Olho para trás para o que acabei de escrever e parece uma manta de retalhos como aquelas que a minha avó tricotava com restos de lã de várias cores. Descubro-me assim nesses restos de lã. Sou uma amálgama de pedacinhos de lã tricotados ao acaso cozidos uns aos outros atabalhoadamente, numa colorido exótico um pouco desconexo. As mantas de lã têm um centro. Talvez as mantas de lã tenham umbigo e espreitem lá para dentro à procura do pedacinho de si que ainda desconhecem. Ás vezes há uns erros na malha mas não é possível desfazer puxar por uma ponta e esperar que tudo se solte para recomeçar perfeitinho. Só há uma solução continuar a bater as agulhas uma na outra e acertar o compasso, se houvesse um fazer música só nessa tarefa gigantesca que é fazer de nós outra coisa.
Tricotando
Tuesday, January 24, 2006 | 0 Comments
Olho para trás para o que acabei de escrever e parece uma manta de retalhos como aquelas que a minha avó tricotava com restos de lã de várias cores. Descubro-me assim nesses restos de lã. Sou uma amálgama de pedacinhos de lã tricotados ao acaso cozidos uns aos outros atabalhoadamente, numa colorido exótico um pouco desconexo. As mantas de lã têm um centro. Talvez as mantas de lã tenham umbigo e espreitem lá para dentro à procura do pedacinho de si que ainda desconhecem. Ás vezes há uns erros na malha mas não é possível desfazer puxar por uma ponta e esperar que tudo se solte para recomeçar perfeitinho. Só há uma solução continuar a bater as agulhas uma na outra e acertar o compasso, se houvesse um fazer música só nessa tarefa gigantesca que é fazer de nós outra coisa.
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