Pieces of a dream

Friday, June 30, 2006 | 0 Comments

I thought I saw you late last night,
but it was just a flash of light.
An angel passing.
But I remember yesterday.
Life before you went away.
And we were laughing.
We had hope and now it's broken.
And I could see it clearly once when you were here with me.
And now somehow all that's left are pieces of a dream.
Now I'm lost in restless nights.
Just a whisper of the life that we created.
Shadows falling.
I am calling.
And I could see it clearly once when you were here with me.


And now somehow all that's left are pieces of a...

The faded photographs.
The frames of broken glass.
The shattered memories.
Time will soon erase.
All these souvenirs.
Salt from a thousand tears.
But when I wake up you are never there.
We had hope and now it's broken.
And I could see it clearly once when you were here with me.
And now somehow all that's left are pieces of a...
And I could see it clearly once when you were here with me.
And now somehow all that's left are pieces of a dream.

Pieces of a dream.

Anastacia

Eu pecador me confesso...

Thursday, June 29, 2006 | 1 Comments

Eu pecador me confesso de não ser justo nem puro, nem perfeito na minha condição de humilde e insurrecta criação de intelectual de esquerda com a mania filantrópica do bem estar alheio, eu pecador me confesso de me rir quando tenho vontade e de me esforçar por partilhar com os outros essa maquiavélica perversa libertação dos males e dores de que devia estoicamente padecer, eu pecador me confesso do hediondo crime de apreciar a beleza e de tentar com ela os outros, de ter orgulho no meu trabalho e de não me vergar chorosamente ao seu jugo como um boi que ara a terra, de ter fome e satisfazer a minha fome, de ter sede e satisfazer a minha sede, bem como de satisfazer todos as meus caprichos hedonistas, eu pecador me confesso de não me empanturrar com gordurosas patuscadas para acarinhar um traseiro anafado que sirva de almofada à pândega nocturna em frente ao televisor, de ter fedelhos guinchantes que herdem o meu feudo decadente, de não chafurdar no romantismo cego dos impulsos do bom selvagem e de reflectir nas minhas escolhas pragramatica e sensatamente, eu pecador me confesso de nao me mutilar pesarosamente de sílicio e chibata com a minha culpa e de erguer o rosto à procura de soluções para as minhas falhas, de não pagar promessas de joelhos do Cú de Judas (que para vossa informação existe ali para os lados da Arrábida) a Fátima e em vez disso ir à luta, de não arrotar alto os meus ideais para todos os confrades, de não acreditar em astrologia, mezinhas, macumba, pai de santo, mau olhado e querer construir eu própria o meu destino, eu pecador me confesso de amar o próximo sem lhe mendigar uma esmola por ser da família, sem lhe julgar os sapatos porque passaram de moda, sem o humilhar para o ajudar a formar caracter, sem o criticar viperinamente na sua ausência para me integrar com a "malta", sem duvidar mesmo sem provas fidedignas de que seja merecedor, sem condições contratuais que inviabilizem a perda de um investimento e confiança...
.... assim, pecador, diante, de vós me ajoelho não para vossa absolvissão, nem para me admitir em remissão de pecados, mas para declarar que se apenas dos justos e dos pobres de espírito é o Reino dos Céus, me chega muito bem o meu palmo de terra e a tasca do David que tem uns petiscos porreiros para a maltinha terminar o dia bem disposta.
Depois do teu sorriso, depois da tua mão fechada, depois do puxão rápido, depois da noite estrelada, depois das tuas palavras derramadas sobre a sede da minha boca, depois da tela na sala escura, depois das pipocas fugidias, depois dos piqueniques na relva aveludada, depois da música, depois da tecitura desenhada dos dias, depois dos pinceis e das aguarelas, depois dos rascunhos e dos passeios nas vielas, depois das histórias, depois da caça aos patos na avenida, depois da queda e de nova investida, depois dos gomos da laranja no perfume da manhã, depois do mergulho refrescante, depois do livro fechado e da porta aberta, depois das bolas de sabão dentro e fora da ilusão, depois das respostas áridas, depois do chá embebido na ponta dos dedos, depois dos músculos doridos do esforço, depois das horas que o computador roubou, depois da roupa lavada, depois dos recomeços, depois dos braços desfeitos na rigidez dos caixotes de mudança, depois de um dia de trabalho, depois das aulas de condução, depois de levantar mais cedo para ir ao pão, depois do silêncio e da provocação, das feridas e da cicatrização, depois dos papéis emaranhados e de agendas empeçadas, depois de Pessoa de Saramago e da poesia reconquistada, depois da gente no instante capturada e do tempo ser vestido de seda da nossa pele delicada, depois de se ir em contra-mão, ser diferente sem razão, depois das paredes pintadas, depois da lista das compras e da luta estóica com o carrinho do supermercado, depois de aveludadas patinhas felinas a acordarem-nos impacientes, depois da doença e de insónias preocupadas, depois infâncias cheias e conquistas alcançadas, depois das viagens de metro e das outras mais além, doçura da tua voz e na dos outros o desdém, depois de comer a sopa toda e de limpar a casa pela manhã, depois de se ver a vida assim, não há hora que seja vã!

Telling a story...

Tuesday, June 27, 2006 | 1 Comments

Ontem foi o meu aniversário. Coisa banal essa de se fazer mais um ano. Toda a gente faz. Quando era pequena queria à força que este dia fosse especial, que se dessem apenas acontecimentos memoráveis e felizes, mas aos poucos fui percebendo que o nosso aniversário é apenas mais um dia entre muitos que fazem a vida e a vida tal como ela é tem momentos bons e menos bons que fazem de nós o que somos. Ontem foi o meu aniversário e não senti nada de novo. Não cresci mais um centímetro, não acordei num palácio encantado, não tinha novo nome, nem o mundo se moveu da sua rota. Muitos telefonemas, algumas mensagens. A presença a fazer-se ouvir abrindo brechas na distância. A idade parece-me a mesma de sempre, quem cresce não espera datas para se fazer de outra altura. Não houve fitas nem doces, nem bolo, mas houve laços a fazerem unos e doçura, não houve velas nem cânticos, mas a chama perdura. Não houve oferendas, mas recebi um presente, apenas um. Um presente sem embrulho, anunciado numa cartinha singela, um presente feito de gente e cores fortes, cosido na bainha dos sonhos e das fadas. Um presente que não me apetece partilhar porque não há palavras que o consigam descrever nem a sinestesia fantástica que é entrar em pezinhos de veludo no guarda fato da Rainha das Rosas, ou dedilhar a harpa dos Seres Azuis. Um presente que me foi sussurrado como um segredo por uma mão de orquídea que me fez entrar no outro lado do espelho mágico do tempo, da beleza e do amor, a mesma que se entrelaçou na minha e me adormeceu, a mesma que me secou as lágrimas tantas vezes e fez delas filigrana de luz e asas de borboleta.

Oh happy day II

Monday, June 26, 2006 | 0 Comments

Não resisti!

Oh happy day!

Monday, June 26, 2006 | 0 Comments


A tradição manda que hajam abraços, a tradição manda que hajam fitas e doces, a tradição manda que hajam amigos, a tradição manda que haja família, a tradição manda que se use roupa alegre e colorida, a tradição manda que hajam velas e cânticos, a tradição manda que haja alegria e oferendas.
Teremos abraços, fitas e doces, amigos e família somos. Vestiremos roupas alegres e coloridas. Acenderemos velas e cantaremos. Alegria será a nossa oferenda.
Mas no fundo, no fundo só queremos que haja o teu sorriso a inundar-nos de calor.
Parabéns maninha :)

Mea culpa!

Friday, June 23, 2006 | 0 Comments

Uma das maiores aprendizagens que a vida nos pode proporcionar é a capacidade de distinguir culpa de responsabilidade. É bem mais fácil ser culpado do que responsável. Paradoxalmente, não há melhor defesa que a culpa. Não serve sempre de atenuante a sua assumpção? Somos ainda um pouco menos criminosos se formos confessos. Hediondos que sejam. Gera-se um movimento solidário de compreensão. Identifica-se o agredido com o agressor num terreno que é de todos, porque para lá remete toda a nossa moral. E há ainda o exorcizante espaço da desculpa. O que, de caminho, permite à vítima exercer o supremo direito de perdoar. Sabe tão bem!... Ao gritar a nossa culpa, saldo as contas e demito-me de quaisquer outras obrigações. Fico, absolvido, também eu, uma vítima: dos meus instintos, dos meus impulsos, da minha má formação, da minha ambição desmedida, do meu supremo desprezo pelo bem-estar alheio... E pronto! E estranhamente chega. Pelo contrário, ser-se responsável significa "responder por". Na prática, implica assumir os actos e as suas consequências. Estar pronto a arcar com todos os danos que advierem das nossas escolhas e ter como imputável a sua resolução. Implica acção, atitude activa e construtiva. Por isso me soam hipócritas estas manifestações constantes, estas greves avulsas num país cujo patriotismo faz da bandeira nacional refém de todas as janelas de casas e carros. Por isso me soa hipócrita a troca de passados infelizes como o cartão do serviço social na escola que nos torna isento de todos os pagamentos e me soam hipócritas as manifestações das associações de estudante contra as propinas quando andam a arrastar as suas mui guapas calças Levi’s pelos mármores ilustres da academia durante uma dezena de anos. Nós somos, é certo, um produto de vários factores, mas é-nos dada a opção desse resultado como seres pensantes que somos. Somos responsáveis por fazer de nós, dos que nos são próximos e do nosso país o melhor que conseguirmos trabalhando tal, vendo as ameaças como oportunidades e as oportunidades como projectos. Deixemos as lamentações para as carpideiras do século XIX, missa de domingo e consultas ao médico, façamos por nós o que nos achamos no direito de reclamar e deixemos as apregoações públicas para as barracas de farturas.

Tearing apart

Thursday, June 22, 2006 | 0 Comments

Hey you,
Out there in the cold,
Getting lonely, getting old,
Can you feel me?

Hey you,
Standing in the aisle,
With itchy feet and fading smile,
Can you feel me?

Hey you,
Don't help them to bury the light.
Don't give in without a fight.
Hey you,
Out there on your own,
Sitting naked by the phone,
Would you touch me?

Hey you,
With your ear against the wall,
Waiting for someone to call out,
Would you touch me?

Hey you,
Would you help me to carry the stone?
Open your heart, I'm coming home.
But it was only fantasy.
The wall was too high, as you can see.
No matter how he tried he could not break free.
And the worms ate into his brain.

Hey you,
Out there on the road,
Always doing what you're told,
Can you help me?

Hey you,
Out there beyond the wall,
Breaking bottles in the hall,
Can you help me?

Hey you,
Don't tell me there's no hope at all.
Together we stand, divided we fall.
Pink Floyd

Sometimes that litle parts of imperfection that make us sad or hungry, will be the biggest reason for us to tear apart...
http://www.squidandthewhalemovie.com/

Summertime

Thursday, June 22, 2006 | 0 Comments

Summertime,
And the livin' is easy
Fish are jumpin'
And the cotton is high

Your daddy's rich
And your mamma's good lookin'
So hush little baby
Don't you cry

One of these mornings
You're going to rise up singing
Then you'll spread your wings
And you'll take to the sky
But till that morning
There's a'nothing can harm you
With daddy and mamma standing by

Summertime,
And the livin' is easy
Fish are jumpin'
And the cotton is high

Your daddy's rich
And your mamma's good lookin'
So hush little baby
Don't you cry

Composta por George Gershwin em 1935 para a ópera Porgy and Bess.
Desde então muitas foram as vozes que magicaram em volta deste tema tão doce, quente e simultaneamente relaxante, com sabor a papoilas e cheiro de mar.
Para saber mais: http://en.wikipedia.org/wiki/Summertime_(song)

Because we share life

Wednesday, June 21, 2006 | 1 Comments

1º dia de Verão!

Wednesday, June 21, 2006 | 0 Comments

É oficial
Sente-se nos gelados que derretem nas bocas
Nas cores fortes,
Nos sorrisos bem dispostos,
No tamanho envergonhado das roupas,
Na pele dourada,
No perfume a mar,
No sabor exótico das ondas na pele,

Can you feel it?

Tuesday, June 20, 2006 | 1 Comments

Em nome do amor vim até aqui e parei a contemplar-te
Em nome do amor me despi e abri a minha mão até os punhos cerrados serem mãos abertas,
E o sol ser um reflexo do meu sorriso
E os barcos serem gestos à deriva no teu corpo
E as flores restos do teu perfume na minha roupa
Em nome do amor deixei que a vertigem
Se chamasse abraço
E o abraço florecesse em ternura
E a ternura se enrolasse no linho dos lençóis

De cada dúvida fiz um nó pequenino entre retalhos
E aos poucos vou tecendo uma corda sólida para me evadir da minha torre, há pesadelos pesados como os dias, há medos que nos prendem como âncoras, mas assim como o poema se deixa espraiar em mansas palavras como uma camisola que se deixa desfazer em linha e de novo em novelo, assim os passinhos miúdos se passem caminho e o coração que bate baixinho no peito borboleja dançante embalado por uma lira desconhecida...

Em nome do amor, nos entregamos sem rede no trapézio mais alto.

My sweet darkness

Monday, June 19, 2006 | 2 Comments

Tenho a beleza dos anjos caídos, das ruas desertas, das tempestades violentas, do frio e da guerra sangrenta...Tenho a beleza do negro sem fim, dos corpos esventrados, da noite suicida, por isso não esperes nada de mim. Não chames o meu nome como se embalasses um sonho, eu não sou mais que a sombra densa da beleza que desejas, sou o reflexo fiel no espelho dessa felicidade prometida nos livros e nas histórias de encantar, mas nada tenho que te possa contentar. Eu sou apenas a face serena da morte conquistada, o silêncio, a estrela cadente, o que resta do inverno indigente. Não me peças nada, não me dês nada...todas as promessas são vãs, o amor é uma maçã viperina e eu sou apenas um lobo sedento, o abismo, a traição crua, a desilusão, o punhal do desalento...
....não me peças para acreditar.

Conotações

Monday, June 19, 2006 | 0 Comments

"Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas a borboleta

E a flor é apenas flor."
Alberto Caeiro

Momentos assim

Wednesday, June 14, 2006 | 2 Comments


Se fossemos fios de água sentiriamos o mesmo arrepio perante a felicidade?
Se fossemos sopro de vento guardaríamos na pele as impressões do toque mais terno?
Se fossemos pó e terra poderiamos plantar por dentro as raízes com que nos seguramos?
Se fossemos fogo queimariamos com o fulgor quente da emoção na face?
O album que trago dentro vem cheio de tudo isto. É feito de fotografias imaginárias que tirei com as pontas dos dedos cruzadas sobre o rosto. Ganhou raízes em mim e cresceu em forma de caixa de música que canta por dentro todas as cores das almas que me tocam.
Quando temos o coração cheio apetece oferecê-lo a todos. Toma-o, é teu. Será teu por quanto tempo o queiras trazer contigo porque o tempo não conta quando cruzamos a dimensão do afecto.
Toma-o é teu. Dizias ontem quando me presenteavas com o teu amor. Toma-o, é teu. Quando o abri vi que tinha cores alegres, voava, tinha duas rodas e uma pequena prancha para me levar a deslizar pelo mundo. Descobri o seu nome na net, não que seja preciso ter um nome, mas decidi re-baptizá-lo. Chamei-lhe o O Outro Lado do Vento. Como nós. Como o verão deve ser o outro lado do Inverno... há dias em que se emaranham como hoje. Como os fios que seguro tentando manter esticado o meu papagaio no ar, assim sou eu. O outro lado de ti.

Peugas turcas e meias de fato

Wednesday, June 14, 2006 | 1 Comments

Podia ter sido esta noite a primeira de tantas outras, podia o princípio e o fim serem apenas parte de um caminho maior....
Quando chegaste não sabia nada de ti, nem o teu nome era mais que um no meio de tantos, quando chegaste sem bagagem estranhei apenas esse teu ficar, a ausência de pressa o sabor das palavras apurado ao ínfimo.
Falamos, rimos, derivamos noutra coisa... é de noite e chove, é Junho e o céu desfaz-se em mil nervos de luz. Estranho este chover forte a chamar o verão, estranho o teu toque a compor melodias sobre as minhas mãos, ensaios de verdura. Estranho este teu cheiro na minha pele como se os lábios se misturarem-se como duas tintas espessas. Chove muito, gotas grossas, o som do trovão ecoa no céu adormecido aniquilando as promessas de silêncio, o mesmo silêncio que te levou sabendo eu ainda tão pouco de ti. Chove cada vez mais, descalço-me com o chá a fumegar nas mãos e dou por mim a pensar nas peugas turcas que calças por baixo das meias de fato e nas estranhas camadas que escondemos do olhar dos outros. Adormeço com os teus braços em meu redor no abraço apertado que me deixou inteira...há coisas estranhas numa madrugada de tempestade e iniciação...

Happy birthday!

Monday, June 12, 2006 | 0 Comments

Hoje meu bem, não haverá sombra alguma nos teus olhos nem vestígio de outra coisa que não seja o sol nos teus lábios nem nos meus. Hoje meu bem, há tanta coisa que eu te poderia dizer e contudo não é de hoje nenhuma destas palavras. Porque não esperamos de um dia só pra dizer o que nos enche de vida todos os dias, nem os sentimentos podem ser adiados para as horas esperadas. Hoje, princesinha, se te abraçar há-de ser com a ternura de todos os momentos, se te der um presente há-de ser por tudo o que és e por tudo o que fizeste de ti, porque amar em dias assim não é nada comparado com amar em todas as quedas, lágrimas, risos, medos, danças e contradanças, passos, voos, ensaios, projectos, esboços, improvisos, partituras, dentro e fora dos caminhos.
PARABÉNS!
CARPE OMNIUS...

Friday, June 09, 2006 | 0 Comments

Mas tu não cresces?

Friday, June 09, 2006 | 1 Comments

Não!
Não me peças isso...
não me perguntes por quem não posso ser...
Porquê essa impaciência, essa ânsia?
Não me faças perguntas que não posso responder,
sobre estados que quero desconhecer.

Porque é que escrever cartas é infantil,
ou fazer origamis no metro,
ou andar com pacotinhos de bolachas nos bolsos para dar ao arrumador,
ou falar com as flores,
ou adormecer enroscada num gato,
ou perguntar,
ou chorar porque é preciso?

Eu sou assim simplesmente, este pedacinho de plasticina sempre a ganhar novas formas...

Não me peças para crescer, para deixar de acreditar que as nuvens escondem um reino de algodão doce e as florestas fadas e duendes...

Eu preciso da magia da beleza, da massa dos sonhos, de acreditar na dádiva incondicional. Por isso sustenho a respiração neste mundo tão doce onde é possível amar de todas formas, sorrir sem motivo e dar sem medo. Não talvez não cresca... aqui o tempo é o da Terra do Nunca.

O tempo das coisas

Thursday, June 08, 2006 | 0 Comments

Mãos de fada cozinham para mim.
Orquestram uma sonata que só as ondulações dos seus gestos conhecem o caminho.
Fico deslumbrada. Lembro-me dos pé descalços sobre a pedra, saltitantes, enquanto desvias o cabelo com o dedo mindinho para não o sujar com o sumo das frutas que cortas cuidadosamente como se fossem tiras transparentes de cetim. É um final de tarde de verão e temos as portadas abertas para o terraço sobre a cidade que começa a acordar para a noite.

Mãos de fada cozinham para mim.
Seguram a colher com que embalam cada alimento como se fosse uma flôr muito rara, daquelas que apenas se encontram nas escarpas mais íngremes do fim do mundo.
Fico sem palavras. Contas-me como fazes iogurte. Como isso demora o seu tempo. Como deixas que o tempo coalhe em néctar rico aquilo que antes não passava de quase nada. Deixas que o tempo passe. Fazes do tempo a tua estufa.

Mãos de fada cozinham para mim.
Escolhem com carinho tudo aquilo em que tocam, com um encantamento que transforma tudo à sua passagem em tempo de nunca. Esse é o teu reino. Rainha és e com mãos aladas transformas as vagas rudes na mais cristalina cascata, a nuvem mais negra em tranquila claridade e a minha existência mortal em eterna companhia de voos.

Mãos de fada tecem o tempo das coisas.

Take my breath away...

Thursday, June 08, 2006 | 1 Comments


"LIFE IS NOT MEASURED
BY THE NUMBER OF BREATHS WE TAKE,
BUT BY THE MOMENTS
THAT TAKE OUR BREATH AWAY"

Fall into myself

Wednesday, June 07, 2006 | 3 Comments

















Cair - do Lat. cadere
v. int., ir abaixo; pender; tombar; desabar; abater-se; inclinar-se; curvar-se; acontecer; suceder; abrandar; amainar; sujeitar-se; incorrer; cometer; descer; baixar; ajustar-se; combinar-se; harmonizar-se; ser enganado, surpreendido - em si: ter grande decepção; aperceber-se; loc. adv., a -: a não se suster.

Sonhamos que caímos ou caímos pensando que sonhamos? Se sonhamos que caímos, isso significa alguma coisa?
Porque é mais inquietante sonhar com a queda do que cair realmente?
O que é cair?
É não se suster.
Mas quando não nos sustemos não parece que sonhamos?
E se a realidade é uma imagem invertida como os espelhos estranhos que sempre me assustaram?
Quando cais o que sentes é diferente de quando sonhas que cais? Não sentes a mesma vertigem, não te perdes de ti? É menos assustador? É menos angustiante? Será que não coxeias depois? Será possível cair dentro de si? Como levantar-te de ti, se não tens pernas por dentro?
Quem dera que caíssemos sempre acordados.

Dedicated to Another Soul Writer

First steps

Wednesday, June 07, 2006 | 0 Comments

O mais difícil não é fazer um gesto difícil com um sorriso nos lábios, como se fosse fácil... o mais difícil é fazer um gesto simples com tal graciosidade e beleza que pensamos estar perante do próprio deslumbramento.

Palcos Inesperados

Tuesday, June 06, 2006 | 1 Comments



"Porque gostas tanto de ser assim, tão delicada e celestial em todos os momentos?" Podemos bem estar num nenúfar lilás a deslizar no meio de um lago perfumado mesmo que à primeira vista possa parecer apenas mais um charco. Depende de nós salpicá-lo de beleza. Esta esconde-se onde menos esperamos e revela-se no pestanejar efémero de um bater de asas.

Dissolvente

Tuesday, June 06, 2006 | 0 Comments

"Regressamos sempre aos velhos lugares onde amámos a vida.
E, só então, compreendemos que não voltarão jamais todas as coisas que nos foram queridas. O Amor é simples, e a vida devora as coisas simples."
(Mia Couto)

Friends

Monday, June 05, 2006 | 1 Comments















Vem comigo,
não estremeças, não tenhas medo.
Vamos!
Descobrir novos caminhos,
Flutuar.

Vem comigo,
De mão dada,
Apertada
Para que as diferenças
Não sejam mais que quase nada
e o mundo inteiro
para inaugurar.

Vem comigo,
No sopro da vertigem,
No sussurro da noite,
Lentamente,
Minha capa,
meu abrigo.
Tantas vezes reinventada
Esta breve palavra
Por quem a vida
é mais vida:
amigo...
"O submarino" é uma peça cheia de emotividade. Uma peça muito física com uma grande cumplicidade e intimidade entre os actores e partilhada pelo público. Parte da ideia da inconstância do ser humano em oposição à constância do amor que permanece contra esse modular da vida e de quem somos. Com um humor simples, mas brilhante, os actores traçam um retrato divertido, emocionante e mordaz sobre a impossibilidade de se manter um casamento ou de se viver sozinho numa grande cidade. Do outro lado nós, como se pela fechadura espreitássemos, assistimos ao desfiar da intimidade de César e Rita, no revolver dos dias e da sua unicidade e dualidade. O espectáculo fica, algumas semanas em cena no Tivoli em Lisboa seguindo depois em digressão pelo país. Vão lá espreitar, serão agradavelmente surpreendidos por uma gargalhada fácil ou com uma caricatura estranhamente próxima das nossas caras de futuro.

p.s - Bigada Patrícia e Olavo por este bocadinho de noite tão delicioso!

Do you care?

Friday, June 02, 2006 | 0 Comments

Estranhos gestos de amor estes de pensar em quem não se conhece, proteger quem nunca abraçámos.
Estranhos gestos de amor estes que quebram as correntes do comodismo e do receio.
Estranho gesto de amor esse que é importarmo-nos, simplesmente essa dádiva tão singela.
Estes são laços de sangue que nunca saberemos onde serão tecidos, mas para além do anonimato, existe o meu sangue a pulsar nos teus pulsos e a minha vida, este meu fôlego, este meu riso serão parte de força da tua vida, do teu fôlego, dos teus lábios lívidos a desabrocharem em sorriso.
Há tantos heróis nos livros, nas telas, nas histórias... mas aqui hoje, apenas tu contas, apenas a tua escolha, apenas a tua coragem fará de ti o herói de uma vida da qual nunca conhecerás mais do que o teu estranho gesto de amor, mas isso é tudo!
http://www.ipsangue.org/

1 de JUNHO - Dia da Criança

Thursday, June 01, 2006 | 0 Comments

O dia amanheceu com sol tímido salpicado por algumas nuvens.
Um passeio pela praia sabia mesmo bem, mas era o trabalho que me esperava!Fiz-me à estrada por entre prédios esguios e gente cabisbaixa.
Olhei para o céu azul e comecei a brincar com as nuvens suspensas lá em cima:
Um avião! Não, não é um pássaro!Aquela que parece um combóio...Pouca Terra...Pouca terra...piiih!Aquela parece um bicho da seda todo esticado...
A brincadeira continua por breves minutos até o relógio do carro me despertar. É tão fácil ser criança sob um céu assim

Com um beijinho especial para a Filipa, a Joaninha, o André e a Pipinha pelo sorriso traquina e doçura deliciosa.

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Mei and Arawn