Foreigner

Sunday, July 09, 2006 | 0 Comments

Deixei que os teus olhos me rasgassem e a tua boca me roubasse o último fôlego. Que as asas se quebrassem e o voo fosse rasto de destruição.
Ouço o incêndio, a música alta e atordoante como o torpor fabril metálico das pulsações aceleradas. O suor interrupto da voluptia inebriante. Ouço quem se ama onde o amor não há – apenas o clandestino abrir do portão dourado ante uma porta cerrada. Ouço o rasgar dos mapas, o corte do dedo apontado como lança de bronze na mão de vastidões adversas. O entulho os restos de existência, desdobrada a raiz, a heresia, a sábia recriação do filhos arrancados ao útero do rancor e da linfa. O arrastar dos pés como arados. A luz difusa. Os barcos segregados na vastidão do mar. Ainda a medo desagrego essa centenária paz dos homens, onde os ouço, e por onde quer que passe sou apenas essa sombra sem corpo como se as minhas origens fossem compradas do terror de não existir em ninguém, de ser um estranho em todas as terras, até na minha casa, até nos teus braços. Quando niinguém nos reconhece o rosto ou o nome, é como se nao existissemos em lugar nenhum...

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Mei and Arawn