Strings, já descrito em post abaixo pela minha colega bloquista -que partilhou comigo esta aventura e que puxou os meus fios em muitos momentos da nossa vida - é um retrato único da vida, do amor e dos seus laços.
Ao contrário da tentativa de esconder os fios que regem os actores humanos, temos personagens que têm consciência dos seus, que os contemplam e fitam. Fica em perspectiva o conceito de actor marioneta. Estes pequenos grandes pinóquios, feitos homens de madeira, que lutam, sofrem, matam, amam deixam-nos arrebatados, pela doçura e pela força, pelo arranque do nosso dia marionetado de tantas formas.
A vida que se forma e enlaça pelo amor, a ordem que tudo comanda e dirige, o livre-arbítrio, a libertação.
"Estamos todos ligados". A abertura ao outro, a amá-lo e a aceitá-lo, permite-nos tocar os seus fios, tocá-los como uma grande harpa em que estamos todos implicados, permite-nos interferir na sua descoberta. É extraordinário também o conceito de prisão e de confinamento que se descobre nesta mágica visão do mundo: os fios que nos prendem, quando conscientes da sua ligação ao outro são como asas que nos impelem e não como cordas que nos restringem. Para nos prenderem têm de nos prender os fios e não prender por fios.
A vida ela mesma é a descoberta de se deixar enlear, prender. A aprendizagem doce da ligação, a descoberta do nosso peso, da nossa gravidade. O pondus de que Santo Agostinho tanto fala:
"O meu peso é o meu amor." (Confissões, Sto. Agostinho)
http://www.stringsthemovie.com/uk.html
1 comentários:
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