O que sempre procuramos... foi viver cada dia por si mesmo, sem grandes pressas nem grandes calmas... mas sempre como se fosse o último. Somos demasiado intensos por vezes, meu amor. Acreditamos piamente na força dos nossos punhos e na destreza do nosso pensamento. Já tantas vezes recomeçamos juntos onde os outros apenas viam destruição. Tantas vezes erguemos do chão o que parecia já não poder andar nem suster-se. Tantas vezes já acreditámos e nos desenganámos. Tantas vezes o desgosto se apoderou dos nossos olhos como um mar galopante incontido. Mas sempre mantivemos o rumo, o nosso. Feito de fraqueza e de fracasso, feito de perseverança e de esforço, feito de confiança e de tolerância. Feito da tua obstinação e da minha tranquilidade.
Cada vez que repensamos tudo, cada vez que nos abrimos aos outros, descobrimos novas janelas de existência. Espreitamos por elas e assustamo-nos perante os abismos de desconhecimento que nos rodeiam, mas temos sempre uma constante imutável: nós.
Não esperamos pela desgraça nem pela perda, não antecipamos o sofrimento. Não é assim que nós vivemos. Nós vivemos no pressuposto do presente, no pressuposto de que sempre nos teremos um ou outro. Isso não é um fardo para nós, tal como não é um fardo sabermo-nos um dia um sem o outro. Vivemos cada dia assim... sem grandes calmas ou pressas. Quando esse dia chegar, re-avaliamos.
O nosso amor de sempre tem outras cores agora, sabores exóticos de outras vivências.
O nosso amor de sempre terá outros contornos no futuro, feitos de outras paragens, viagens das nossas almas a outras, viagens de nós mesmos aos nossos receios mais profundos.
Nós que nunca quisemos ser felizes, pois só da falha advém a busca.
Na próxima paragem fazemos uma pausa, pode ser?

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Mei and Arawn