Praias não vigiadas

Tuesday, October 30, 2007 | 0 Comments

Guardo-te em mim como se fosse a areia dunar onde inicias todos os passos, não procuro inscrever nada no teu caminho, deixo que sigas leve como o vento jovem da madrugada. Sinto-te todos os dias como se fosses uma segunda pele, ou tão somente um perfume que o corpo guardou e a noite não conseguiu apagar. Amo-te de uma forma que ainda não consegui explicar num mundo onde o amor tem raízes fundas e corpo de embondeiro. Desconsigo de fazer explicar-me a ti e aos outros, mas isso não me importa nada, eu gosto da imprecisão da tua da minha e daquela que resvala do fervilhar das vidas alheias, é disso que são feitos os poemas e histórias que guardamos na cabeceira. Se eu escolhesse um sítio para te levar seria uma praia não vigiada, pergunto-me se aí podiamos ser nós, tão breves como um eco. Apaixonados, loucos, livres e belos com a força sã das cerejas mordidas por lábios maduros.
Hoje à tarde, na copa das árvores há-de haver em cada folha o teu nome.

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Mei and Arawn