A hora de almoço é por si uma hora de calma e paragem. Um corte para carregar baterias e depois voltar ao trabalho. Mas o tempo é sempre tempo e escoa como areia, por isso fartas do roboliço do "ó menina, xaxavor!", do "psst psst" repedido à exaustão e culminado de uma bela canelada-toma-que-ja-andaste-tou-aqui-à-meia-hora-a-esbracejar! Resolvemos arrumar trouxa e aviar farnel e ir estrada fora até à beira rio. Não sei se é a nossa costela romani, se são os calores do verão se somos simplesmente duas moçoilas malucas, mas soube tão bem que repetimos. É verdade e garanto-vos que temos uma boa meia centena de testemunhas entre formigas, abelhas e moscas como qualquer bom piquenique. A comida é simples, sempre de improviso. Por mesa o mesmo que as cadeiras: relva. os pés descalços irrequietos com vontade própria de dançar e se estrear em arrojadas travesias. Assunto é o que se queira, até mesmo não haver assunto. Apenas um apontar de dedo ( e queremos lá saber se é feio) aos pormenores que nos acordam como um rádio a passar uma melodia desconhecida. Pois é, e assim vos desafiamos a se juntarem a nós, no banco de jardim mais próximo, na praia, num miradouro, num terraço, num qualquer espaço de evasão... levem alguém convosco e contém-nos o que sentiram. Partilhem e venham cá plantar uma florzinha no nosso jardim. Ficamos à espera. Florejos, borbolejos e outros solfejos.
0 comentários:
Post a Comment