Metamorfose

Saturday, August 12, 2006 | 0 Comments

Lentamente o metal arrefece sobre a pele
armadura fina de gelo
distância calculada em cada gesto
que se corta à nascença
impossível amar, apenas resto.

A voracidade dilacerante
a fome maior que todas as fomes
o vazio maior que todos os vazios
na espuma dos dias
que rebenta no peito.
E tentar e nunca lá chegar
e fugir sem sequer partir
por dentro um deserto
a boca gretada de vomitar areia
o corpo a tremer pela convulsão dos pesadelos
pelo rasgar desta fimbria de aço
dos estilhaços que abrem aljavas no lugar de bolsos
olhar de betume negro
como os bélicos céus em fogo.

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Mei and Arawn