Peugas turcas e meias de fato

Wednesday, June 14, 2006 | 1 Comments

Podia ter sido esta noite a primeira de tantas outras, podia o princípio e o fim serem apenas parte de um caminho maior....
Quando chegaste não sabia nada de ti, nem o teu nome era mais que um no meio de tantos, quando chegaste sem bagagem estranhei apenas esse teu ficar, a ausência de pressa o sabor das palavras apurado ao ínfimo.
Falamos, rimos, derivamos noutra coisa... é de noite e chove, é Junho e o céu desfaz-se em mil nervos de luz. Estranho este chover forte a chamar o verão, estranho o teu toque a compor melodias sobre as minhas mãos, ensaios de verdura. Estranho este teu cheiro na minha pele como se os lábios se misturarem-se como duas tintas espessas. Chove muito, gotas grossas, o som do trovão ecoa no céu adormecido aniquilando as promessas de silêncio, o mesmo silêncio que te levou sabendo eu ainda tão pouco de ti. Chove cada vez mais, descalço-me com o chá a fumegar nas mãos e dou por mim a pensar nas peugas turcas que calças por baixo das meias de fato e nas estranhas camadas que escondemos do olhar dos outros. Adormeço com os teus braços em meu redor no abraço apertado que me deixou inteira...há coisas estranhas numa madrugada de tempestade e iniciação...

1 comentários:

Anonymous said...

É uma delicia, ler este relacto apaixonado...
O milagre das chuvas de Verão, no seu pleno...

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Mei and Arawn