E o amor transformava os acontecimentos em renda. E era tão comprido tecer hora após hora, com agulha, a trama densa. Depois a paciência de tornar os fios de segunda mão para o carretel e tentar moldá-los lisos na impossibilidade do tempo. Era linda a ondulação, a melodia que se descolava de cada ressonância. Segurar com as duas mãos com muita força, esticá-la. Encostar o corpo no mar porque só o que não tem forma entenderia quem ainda se revolve dentro do próprio corpo. Quando arranhava as pálpebras no vento era o que acontecia: um vestido de renda inteiro procurando um corpo de madeira onde descansar. A rede de seda era tecida a partir da pedra e das nuvens. A aprendizagem lenta de se deixar prender. O distanciamento de provocava os ossos nos sentimentos e torna mais dificil o movimento. Às vezes era preciso mergulhar com certa independência da respiração, mas o naufrágio era metade do tinteiro azul, o que não pintava o nascer de um céu, nem o fundo de um mar...
2 comentários:
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