comédia temperada com amizade, entusiamos e luta pelos nossos ideais. Uma iguaria rara!

Bourne Ultimatum

Antes de mais, há que dizer que a trilogia Bourne é espectacular como um todo e merece reconhecimento por actualizar o cinema de espionagem. "Bourne Ultimatum" regressa a uma cinematografia mais aberta e sem truques criando uma grande densidade na acção, permitindo ao espectador vibrar com cada uma das cenas. A realização é consistente, o guião fantástico e Matt Dammon, tem mais uma grande prestação, fazendo-nos esquecer que estamos a olhar para uma tela.

A Face Oculta de Mr. Brooks Um thriller brilhante de Bruce Evans. Um argumento nunca previsível que nos atrai para a teia de um serial killer, sociopata. Descrever mais seria levantar o véu que apenas o escuro do cinema esconde, onde ninguém está a olhar e somos apenas o que somos, sem máscaras.
http://www.theressomethingaboutmrbrooks.com/main.htm

Declaro-vos Marido e... Marido
Leve, divertido com muitos clichés à mistura, mas também uma abordagem a inúmeros problemas queer. As tropelias de uma amizade e as conotações do amor em que a sociedade se enlia e cora. Sinónimo de noite bem passada.
http://www.chuckandlarry.com/

Next- Sem Alternativa
Cris Johnson tem um segredo que o atormenta: consegue ver alguns minutos do futuro. Farto dos exames efectuados durante a infância e do interesse do governo nas suas capacidades ele vive sob um nome falso em Las Vegas, sobrevivendo de expedientes. Quando um grupo terrorista ameaça detonar uma bomba nuclear em Los Angeles, a agente federal Callie Ferris tenta capturar Cris para o convencer a ajudar a deter a ameaça.
http://www.nextmovie.com/

Morte num funeral
No ambiente frágil e delicado, expectável no velório, o caos instala-se quando os efeitos do romance, inveja, familiares distantes, alucinogénios, segredos obscuros... uma desconstrução hilariante de todos os comportamente socialmente definidos para uma circunstância socialmente formatada e constrangedora. Um humor british 5*. Vão ver!!!!
http://www.deathatafuneral-themovie.com/


E já chega! Quando virem estes traremos mais novidades.














Digo que no puede decirse el amor.
El amor se come como un pan,
se muerde como un labio,
se bebe como un manantial.
El amor se llora como a un muerto,
se goza como un disfraz.
El amor duele como un callo,
aturde como un panal,
y es sabroso como la uva de cera
y como la vida es mortal.

El amor no se dice con nada,
ni con palabras ni con callar.
Trata de decirlo el aire
y lo está ensayando el mar.
Pero el amante lo tiene prendido,
untado en la sangre lunar,
y el amor es igual que una brasa
y una espiga de sal.
Jaime Sabines


Te recuerdo como eras
Te recuerdo como eras en el último otoño.(…)
En tus ojos peleaban las llamas del crepúsculo.
Y las hojas caían en el agua de tu alma.
Apegada a mis brazos como una enredadera,
las hojas recogían tu voz lenta y en calma.(…)
Siento viajar tus ojos y es distante el otoño:(…)
Cielo desde un navío.
Campo desde los cerros.
¡Te recuerdo es de luz, de humo, de estanque en calma!
Más allá de tus ojos ardían los crepúsculos.
Hojas secas de otoño giraban en tu alma.
Pablo Neruda

Tuesday, October 02, 2007 | 0 Comments

Sei que estás longe quando querer-te não é o suficiente para te trazer para perto, te entrelaçar nos dedos e adormecer no teu perfume como na dobra de um cobertor fofo.

Human Nature

Monday, October 01, 2007 | 0 Comments

About

Mei and Arawn