Como adoro mitologia clássica e outras coisas oldies but goodies, hoje vou começar um novo tag: Ancient Stuff. E escolhi para começar uma das figuras mais interessantes e contorversas da mitologia antiga: a Medusa. Que não é apenas nome para o ser invertebrado aquático venenoso, mas também uma das deusas mortais mais conhecidas e temidas.
Medusa é uma das três Górgonas, divindades da mitologia grega, filhas das divindades marinhas Fórcis e Ceto e irmãs das velhas Gréias. Ao contrário de suas irmãs Górgonas, Esteno e Euríale, Medusa era mortal, por isso Perseu conseguiu tratar-lhe da saúde.

Medusa era portadora de extrema beleza juntamente com as suas duas irmãs. Quando estava sentada num campo cercada de flores de Primavera, o deus do Oceano, Poseídon, une-se a ela e gera os seus dois únicos filhos, mas estes só nascem no momento da morte de Medusa. As vidas das três irmãs, vidas debochadas, de engano e traições constantes, aborreciam os demais deuses, principalmente a deusa Afrodite (Vénus para os romanos). Para castigá-las, Afrodite transformou-as nos monstros que interiormente eram: com serpentes em vez das longas tranças gregas, presas pontiagudas, mãos de bronze, asas de ouro, e com um olhar que petrificava quem olhasse directamente nos seus olhos. Temidas pelos homens e pelos deuses, as três habitavam o extremo Ocidente, junto ao país das Hespérides e vizinhas de Nix (a deusa da Noite).

Perseu foi encarregado pelo rei de Sérifo, Polidecte, de decepar e lhe dar de presente a cabeça da Medusa para, em sua vez, Polidecte oferecer como prenda a Énomao, rei de Pisa, com fim de desposar a sua filha Hipodâmia. Para isso, o herói Perseu encontrou-se com umas ninfas africanas que gentilmente lhe ofereceram objectos mágicos para o ajudarem no combate com a Medusa: um alforge, um par de sandálias aladas - que lhe permitiam elevar-se como uma pena e escapar velozmente dos monstros - um escudo de bronze bem polido cujo reflexo neutralizava o olhar petrificante de Medusa e um capacete que, uma vez colocado, o convertia numa figura invisível, permitindo-lhe aproximar-se sem ser descoberto. Quando Perseu a decapitou com uma foice de diamante (uma oferta do deus Hermes) as grandes figuras mitológicas Pégasso (o cavalo alado) e Crisaor, com a sua espada dourada, nasceram do pescoço de Medusa. Perseu recolheu a cabeça decapitada de Medusa e colocou-a no alforge que as ninfas lhe tinham oferecido de modo a manter a cabeça bem tapada de todos os olhares, pois Medusa, mesmo depois de morta, seria ainda capaz de petrificar quem a fitasse nos olhos tal era a dimensão do seu poder.
Encontrei uma versão da Disney bem mais feliz e levezinha da história de Medusa, que partilho aqui convosco. Talvez ainda haja esperança para as medusas deste planeta.
Também encontrei aqui um anúncio grego engraçado, de amaciadores de cabelo, que serve para mostrar que o mito continua vivo.

3 comentários:

Anonymous said...

O vídeo "levezinho" da Medusa lembra-me alguém... Terá sido a pensar na mesma pessoa que o encontraste? Afinal ainda há esperança para as meninas preversas e amaldicoadas deste mundo! Pode ser que uma Vénus generosa que por aí anda, em vez de lançar o castigo, lance a cura e nos ofereça a todos um tapa-olhos daqueles, dizendo simplesmente como é seu hábito: "as pessoas são como são e não podemos fazer nada para que mudem, por muito que o desejemos, por isso mais vale não olharmos de certos prismas." Beijinhos Mei. Muito gira a ideia destes textos sobre a Antiguidade Clássica. Fico à espera de mais!

Unknown said...

Olá "just a friend" :)
Sobre os outros prismas... espreita este vídeo da Lily Allen: http://www.youtube.com/watch?v=Q815om4spds
A versão com a música é muito gira, mas gosto muito desta "à capella", pois concentramo-nos melhor na letra :) É tudo uma questão de perspectiva. Por vezes, mesmo sabendo o que está por detrás do pano, podemos optar por ver o melhor lado dos outros. Não há mentira quando já sabes o que lá está. Há escolha apenas. É isso que tento fazer. Apenas isso.
Beijinhos!

Unknown said...

Ah, por outro lado, duas coisinhas mais: 1ª não sei a quem te referes;
e em 2º confesso que costumo gostar mais quando as conversas têm um nome ou rosto. Sei lá, torna-se mais giro, não achas, "just a friend"? ihihih
beijinhos!

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