anoitece.os cães uivam como lobos. as pessoas desaparecem das ruas. chove. o frio repassa o ossos mais rijos. a casa dorme. pego nas chaves.trinco uma maçã. a ultima. engulo a custo.hoje doi-me mais a garganta. o médico supõe amigdalite. eu sei que é apenas da raridade que é dedilhar as cordas vocais. doi-me o peito do cansaço que é respirar. é como se alguém se tivesse esquecido de um saco de pedras duras aqui. esta calma é um mar de sargaço. ajeito a camisa como que a suster o calor. fecho os olhos que fervem. inspiro. saio para a rua à procura do cheiro a gente viva. à procura da noite acessa nos cafés e nas montras. à procura de palavras acostumadas a bocas.
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