Lars e o Verdadeiro Amor
Realização: Craig Gillespie ; Argumento: Nancy Oliver
Com: Ryan Gosling; Paul Schneider; Patricia Clarkson; Emily Mortimer
Esta bonita comédia romântica é um verdadeiro hino ao amor fraternal e cristão. Fosse eu professora de educação religiosa e moral e era sem pudor que o mostraria aos meus alunos. Apesar do contexto aparentemente sexual que poderíamos prever pela sinopse do filme, este seria o exemplo perfeito que poderia ilustrar o famoso capítulo XIII de São Paulo relativo à Primeira Epístola aos Coríntios.
Este filme é a prova viva de que o cinema pode recorrer à exposição de sentimentos, sorrisos contorcidos ou atitudes reprimidas de forma tão eficaz e apaixonante como as cenas mais escatológicas de faca e alguidar, tão em voga ultimamente.
O desafio do argumento é bem visível: uma comunidade inteira une-se em volta da loucura de um dos seus membros como a forma de o ajudar a ultrapassar a situação. A alma da estática Bianca, a namorada plástica de Lars transforma-se no instrumento de amor e de redenção graças à dedicação de todos os que o rodeiam. A prova de que o amor é e pode ser exterior ao ser amado constituindo uma construção puramente racional de quem ama.
Bianca torna-se o verdadeiro elo de ligação a toda uma comunidade e o pretexto de aproximação e de construção afectiva com os outros. É como que uma extensão da alma de alguém que não conseguia por si mesmo tocar ou deixar-se tocar pelos outros. Segundo Heidegger, a ética é a habitação do homem nos deuses e é assim que Lars, sem casa, regressa ao lar e à sua morada afectiva. Este é com certeza, um dos filmes que permacecerá por muito tempo na minha memória, por quanto é um dos filmes mais representativos de Deus ou do cristianismo no seu sentido mais puro e radical.
Site oficial aqui.


1 comentários:

Zé Maria said...

Gostei do blog, parabéns, decerto voltarei, José

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